Innocent Valentine
Existem vários tipos de amor. Todos são igualmente importantes, mas completamente diferentes. Um desses é bem popular, bem, conhecido. Este é o amor romântico. Para ilustrarmos bem, podemos acompanhar um casal que seria o exemplo perfeito para isso.
-Yamapi?
-Que foi Keii-chan? – ao ouvir a voz levemente ansiosa de seu amado, Yamapi se aproxima correndo do mesmo, o abraçando pela cintura por trás e beijando seus cabelos. – Aconteceu algo?
-Acontecer... Ainda não aconteceu, mas estou com um problema. Eu não consigo fazer essa cena direito. Me ajuda? – sorrindo ao ouvir o tom com que seu amante lhe pede o favor, YamaPi apenas lê o script da próxima peça de teatro que Koyama irá encenar na próxima semana por cima do ombro do mesmo, e após analisar atentamente a cada linha, morde de leve o pescoço que tanto ama e sussurra calmo.
-Me mostre o que você sabe. Te ajudarei no que for preciso. – sorrindo, Keii-chan concorda e logo encena a cena em que está com dificuldades.
É verdade que o olhar atento a todos os seus movimentos o deixa sob certa pressão ainda mais por ser o olhar da pessoa que lhe é mais importante nessa vida. O olhar já não é mais aquele doce que está sempre o observando, não, agora é crítico, sério. E que de certa forma o deixa feliz por saber que seu precioso amor compreende o quão sério quer que essa peça fique perfeita, ajudando-o a melhorar ao máximo.
Encarnava seu personagem no máximo que pôde. Era um personagem difícil que havia pegado dessa vez. Com a sua personalidade amável atual, Keiichiro não entendia as atitudes que deveria tomar como um homem perigoso, cruel e sádico. Sabia que YamaPi o ajudaria, pois mais que ninguém, YamaPi entendia a todos os seus personagens, nos mínimos detalhes e sempre os melhorava a ponto de serem inesquecíveis em suas novelas. Ao sentir um braço ao redor de sua cintura, Keiichiro leva um susto, mas logo relaxou ao ver que eram os braços de seu amado. Estava tão concentrado que nem havia percebido quando ele havia se aproximado.
-Não sei por que pede minha ajuda se consegue interpretar tão bem. – Yamapi o beija de leve no pescoço, mas logo suas mãos estão cada uma em torno das mãos de Koyama, as manipulando. – Mas se insiste em minha ajuda, creio que achei qual é o ponto que você quer melhorar. Vamos tentar agir dessa forma.
O sussurro que Yamapi solta o envolve, como se o hipnotizasse, transformando sua personalidade. Logo ele já se esquecia de quem era e se transforma num outro que começava a criar. Não via mais o camarim deles, do NEWS, o que via agora era somente a rua, o cenário, o ambiente de seu personagem, o ambiente em que ele conviveria agora. Subitamente tudo se desfaz, e como em um choque, Koyama se desequilibra, sendo segurado por Yamashita que sorri satisfeito.
-Parabéns. Conseguiu a sua perfeição. – para comemoração, os dois selam seus lábios um no outro.
Mas nem todos os dias são calmos como esse. No normal, os dois mal se vêem, e se o fazem, não podem demonstrar seus sentimentos de carinho abertamente como estavam fazendo. Tinham que permanecer cada um em seu próprio canto, sorrindo, trocando olhares, mas nunca se tocando por mais que alguns meros segundos. Muitas vezes seu amor chegava a um limite que não conseguiam agüentar. À noite, quando os dois terminavam seus trabalhos, corriam um para a casa do outro e assim que se encontravam, o desespero em juntar suas bocas, de sentir o corpo um do outro, de admirarem-se com aquela expressão de luxúria, seus rostos corados, respiração descompassada enquanto se uniam... Na pressa, na calma, mas sempre preocupados no bem estar, no prazer um do outro.
A manhã seguinte era outra alegria. Os beijos suaves para acordar o parceiro, o carinho da mão passeando pelo rosto do outro, o café-da-manhã compartilhado, as flores que sempre eram enviadas com os mesmo dizeres: “Eu te amo” nunca continham assinatura, mas nem era preciso. Somente com um olhar já sabiam quem tinha mandado e que tinha sido agradecido.
Há também outro tipo de amor que talvez seja bem peculiar. O amor orgulhoso. Difícil de se lidar, mas viciante ao se provar. Sempre na agitação, sempre estourado, o completo oposto da calmaria do amor romântico. E quem melhor que esse casal para representá-lo?
-Shige.
-Hum.
-Shige.
-Que foi Ryo? Estou ocupado terminando a matéria para o Myojo, não pode esperar?
-E por que eu deveria esperar? Deixa essa porcaria de revista esperando. – ao ouvir essa resposta, o rapaz com o laptop no colo arqueia a sobrancelha incomodado, mas não desvia a atenção da tela.
