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 [END] Eu Não Te Amo

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Kitty
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[END] Eu Não Te Amo - Página 2 Empty
MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptySáb Fev 06, 2010 8:57 pm

Escolha

1

Nunca duvide do que eu sinto por você.

Lembrava-se daquele tolo sentado diante do seu prédio, com os cabelos molhados e a camisa grudada ao peito. Era uma cena deprimente, mas, ao mesmo tempo, para Kazuya, era uma lembrança que lhe provocava um certo calor no baixo ventre.

Eu sabia que você viria rápido. Foi o que Jin disse, naquela noite, sem perceber que aquelas palavras tão simples fizeram o coração do mais novo bater mais depressa. E o olhar tão seguro de Jin, aquela certeza de que ele viria ao seu encontro, aquela confiança que ele depositava, certamente comoveu Kamenashi.

Suspirou, ele se sentia perdido com essas memórias. Estava irritado com Jin, mas não conseguia parar de pensar nele. Sua mente se recusava firmemente a reviver os momentos de desgostos vividos no hotel e apenas trazia imagens calorosas do mais velho.

Não podia deixar de se lembrar de como aquele rapaz estivera tão animado depois que passaram a noite em seu carro. Kamenashi percebeu, então, que queria vê-lo com aquela disposição novamente. Queria escutar seu riso despreocupado e verdadeiro, escutar de novo ele dizendo as suas babaquices de sempre.

- Você será uma boa mãe, algum dia Kazu!

Aquela noite em que Jin lhe visitara, pouco se importando com o risco que corria apenas para lhe fazer companhia, Kazuya não tinha palavras para agradecer o suficiente.

Naquele tempo em que se sentiu tão solitário e que nem mesmo pudera encontrar Akeko, era Jin quem estava ao seu lado. Era Akanishi quem viera ao seu encontro.

Não fazia sentido que, poucos dias depois, essa mesmo Jin o chamasse de egocêntrico para destruir seus esforços com a banda... Além disso, existiam aquelas palavras. Aquele sussurro depois do temporal. Finalmente, aquela declaração lhe saltou à mente.

Eu te amo.

- Eu te amo.

Kamenashi sobressaltou-se ao ouvir a mesma frase que pensava. Estava tão compenetrado naquelas memórias que elas resolveram sair da sua mente e confundir seus ouvidos?

Logo, porém, entendeu que aquelas palavras saíram dos lábios de Akeko, que acabava de despertar ao seu lado. Sorrindo para ela, ele lhe acariciou os ombros desnudos, beijando-os levemente.

Mas não disse nada.

2

O líquido branco encheu aquele copo até acima da metade. Kamenashi agradeceu e tomou um gole do leite, enquanto Akeko servia a si própria.

- Tenho certeza de que você conseguirá contornar tudo isso, querido. – ela disse, docemente.

Seu olhar apaixonado caiu sobre um Kazuya abatido. Desde o incidente com Jin, seu ânimo já não era o mesmo. Isso porque o clima entre o KAT-TUN era o pior possível e o rapaz acabava sugando aquela energia para si próprio.

- Eu preciso consertar isso o quanto antes, Keko-chan. Está insuportável.

- Sim, mas pra resolver isso você precisa se alimentar direito! Tomar um copo de leite no café da manhã não é o suficiente!

- Gomen, eu sei o quanto você se esforça para fazer essas comidas deliciosas, mas eu não consigo mesmo comer nada... Meu estômago anda meio estranho...

- Eu não falo isso pela minha comida, seu bobo. Eu sei que eu cozinho muito bem. – ela disse, jogando o cabelo para o lado e sorrindo, fazendo Kazuya observar o quanto era sedutora - Eu não ficarei abalada por você não comer, mas eu estou pensando em sua saúde! Seu ritmo de trabalho é muito puxado para ficar sem comer tanto tempo assim. Vamos, coma.

- Comerei um pouco de arroz, então, pra você parar de se preocupar, okaa-san!

Ela riu e bateu de leve em sua cabeça.

- Né? – ela disse, enquanto o observava comer – Tenho certeza de que Akanishi-san vai melhorar em breve, você não precisa ficar assim tão aflito... – Akeko segurou a sua mão, apertando-a com confiança - Ainda acho que deveríamos apresentar a Hikari-chan para ele! Qualquer que seja o problema que ele vem enfrentando, que deve ser muito importante para te chamar no meio da madrugada e fazê-lo dizer aquelas coisas horríveis para vocês, acredito que uma boa companhia feminina fará muito bem a ele!

