Título: Os Cinco Pontos
Gênero: fluffly, comédia, shounen-ai
Censura: +13
Inspiração: no mangá "Love Cimcurstances"
@LJ - http://community.livejournal.com/jimusho_ai/11123.html
POV Kame(um dia, quem sabe, quando houver tempo, se os ventos estiverem bons, a maré alta, a lua cheia, o alinhamento espacial perfeito e o jin me ajudar, posto a versão do Jin) -> mas depende de todos esses fatores...1. Segurando as mãos no escuroKame adorava sair com os demais membros do KAT-TUN e marcar reuniões para diversão como aquela, na casa de Junno, onde iam assistir algum filme. Adorava passar um tempo com os amigos, mesmo que entre eles estivesse Jin, que depois que voltou ao Japão estava insuportavelmente irritante.
Ele tinha ido ao banheiro e quando voltou ao quarto de Junno, todos já tinha escolhido os melhores lugares. O único lugar disponível e confortável era ao lado de Jin. Suspirando, Kame sentou-se ao lado de Jin na cama e encolheu-se como se o outro pudesse feri-lo.
Jin o olhou e sorriu de lado, parecendo divertido com tudo aquilo. Idiota. Certamente que ia começar a provocá-lo de alguma forma. E cada vez estava piorando a situação entre eles, tanto que Kame já pensava na forma que iria acertar o rosto de Jin quando o momento chegasse.
Houve uma discussão por qual filme iriam ver e Kame sentia o seu bom humor indo embora por estar ao lado de Jin. Escolhido o filme, um que Koki queria muito ver, Junno apagou as luzes e sentou-se na poltrona macia iniciando a sessão.
Comentários a respeito do filme e risadas. Todos estavam levemente alcoolizados com o sake que Maru tinha trazido. Somente assim para que aproveitassem o gosto duvidoso de Koki para filmes. Kame relaxou um pouco, lembrando que tinha que se divertir e que Jin Akanishi não poderia estragar a sua noite.
Não poderia, mas certamente estava se esforçando.
Em algum momento, a mão de Kame que descansava em seu joelho, tombou para o espaço vazio entres eles. Não estava prestando atenção nisso, concentrado no filme até sentir a mão de Jin tocar a sua. Primeiro ele achou que Jin estava procurando alguma coisa, ele parecia mesmo inquieto, depois viu que se a mão procurava alguma coisa, tinha achado.
A pele da mão era um pouco áspera e cobriu a mão de Kame por inteira. Ele olhou para as mãos juntas no escuro, sem ver nada na verdade já que não enxergava bem com pouca luz, e depois pra Jin, que estava olhando pra televisão. Tentou livrar a mão sem chamar a atenção dos demais e Jin apertou, impedindo.
– Solta... – Murmurou com o rosto próximo ao do mais velho.
– Não.
– Solta!
– Não vou soltar – Jin respondeu baixinho, voltando o rosto pra ele. Kame não conseguia distinguir as feições dele mas sentiu o hálito quente perto de sua bochecha.
Kame suspirou furioso e voltou a se acomodar, ainda puxando a mão. Que droga era aquela de segurar sua mão? Certamente que estava fazendo isso somente pra irritá-lo. Bem, se fosse isso estava conseguindo.
Era realmente estranho. Os dedos faziam suaves movimentos, como se estivessem acariciando com timidez. Kame franziu a testa e tentou olhar para as mãos unidas pra ver o que estava acontecendo. Os dedos de Jin forçavam passagem entre os vãos dos dedos de Kame. Tentou manter a mão fechada, mas depois levado pela curiosidade, ele permitiu que os dedos de Jin tivessem o que queriam. Deslizaram suavemente, entrelaçando-se e então os dedos fecharam-se na mão dele.
Tentou puxar a mão quando viu que a sensação não era assim tão ruim e Jin não deixou. Forçou a vista para ver se conseguia ver as mãos juntas e assim entender o que estava acontecendo e não conseguiu. Lamentou não enxergar bem em lugares escuros e suspirou novamente.
– Pode soltar agora?
Jin não respondeu. Kame desconfiava que ele o estava olhando agora, mas não sabia, porque o filme estava num trecho escuro e ele já não estava vendo mais nada.
– Solta.
Dessa vez, Kame falou alto. Os demais integrantes do KAT-TUN viraram-se para ver o que estava acontecendo e Jin soltou tão rápido sua mão, que foi como se não a estivesse segurando antes.
– O que está acontecendo? – Perguntou Ueda, preocupado.
– Akanishi estava segurando a minha...