-E por que o tão grandioso Osaka Sexy Man não pode esperar apenas CINCO minutos?
-Exatamente porque sou o Osaka Sexy Man. Agora coloque essa droga de notebook na droga da mesa e poderia começar a prestar atenção em mim? – sentindo o nervo na testa saltar, Shige respira fundo antes de responder.
-Eu não vou colocar a droga do notebook de lado quando eu estou quase terminando e o prazo está acabando só porque você quer Nishikido. – Sentindo uma grande raiva, Ryo não perde tempo tentando se acalmar. Paciência nunca foi seu forte, isso admitia.
-Ah, mas vai sim. Se não vai por bem, vai por mal.
-O quê? Que raios... – porém a frase nunca pôde ser completada. O notebook descansa forçado na cabeceira ao lado da cama, enquanto Ryo segura os pulsos de Shige contra a cama, mantendo-o deitado enquanto o osakan senta em cima de seu quadril, impedindo-o de se movimentar. Sua língua força passagem, que após um pequeno tempo é liberado pelo garoto preso abaixo de si. A força com que segurava os pulsos do outro, pouco a pouco vai perdendo a força por não ser mais necessária. Logo as mãos passeiam, arrancam as roupas com pressa e muitos dos tecidos se partem com a violência com que é feita. Cuidado não é necessário. Ambos se sentem, ambos gemem, ambos se entregam. O prazer é sua perdição. Nesse momento, nada mais importa.
Orgulhosos como são, nenhum dos dois admitem que apenas pedem a atenção do outro, não. O único momento em que essas barreiras se dispersam é após a união, onde a energia se esgota e deitados um ao lado do outro, as carícias que trocam agora são calmas, relaxadas, carinhosas. Um murmúrio de ‘eu te amo’ baixinho, quase inaudível, mas que é suficientemente alto para os dois. Sorrindo cúmplices, eles adormecem juntos, o notebook largado, esquecido.
Na manhã seguinte, a mesma agitação por motivo diferente. A discussão de quem é a culpa pelo prazo de entrega se esgotar e o estresse acumulado se faz presente, até a hora em que resolvem se acertar de novo com a luxúria e a paixão que sentem um pelo outro.
Há um outro tipo de amor. Um amor precioso, inocente. Este é aquele amor tão doce, que apenas uma troca de sorriso, de olhares e as pessoas se enchem de enorme felicidade. É aquele que se dá as mãos e não se precisa de mais nada. E quem melhor do que eles para nos representar este?
-Né Massu... Parece que Shige e Ryo-tan brigaram de novo. – supirando o outro pára de comer o precioso doce que havia ganhado e levanta o olhar, apenas para confirmar o que seu companheiro havia dito.
-Qual o motivo da briga dessa vez? Você sabe Tesshi?
-Ryo-tan não quer me contar, mas Shige disse algo sobre ciúmes... Acho que Ryo-tan bateu em alguém de novo... – franzindo o cenho em preocupação Tegoshi pensa se devia perguntar a YamaPi já que o líder provavelmente deveria se desculpar com qualquer que seja a vítima da fúria do Osaka man.
-Né Tesshi. Acha que devíamos ajudá-los de novo? – Tegoshi sorri ao pegar um doce que Massu oferecia e comia pensativo, sorrindo ao sentir o leve gosto doce.
-O que acha que deveríamos fazer?
-Não acho que Shige esteja tão bravo. Talvez Ryo-chan o tenha salvado de um assédio? Mas Shige também não gosta de violência... Especialmente quando é envolvendo Ryo-chan, né?
-Porque Ryo-tan pode pegar suspensão e até ser expulso do NEWS. Também não quero que Ryo-tan seje expulso... – Tegoshi diz fazendo bico, fazendo com que um sorriso doce aparecesse nos lábios de Massu.
-E se fôssemos conversar com eles? Eu posso falar com Shige e você pode falar com Ryo-chan.
-Por que eu sempre tenho que falar com Ryo-chan? – curioso, Tegoshi espera a explicação.
-Porque você é o único com exceção de Shige e YamaPi que Ryo-chan iria escutar numa hora dessas.
-É verdade... Ele poderia descontar sua fúria em você se você fosse, né Massu? – rindo divertido, Tegoshi recorda de uma vez que tentaram fazer essa troca e não deu muito certo... Como resultado, Massu veio correndo a seu encontro se proteger de Ryo, o que fez Shige ficar ainda mais bravo por saber que seu amante queria bater em um de seus companheiros de banda apenas para aliviar a raiva.
Sorrindo, os dois fazem uma rápida troca de olhares antes de ir falar com cada um do casal Nishikato.
-Shige? Está tudo bem? – ao ver o sorriso reconfortante de Massu, Shige não pôde evitar sorrir também. Aliás, quem conseguia?