Kazuya, ao ouvir aquelas palavras, baixou a tigela do arroz e olhou seriamente para Akeko.

- Aquela noite, realmente me desculpe. Eu não deveria ter saído tão bruscamente sem te avisar...

- Não se preocupe com isso, querido! Eu já não disse que está tudo bem? E foi por uma boa causa! – o sorriso que ela lhe dirigiu fez o coração de Kazuya bater mais rápido - É essa sua preocupação com os amigos que te faz ser o melhor...AH! Meu Deus, olha a hora! Preciso me trocar e você termine essa tigela!

- Hai, hai!

Ele terminou de comer e em seguida lavou a louça. Quando terminou, colocou os objetos em seus devidos lugares, que ele já sabia de cor e passou no quarto de Akeko. Ela terminava de se maquiar. Kazuya se aproximou e a ajudou a prender o colar.

Pelo reflexo do espelho, ela exibiu um sorriso radiante e repetiu:

- Eu te amo...

Seus olhos se encontraram. Kazuya lhe sorriu docemente.

3

Não foi surpresa para ninguém quando, duas semanas depois daquele incidente, chegou o cancelamento do debut. As palavras de Akanishi e o descontrole de Koki e Nakamaru mostraram aos executivos que eles ainda não estavam prontos. E não foi apenas o lançamento oficial, o mini-drama que eles gravaram naquele dia nunca chegou a ser exibido.

Aquilo abateu o grupo de tal forma que até mesmo a imprensa começava a levantar rumores sobre uma suposta briga. Os assessores de imprensa da agência tiveram dificuldades em colocar panos quentes naquele assunto.

Ainda que conseguissem ludibriar os jornais, o mal-estar dos membros do KAT-TUN era evidente nos corredores da agência. E também, internamente, não era segredo que Akanishi Jin estava sendo ignorado pelos outros.

Koki e Nakamaru não tinham a menor intenção de fazer as pazes com Jin. Ueda preferiu manter-se à parte dessa discussão, embora também estivesse falando o mínimo possível com Jin. Junno não o ignorava, mas suas conversas não eram animadas como antigamente e, de vez em quando, o rapaz alfinetava o outro dizendo que não queria aborrecê-lo com suas piadas infames.

Ninguém, porém, podia acusar Jin de não tentar recuperar a amizade dos outros. Era evidente que ele se esforçava o máximo possível, procurando sempre tentar amenizar aquela situação, mas o resultado que obtinha era justamente o contrário do que esperava.

Jin, com todo aquele empenho, apenas contribuía para deixá-los mais irritados, pois julgavam que ele estava apenas jogando com eles ou simplesmente sendo hipócrita.

4

O mais completo silêncio se formou quando ele abriu a porta. Aquilo era torturante, pensou consigo mesmo. Ainda com a mão na maçaneta, Jin olhou para Nakamaru, que voltou a prestar atenção no programa que passava na televisão. Junnosuke se recolheu na poltrona, jogando seu DS. Ueda nem ao menos levantara os olhos do livro quando ele entrou. Koki, por sua vez, o olhou, mas foi como se não tivesse visto ninguém, seu rosto não demonstrava nenhuma expressão.

Kazuya ainda não estava ali. Deveria estar com Tsubasa, lembrou uma parte irritante de sua mente, a parte ciumenta.

Bem, aqui vou eu.

- Ohayou!! Akanishi Jin chegou! – ele anunciou, tentando não mostrar a sua preocupação em não obter resposta.

Silêncio.

Alguém me dá um tiro na cabeça, rápido, por favor.

- O Kazu ainda não chegou?

Jin teve a impressão de ouvir grilos. Balançou os ombros, dando-se por vencido naquele momento. Teria que ser mais paciente, ele sabia que o que tinha feito não era algo que poderia ser consertado tão rápido. Talvez, até não tivesse mais como remendar...

Sem muita alternativa, ele sentou diante da penteadeira e começou a folhear um mangá que estava ali. Não era muito adepto dessas leituras, mas faria qualquer coisa que fizesse o tempo passar mais rápido.

Koki se levantou, foi até a penteadeira e pegou de volta o seu mangá.

- Ah... Isso foi muito maduro. – acusou Jin, não conseguindo segurar sua língua indisciplinada.

Ele apenas recebeu um olhar mortal de volta. Jin o olhou com um bico, mas não disse mais nada. Estava começando a ficar inquieto com tanto silêncio. Batucou na mesa, assobiou e começou a se balançar na cadeira.