– Blusa. Mas eu já soltei, ne Kame?
– Kame, você está conseguindo ver o filme? Não quer trocar de lugar? Você não enxerga bem no escuro... – Ueda continuava preocupado. – Vem, troca de lugar comigo.
Kame não esperou segundo convite. Saiu do lado de Jin com rapidez e foi ocupar o lugar de Tat-chan. Encolheu-se na poltrona e suas mãos começaram a se apertar. Deu um sorrido a Koki que estava por perto e o olhava e fingiu que estava prestando atenção no filme. Seus olhos desceram pras suas mãos. Enxergava um pouco por causa da luz vinda do filme mas naquele momento ele não precisava ver, só sentir.
A mão que Jin havia tocado estava estranha. De alguma forma, estava formigando e quente. Kame a apertou e escondeu as mãos. Jin idiota. Ele estava furioso agora.
2. Ganhando um abraçoO KAT-TUN ia gravar um especial do programa em outra cidade. Estavam todos animados pelos dias que passariam fora e pela viagem. Kame também estava animado até chegar atrasado pra van que os levariam até a estação e descobrir que o único lugar vazio era ao lado de Jin.
Claro, o humor de Jin em relação a ele tinha piorado depois daquela sessão de cinema. Jin estava ainda mais irritante e fazia todos os esforços para que Kame se zangasse. Não queria brigar com ele, mas já estava ficando sem alternativas. Iria tentar a tática de ignorá-lo agora, se conseguisse se concentrar pra isso. Tudo bem, iria tentar, ele não queria perder seu bom humor.
Koki brincou com ele pelo fato de estar atrasado e Kame riu, entrando na van. Lançou um olhar para Jin e viu que ele estava olhando pro outro lado, ouvindo música. Sentou-se e ajeitou o cachecol que estava usando no pescoço. Estava ficando resfriado e era melhor que ficasse aquecido de alguma forma já que o inverno prometia ser rigoroso.
Começando seu plano de ignorar Jin, Kame começou uma conversa sem sentido com Koki e Maru que estavam a sua frente. Ele nunca tinha que se preocupar, os dois logo deram sentido a conversa e Kame estava rindo com eles. Quando acabou o assunto e dos dois foram se ocupar com suas coisas pessoais, ele suspirou e voltou a encostar-se.
Foi quando sentiu o braço quente de Jin ocupando todo o encostou. Jin sempre era espaçoso e sempre sentava de forma a ocupar todo o lugar, inclusive seus braços sempre estavam nos ombros dos outros.
Era melhor ignorá-lo. Kame cruzou os braços e olhou pro outro lado. Como parecia natural, Jin começou a ficar inquieto. Ele era mesmo um idiota. Kame resistiu a olhá-lo e fitou a avenida até sentir os dedos dele brincando com o tecido do seu cachecol. Jin parecia próximo a ele. Kame correu um pouco no banco, fugindo dele.
E fez isso umas três vezes até chegar a ponta do assento. Então olhou zangado pra Jin e notou que ele estava muito perto, os braços ocupando o encosto e estaria com as pernas cruzadas se houvesse espaço.
– Neeee~ você vai cair, baka. – Jin disse olhando seriamente pra ele.
– Por que será?
Antes que Kame se encolhesse mais, Jin passou os braços pelos ombros dele e o puxou para perto. Kame praticamente foi esmagado contra o peito de Jin de forma exagerada. Então Jin não o soltou. Kame achou que ia sufocar e começou a se debater. Foi estranho, ele sentiu os braços de Jin em torno do seu corpo e a forma que sua mão espalmada o aninhava contra o peito sufocante.
Jin o soltou quando Ueda mandou virou-se bravo pros dois. Kame escutou algo como “já chega disso” e o abraço acabou.
Não havia durado muito – como Kame previra anteriormente, mas o que durou foi o suficiente pra deixá-lo enfurecido. Seus olhos se estreitaram e Jin sorriu, de uma forma que Kame achou muito estranha, num misto que parecia de carinho e timidez. A mão do mais velho bagunçou o cabelo de Kame e Jin desviou o olhar pra janela.
Kame estabeleceu uma distância entre eles e Jin não se atreveu mais. Notou que ele havia ficado ainda mais inquieto e pensou que talvez o mais velho estivesse entediado, por isso estava o perturbando daquela forma. Era um perturbar de verdade, Kame nunca tinha sido agarrado daquela forma e muito menos sabia que o perfume das roupas de Jin era tão gostoso.