-É só a briga idiota de sempre Massu, não se preocupe. –franzindo o cenho, o mais velho discordou.
-Nenhuma briga é algo sem importância. Se brigaram é por algum motivo, certo?
-E aposto que Tegoshi já descobriu o motivo também.
-Talvez. A gente apenas ouviu umas partes. – rindo Massu dá leve tapas nas costas de Shige, encorajando-o. – Se for pelo motivo que achamos que é, nós concordamos que não deveria ser tão duro com Ryo-chan, Shige. Também ficamos preocupados com uma suposta suspensão que ele possa tomar e nem queremos imaginar situações piores... Tesshi e eu não queremos perder mais ninguém no NEWS. – o tom sério da voz de Massu captava a atenção de Shige que apenas ouvia calado. – Mas não acha que foi duro demais? Ryo-chan não é a pessoa mais controlada que conhecemos quando o assunto é raiva ou ciúmes, mas... Sabemos que ele nunca iria propositalmente machucar alguém ou fazer qualquer coisa para nos separar. Ryo-chan só estava querendo te proteger não é? Acho que isso não é um motivo para você ser tão frio com ele... Você sabe que é tão importante para ele que é capaz dele preferir ser expulso da banda a deixar qualquer coisa te acontecer, né?
-É, eu sei. – com um leve suspiro, Shige observa o teto e depois volta sua atenção a Massu sorrindo. – Não se preocupe, eu irei fazer as pazes com ele Massu. Ryo também é importante para mim e eu nunca iria desejar perdê-lo, nunca.
-É, eu sei. – rindo ao imitar a frase de Shige, os dois sorriem, esperando a conversa de Tegoshi com Ryo acabar.
-Ryo-tan?
-Agora não Tegoshi.
-Mas eu só quero ajudar!
-Eu sei e eu não quero despejar a raiva em cima de você. – Ryo se deixa ser abraçado e ouve aquela voz angelical dizer calmamente.
-Massu já foi conversar com Shige. Aposto que não irá demorar muito até Shige estar esperando você ir ao lado dele ou ele vir aqui ao seu lado.
-Vocês não precisam se intrometer sabiam? Um dia pode acabar sobrando pra vocês...
-É, sei que não precisamos. Mas nós queremos. Porque Shige e Ryo-tan são especiais para a gente. NEWS não é a mesma coisa sem vocês. E é porque vocês são importante para a gente que não queremos ver vocês brigados. Não importa se vai sobrar pra gente contanto que vocês estejam juntos e felizes.
-Você realmente tem uma boca doce hein Tego-nyan. Está tentando treinar para ser lady-killer? – rindo, Tegoshi discorda com a cabeça.
-Mas sabe Ryo-tan... Você entende porque Shige ficou tão bravo pelo modo que agiu não sabe? Ele está com medo. Aliás, todos nós ficamos com medo. Já perdemos dois integrantes por beberem quando eram menores de idade, não queremos te perder por ter se envolvido numa briga Ryo-tan. Sabe o quanto Shige estava preocupado quando ouviu que você seria castigado pelo acidente? Você lembra, não lembra? Não nos preocupe assim. Sei que aquele idiota que tentou fazer algo com Shige merecia o que teve, mas pense também em Shige e na preocupação dele... Onegai né Ryo-tan? – um suspiro do mais velho é ouvido e depois sua mão acaricia a cabeça do mais novo, agradecido.
-É difícil eu me controlar quando vejo aquela cena, mas prometo que vou tentar, tá?
Depois disso TegoMass apenas observa Nishikato fazer as pazes, sorrindo satisfeitos por terem ajudado seus amigos tão preciosos mesmo sem a presença do líder e da mãe do grupo.
-Né Massu...
-Hum?
-A gente nunca irá brigar, né?
-Nunca.
-Promete?
-Claro. – estendendo o dedo mindinho, os dois fazem a promessa que jamais pode ser quebrada. – Né Tesshi...
-Hum?
-Hoje é Valentine Day, né? – ao não ouvir resposta, Massu resolve continuar – Será que irei ganhar bastante chocolate esse ano?
-Não pode!
-Por que não?
-Massu só pode receber o meu chocolate.
-Tesshi vai me dar choocolate? – surpreso, Massu observa Tegoshi erguer um chocolate em formato de coração e entregá-lo.
-Massu... Seja meu Valentine? – sorrindo, Massu aceita o chocolate e encosta levemente os lábios no de Tegoshi.
-Claro que sim. Tesshi?
-Hum?
-Happy Valentine Day.
Sorrindo, os dois entrelaçam as mãos, dividindo o chocolate em forma de coração.
Existem vários tipos de amor. Todos são igualmente importantes, mas completamente diferentes. Qual será o seu tipo de amor?
Owari.