- Né, Junno! Eu ouvi uma coisa e me lembrei de você!

- É? O que foi? – perguntou, sem tirar os olhos do videogame.

- Você sabe porque o jacaré tirou o jacarezinho da escola?

- Não, por que?

- Porque ele réptil de ano!

- Ah, coitado. – respondeu Junno.

- Ei, você entendeu?

- Uhum.

Jin movimentou seus lábios, sem dizer nada, enfezado. Dizia consigo mesmo que eles podiam ser um pouco mais tolerantes, talvez. Afinal, já se passaram mais de duas semanas e eles ainda poderiam ter o lançamento oficial, se eles parassem com aquelas birras e se dedicassem seriamente.

O silêncio era mesmo torturante, ele pensou. Agitado, Jin se balançava com cada vez mais velocidade. Até que subitamente perdeu o equilíbrio e caiu de costas no chão.

O barulho chamou a atenção dos membros do KAT-TUN, que apenas viram as pernas de Jin erguidas.

- O que diabos você está fazendo? – Koki não conseguiu evitar a pergunta.

- Itteee... – foi a sua “resposta”.

5

Ao final do dia, eles estavam combinando o jantar em um restaurante próximo, mas Junnosuke estava a fim de comer lámen, Koki preferia pizza, enquanto Ueda queria hambúrguer e Nakamaru, comida italiana.

Kamenashi, que havia terminado o banho há poucos instantes e enxugava seus cabelos, determinou de modo simples:

- Vamos comer no shopping e cada um pega o que quiser, oras.

- Boa, chefe! – exclamou Koki – Por isso que você é o presidente!

- Se você seguir meu exemplo, um dia chegará lá, Koki-kun! – disse Kamenashi, tentando soar como um velho.

As risadas podiam ser ouvidas do lado de fora do vestiário e elas chegavam aos ouvidos de Jin, encostado em uma parede do corredor. Era engraçado, ele pensava, no colégio não teve problemas em fazer amigos, jamais foi rejeitado e, agora, próximo de completar vinte e um anos, depois de anos fazendo parte de uma agência bastante popular, agora ele compreendia o que era se sentir completamente só.

Desanimado, optou por tomar banho em casa.

6

O despertador insistiu mais uma vez. Jin apenas apertou o botão do “só mais cinco minutos” de novo em seu celular e voltou a fechar os olhos, mas, assim como nas duas vezes anteriores, não ficou na cama para dormir mais um pouquinho, pelo contrário, ele estava bem desperto há um bom tempo.

Eram quase dez da manhã, mas ele ainda estava na cama. Já fazia alguns meses que seu sono não era regular. Desde que Harada o violentou pela primeira vez, para ser mais exato. Às vezes, ele passava noites em claro e em seguida dormia durante todo o dia ou, como agora, simplesmente ficava na cama, sem disposição para nada.

- Eu preciso me levantar ou vou me atrasar. – ele tentou convencer a si mesmo a sair dessa letargia.

Era como se estivesse debaixo de algo muito pesado. Seu corpo simplesmente não queria sair da cama. Dia a dia, estava sendo muito custoso fingir ser o bobo alegre de sempre, apenas para ser ignorado pelos demais.

Experimentava pela primeira vez a sensação de ser repudiado pelos amigos. Começava a compreender o significado mais desumano da palavra solidão. E descobriu que era pior do que ele podia imaginar. Definitivamente, ele odiava ficar sozinho.

- Eu preciso me levantar...- ele repetiu.

Desta vez, Jin obrigou seu corpo a se erguer. Sentado na cama, sentiu uma pequena tonteira, que devia ser pelo tempo que passara deitado sem sequer comer nada, mas foi algo passageiro e então ele se dirigiu para a ducha.

A água quente escorreu em seu corpo, lhe trazendo um novo vigor. Era o que precisava para encarar mais um dia com a banda.

Quando saiu do box, enrolado na toalha, ele se viu diante do espelho e forçou um sorriso. O sorriso descontraído de Akanishi Jin, o “A”, do KAT-TUN.

Vestiu-se sem muita preocupação, pegando a primeira roupa que viu no armário. Com os cabelos ainda pingando, saiu de casa.

7

Ah, ainda não está bom, inferno!

11h15. O relógio digital avisava-o de que precisava de um descanso.

Nakamaru, depois de esgotar-se de tanto dançar durante o ensaio, sentou-se em um canto da sala. Pingava suor e respirava com dificuldade. Estava colocando tudo de si naquele treino, em uma tentativa de provar a si mesmo que era muito mais capaz do que Jin acreditava.