Droga. Cruzou os braços e ficou feliz quando chegaram a estação. Jin o estava irritando demais.
3. O Beijo Roubado de NatalJin estava irritado. Maru tinha recomendado cautela e Ueda disse pra Kame se manter longe dele. Não que Kame tivesse alguma pretensão de ficar perto de Jin, quanto mais longe, melhor. Assim, o mais velho não viria provocá-lo e ele não perderia seu raro bom humor com o KAT-TUN. Lançou um olhar e Jin estava com os braços cruzados do outro lado do salão.
Bem, dane-se ele.
Teppei Koike surgiu novamente trazendo a bebida de Kame. Ele sorriu para o outro. Tinham trabalhado juntos em Gokusen e fazia tempo que não conversavam. Kame gostava daquelas festas de confraternização, tinha a oportunidade de rever os velhos companheiros. Sorriu quando Teppei continuou falando sobre as gravações de um drama, divertindo-se com ele. Era exatamente o tipo de diversão que Kame estava precisando.
Acompanhou o outro perto das janelas, onde poderiam conversar melhor. As pessoas estavam evitando aquela parte do salão por causa do vento gelado do inverno. Teppei riu e passou os braços pelos ombros de Kame, num gesto amigável e o guiou até o ponto. Voltaram a conversar animadamente e Kame pode esquecer de tudo por algum tempo.
– Akanishi-kun parece furioso – Teppei comentou – Não deve estar gostando da festa.
Kame tinha se esquecido de Jin e virou-se para olhá-lo. Jin não estava mais na cadeira do outro lado do salão, estava com Maru numa roda de pessoas. Mas era claro o seu descontentamento. Kame franziu a testa quando Jin o olhou de maneira raivosa e virou o rosto. Aquele idiota.
Teppei ainda tentou falar mais sobre Jin, mas Kame logo o cortou. Jin significava estragar a festa e ele estava adorando a companhia de Teppei para que isso acontecesse. Voltaram a falar sobre o tempo do Gokusen e pelo jeito extrovertido de Teppei, logo Kame estava sendo abraçado e cutucado o tempo todo. A voz suave chamava seu nome de forma sempre carinhosa e fazia Kame sorrir.
Quando foi sua vez de ir buscar as bebidas, Kame afastou-se de Teppei e estava procurando por um garçom quando as garras que Jin chamava de mãos fecharam-se em seu braço. Sem esperar permissão, ele arrastou Kame até um corredor escuro que levava aos banheiros. Kame foi atirado contra a parede e viu Jin andar de um lado pro outro, como um animal enjaulado.
– O que está fazendo? – Kame perguntou, zangado. Estava farto daqueles comportamentos explosivos de Jin. Por que tanta implicância? O que Kame tinha feito para que o mais velho o tratasse dessa forma?
Foi sair dali e Jin virou-se violentamente contra ele, o empurrando de volta a parede. As duas mãos dele espalmaram na parede fria atrás de Kame, uma de cada lado de sua cabeça. Kame respirou com dificuldades, assustado com a reação de Jin. O viu abaixar a cabeça e suspirar. Quando ergueu os olhos, Kame ficou ainda mais com medo.
–
Não se atreva a sair daqui – Jin rosnou.
– ...
– Odeio atitudes como essas. Pode ser uma festa mas tá todo mundo olhando. Eu tô olhando e você nem ao menos se importa.
– Do que está falando? O que estou fazendo de tão vergonhoso?
– Ah, não sabe? E depois eu sou o baka?
Jin se aproximou dele e Kame encostou-se o que pode na parede. Alguém tinha batido com a cabeça de Jin quando ele esteve fora, isso poderia justificar todas aquelas atitudes malucas. Ele não era assim antes, Kame sabia que não. O que via agora era um rapaz raivoso e aquilo lhe dava medo.
– Odeio mesmo essas coisas... Oferecido. Eu sei bem o que ele quer fazer com você... – Jin murmurou e sua voz saia com tanta raiva que Kame franziu a testa. Por que ele estava tão bravo? A propósito, do que ele estava falando?
– Eeeh~? O que está falando? Eu vou voltar...
Kame resolveu que não ia ficar ali pra descobrir. Empurrou Jin com força pra trás e o mais velho até cedeu um pouco, a distância suficiente pra que os braços dele enlaçassem o corpo esguio de Kame e o puxarem para um abraço. Antes que Kame pudesse protestar, Jin o beijou.
Os lábios dele eram macios e quentes. O beijo imprimia uma raiva enjoativa. Kame tentou empurrar Jin e fugir daquilo, mas dessa vez, o mais velho, que era um pouco mais alto e mais forte, não se moveu. Kame mexeu a cabeça para acabar com o contato e de alguma forma, a mão de Jin segurou sua nuca e o forçou a continuar. Ele ia choramingar contra a violência do outro e seus lábios abriram um pouco, o que foi suficiente pra que Jin o beijasse de verdade.
Foi estranho quando sentiu a língua de Jin provocando a sua. De alguma maneira, Kame concordou com o beijo. Eram lábios tão provocativos e exigentes, mesmo com o gosto de raiva. Sentia o corpo quente de Jin, sua mão em sua nuca, o braço em sua cintura, os cabelos dele tocando seu rosto.
– Kame-chan? – A voz de Teppei soou em algum lugar. Foi o suficiente pra que Kame enchesse de uma força que não tinha e encerrasse o contato. Empurrou Jin e quando viu que ele ia tentar segurá-lo novamente, Kame fechou o punho e acertou o rosto dele.
Primeiro porque ele não gostava daquelas coisas.
Segundo porque ele não gostava de ser beijado a força.
Terceiro porque agora ele odiava Jin Akanishi com todas as suas forças.
– Baka! – Kame gritou ao Jin imóvel a sua frente e foi pra onde Teppei estava. Pediu para ir pra casa e o rapaz se ofereceu pra levá-lo.
A festa tinha acabado mais cedo e o bom humor de Kame se fora naquele Natal.
4. A Confissão de Ano NovoKame estava furioso. Não queria encontrar mais Jin por aquele ano e ainda assim, tinha ido a uma reunião para ver a agenda do próximo ano. Jin tinha se sentado longe dele e nem sequer o olhou. Estava com um corte no lábio e ninguém ousou perguntar o que tinha acontecido.
Geralmente, Kame ficava no final da reunião para saber de algumas propostas, mas quando a reunião terminou, ele foi o primeiro a estar de pé e ir embora. Desejou a todos um feliz ano novo e foi pegar seu casaco. Estava com dor de garganta e não suportaria ficar mais um instante no mesmo ambiente que Jin Akanishi.
Estava seguindo pro estacionamento, passando o cachecol que ganhou de alguma fã, em volta do pescoço, quando ouviu passos atrás dele. Não se atreveu a virar para olhar. De alguma forma, ele tinha se tornado consciente da presença de Jin em todos os ambientes. Era sufocante. Sabia que era ele que estava vindo atrás e não olhou.
– Kame, espera!
A decepção foi assustadora. Kame virou-se para ver um Ueda sem fôlego se aproximando. Olhou por cima dos ombros dele e não viu nenhum sinal de Jin. Bem, o que estava esperando? Que ele viesse? Não tinha deixado claro que não queria mais vê-lo?
Ueda entregou seu presente de natal atrasado e desculpou-se por isso. Kame agradeceu o presente e já estava indo embora quando Ueda tirou algo do bolso e colocou uma caixa menor em cima da caixa do seu presente.
– É do Jin, ele disse que você sabe do que se trata.
– Devolva.
– Neee Kame, o que está acontecendo?
– Nada. Eu não quero nada dele. Devolva pra mim e agradeça.
– Você que bateu nele?
– Eu vou matá-lo se ele se atrever a chegar perto de mim. – Kame estava tremendo e odiou-se por isso. – Devolva.
Ueda recusou afirmando que não ia se meter na disputa deles. Assim, Kame foi obrigado a ficar com a pequena caixa. Voltou para seu apartamento e depois de dar comida ao cachorro, ele abriu o presente de Ueda, adorando a camisa de um time de beisebol de alguma liga da Europa. A caixa de Jin ficou jogada num canto por dois dias.
Kame passava toda vez por ela e a olhava, odiando-se que não teve como devolver aquilo. Na véspera de ano novo, desmarcou todos os compromissos e festas e resolveu ficar sozinho em casa. Estava bebendo vinho sozinho quando olhou novamente pra caixa.
Ele segurou a caixa e quando ia abrir, a campainha tocou. Torceu os lábios e foi abrir a porta pra Jin. Abriu e fechou na cara dele. Ouviu ele esmurrar a porta e só abriu porque queria acabar logo com aquilo. Pegou a caixa e atirou em Jin.
– Mas o quê?
– Vá embora, você não é bem vindo. Não quero nada seu, portanto leve esse presente estupido embora.
– Hei, você não abriu?