Fechou os olhos e respirou fundo, tentando recuperar o fôlego. Ao abri-los de volta, viu uma garrafa de água estendida a sua frente. Olhou para cima e se levantou irritado, afastou a mão de Jin, que segurava a água, e foi para outro canto.

- Ele ainda está uma fera... – murmurou Jin, sentindo-se mal.

Pensou em se aproximar de Ueda e Junnosuke, mas o receio em ser ignorado novamente o fez permanecer no mesmo lugar. Sozinho, ele decidiu refazer os últimos passos.

Kamenashi, que ria de alguma coisa que Koki falava, observou toda a tentativa inútil de Jin. Em seu semblante, um misto de compreensão e pena.

8

O cair da tarde deixava a iluminação daquela sala bastante aconchegante. Essa era a impressão de Jin, ao entrar no local. Ele, então, aceitou o abraço da poltrona e deixou seu corpo cair sobre ela. Ali, ele repensou suas atitudes.

Afinal, ele tomara uma decisão. Escolhera proteger Kazuya e a banda, sacrificando a amizade entre eles. Definitivamente, ele fizera a sua escolha e agora teria que arcar com as conseqüências.

Havia sido ingênuo em imaginar que seria fácil passar por esse tipo de provação. Acreditou mesmo que bastava o sorriso de Kamenashi para lhe renovar o espírito com energia suficiente para encarar todo o desprezo de seus amigos. A verdade, porém, era que estava sendo dolorido demais.

Não imaginou que passaria por uma situação em que sentiria tanto a falta deles, apesar de encontrá-los todos os dias. Queria poder voltar a gracejar com Nakamaru, receber o carinho de Koki, contar com a tranqüilidade de Ueda. Até mesmo as piadas infames de Junno, até isso, ele queria de volta.

- Algum dia pode ser tarde demais, Jin.

Franziu a testa. Kamenashi devia odiá-lo, agora. Depois daquele dia, não voltaram a se falar. Apesar da promessa, Kazuya se distanciou. No final, a banda era mais importante para o pequeno. Tão importante que essa nova decepção com o debut rompera aquele elo que havia sido criado naquela noite, em seu carro.

Ainda assim, Jin sabia que faria exatamente tudo igual, se pudesse voltar no tempo. Isso porque, mais do que o abandono dos seus amigos, mais do que o afastamento de Kazuya, o que ele tinha plena consciência de que não suportaria era ver o grupo sendo dissolvido por Harada, aquele inescrupuloso e obsceno assessor.

Imaginou o caçula da banda sentado naquela sala impura, diante daquele sórdido, tendo que escutar que o grupo KAT-TUN estava acabado e que ele, Kamenashi Kazuya, estava expulso da agência por te sido pego em flagrante fumando e bebendo com Jin, durante o período de isolamento.

Pensar nisso, fez Jin recuperar a certeza de que fizera a escolha certa. Ainda que todos jamais o perdoassem, fizera o que devia ser feito para preservar a banda e, principalmente, Kazuya. Ao menos, com relação a isso, sua consciência estava tranqüila.

9

Havia sofrimento demais naquele rosto tão delicado. Isso o fazia sentir-se cada vez pior. O que era aquela vontade de abraçá-lo? De afagar-lhe os cabelos escuros e garantir que tudo ficaria bem?

Da porta, Kamenashi podia observar Akanishi muito bem, sem se preocupar em ser visto ou não, pois o outro mantinha seus olhos fechados, enquanto sua testa franzia diante de alguma lembrança perturbadora.

O Sol, em seus últimos momentos daquele dia, parecia envolver Jin com sua manta dourada, mas, ainda assim, aquele calor não era suficiente para romper com a camada de gelo que parecia existir ao redor do jovem e que inibia qualquer aproximação por parte de Kamenashi.

“Não fique assim”, eram as palavras presas em sua garganta. “Vamos superar essa crise”, ele queria dizer. Mas não conseguiu. Confuso, deu às costas e se afastou.


10

Viu a sua própria imagem tremer e se distorcer quando atirou aquela pedra no rio. Poucos instantes depois, a água se acalmou e Kamenashi pode ver seu rosto mais uma vez.

Ele interrompeu sua volta para casa quando sentiu vontade de parar e observar aquele lago. Sentado na beirada, ele pensava mais uma vez em Jin.

Perguntava-se o motivo dele ser tão inconstante. Por mais que se concentrasse, não conseguia encontrar uma resposta.