Jin perguntou, surpreso e Kame fechou a porta na cara dele. Dessa vez não houve insistências e Kame sentiu-se frustrado por isso. Alcançou sua taça de vinho e sentou-se no sofá. Seus olhos ficaram fixos na porta e passou algum tempo olhando pra ela.
Quase quarenta minutos depois, o zangado Kame, ergueu-se do sofá e foi averiguar se Jin tinha ido embora. Abriu a porta e encontrou o cantor sentado do lado de fora.
– Baka. Por que não abriu meu presente? – Jin perguntou com uma voz triste. Ou talvez fosse o vinho. Kame apertou-se dentro do casaco longo que vestia por cima do pijama.
– O que ainda está fazendo aqui?
– Por que abriu a porta?
Jin ficou de pé com a falta de resposta de Kame. Olhou pra ele de forma segura.
–
Eu amo você, Kamenashi Kazuya. E não tem nada que eu possa fazer a respeito. Por isso, você não quer sair comigo?
Kame estava estupefato. Tudo o que conseguiu fazer foi fechar a porta na cara de Jin.
5. O Terceiro EncontroDe alguma forma, Kame tinha concordado em sair com Jin. Era fevereiro e eles já tinham tido dois encontros. Jin não se atrevera a nada – embora Kame tivesse achado que Jin ficasse muito inquieto as vezes e que talvez tivesse tentado segurar sua mão por duas vezes – e tudo mudou entre eles. No trabalho não havia mais provocações e Jin estava solicito pra muitas coisas – o que era estranhamente assustador.
Kame tinha concordado com o encontro pra tentar entender tudo o que estava acontecendo. Jin o levava pra jantar fora e daquela vez, iriam ver um filme que Jin estava esperando. Contanto que sentassem perto da tela, Kame assistiria o tal filme.
Jin estava falando sobre alguma coisa a respeito do filme quando Kame sentou-se na confortável poltrona, sentindo-se cansado. Estava resfriado novamente, seu velho resfriado de final de inverno e tinha tomado um remédio pra não piorar durante a noite. Talvez fosse isso que o estivesse deixando sonolento.
O filme começou e Kame estava fazendo todo o esforço pra continuar acordado. Não sabe bem quando dormiu, mas quando acordou, estava acomodado contra o peito de Jin, que o havia abraçado. Afastou-se, pedindo desculpas e passou a mão no rosto. Fazia tempo que ele não dormia em outro lugar que não fosse sua cama e nunca poderia ter imaginado que o peito de Jin fosse assim tão confortável.
– Você está bem?
A voz de Jin tinha sido murmurada bem próxima a ele. Kame o olhou, vendo-o tão pouco.
– Parecia muito cansado. Está doente novamente?
Talvez Kame ainda estivesse dormindo. Onde era o mundo que Jin ligava pra alguém? Ou que notasse alguém? Talvez fosse de verdade aquela confissão. Talvez Jin olhasse realmente pra Kame. Esse pensamento sempre aquecia Kame de uma forma inesperada. Ele queria que Jin gostasse dele, porque em algum momento, ele tinha se apaixonado pelo mais velho.
Não sabia o que responder. Tinha ficado constrangido. Ainda estava tentando ver Jin e sentiu quando a mão do mais velho espalmou-se em seu rosto. Ia ser beijado. Sentia a respiração ofegante de Jin tão próxima a seu rosto. Tudo bem, Kame queria isso. Não tinha pensando em mais nada depois daquele do ano passado. Ele queria sentir os lábios de Jin sobre os seus e queria ser devorado por eles.
Era assustador. No instante que os lábios de Jin pousaram sobre os deles, todos os receios de Kame sumiram. Afinal, estava saindo com ele, não era? Uma hora teriam que fazer isso novamente. Foi um beijo tímido.
Ouviu um suspiro de Jin afastando-se lentamente, Kame não tinha aberto os olhos ainda, saboreando aquela sensação. Então Jin emitiu um som que Kame julgou ser de desistência e segurou o rosto de Kame com as duas mãos e o beijou novamente. Kame ainda estava sonolento mas respondeu ao beijo com igual intensidade. Sim, era exatamente daquela forma que ele queria ser devorado por Jin.
O beijo terminou e pareceu natural Jin passar o braço por seus ombros e puxá-lo pra perto. Kame não se importou e acomodou-se contra o peito dele novamente, seus olhos tentando ver o telão. Escutou as batidas rápidas do coração de Jin e adorou o som. Jin acariciou seu cabelo e os olhos de Kame estavam se fechando novamente.
É, se ele pudesse permanecer assim, tudo estaria bem.
FIM. Bah, acho fofa =3