Kazuya jogou outra pedra, desejava que o KAT-TUN pudesse ser como aquele lago. Não importa quantas pedras caíam nele e nem o quão turbulenta fique a água, no final, a sua tranqüilidade continua intacta.

“Eu prometo que nunca te cobrarei por amor, então... Prometa que nunca vai duvidar de mim...”

Ele sabia que, antes de desejar que a unidade da banda pudesse ser restabelecida, ele tinha que decidir os seus próprios sentimentos. Precisava definir de uma vez se estava irritado com Jin e se unir aos outros ou... Ou se estava disposto a protegê-lo.

O debut era realmente importante para ele. Por Deus, como era. Mas era importante porque ele desejava alcançar o sucesso junto com seus amigos. Assim, se um deles estiver distante, o lançamento oficial perderia todo o sentido. Debutar em um clima como o que eles estavam vivendo, Kazuya não conseguia imaginar quanto tempo a banda conseguiria durar.

Por outro lado, doía demais o modo frio e zombeteiro como Jin tratou o sonho e o sentimento de todos eles naquela noite.

Deitou-se na grama e fechou os olhos. Ouvia o barulho do trânsito, das pessoas seguindo suas rotinas, dos latidos de alguns cães. Era tão bom ficar assim.

Lembrou-se da última vez em que estivera ali, naquele mesmo lugar, deitado na mesma grama. Naquela ocasião, estava gravando uma cena de Gokusen. Jin estava ao seu lado. Era o momento da reconciliação de Odagiri e Yabuki.

“-... Por mais que minhas atitudes possam demonstrar o contrário, nunca duvide do que eu sinto por você.”

Quando Kamenashi abriu os olhos, já havia feito a sua escolha.

“- Por mais que possa parecer que eu quero te machucar, é justamente o contrário, tudo o que eu fizer é desejando o seu bem-estar...”

Levantou-se rapidamente e correu.

11

Corria como um louco, com toda a sua velocidade, retrocedendo todo o caminho. Já era tarde, provavelmente aquela pessoa já teria ido embora, mas Kamenashi sabia que precisava tentar ou não conseguiria dormir.

O guarda noturno abriu a porta no momento em que reconheceu aquele garoto afobado. Assim como Kazuya tinha imaginado, Matsubara-san informou que praticamente todos já tinham ido embora.

- Apenas Takahashi-san e sua equipe ainda estão no prédio. – completou.

- Arigatou! É justamente por eles que eu estou procurando!

- Você não deveria estar aqui a essa hora... – bronqueou o homem, fechando a porta mais uma vez.

Desculpando-se ao máximo, Kamenashi seguiu pelas escadas – uma vez que os elevadores já estavam desligados – até o andar da produção. Enquanto andava apressadamente pelo corredor, não pode deixar de notar o quão assombrado parecia aquele lugar durante a noite, com quase todas as luzes desligadas.

O pessoal da produção de Takahashi era sempre aqueles que iam embora por último. Isso porque eram os responsáveis pelas edições de vídeos, a última etapa antes das gravações irem para o ar.

Da mesma forma como Matsubara, Takahashi-san se surpreendeu com a presença de um dos artistas mais promissores da Johnnys. Takahashi era um homem de aparência extrovertida, com longos cabelos presos em um rabo de cavalo, e que vestia roupas descontraídas, geralmente em cores claras.

- Kamenashi-san, você ainda está aqui? – ele questionou, com o cigarro no canto da boca.

- Ah, eu tenho um pedido para fazer, Takahashi-san. Eu preciso da sua ajuda, onegai shimasu.

Takahashi ficou, no mínimo, curioso com o que poderia ser tão importante para fazer aquele jovem se curvar de modo tão incisivo diante dele. Escutou o seu pedido com atenção e quando Kamenashi se calou, ficou pensativo.

A ansiedade crescia em Kame enquanto esperava pela resposta do produtor. Sentiu seu coração vibrar ao ver que Takashi exibiu um sorriso.

- Parece que teremos que virar a madrugada... – foi seu único comentário.

- Realmente me desculpe por isso. – pediu Kamenashi, sentando-se na cadeira que Takahashi lhe ofereceu.
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptyDom Fev 07, 2010 1:34 am

É Jin agora p/ eles te perdoarem vai demorar
claro, da p/ entender o motivo deles
ms o motivo do Jin entao...
ai tadinho :/
Hmm ql foi a ideia do Kame hein? pq ele voltou p/ la?
aii to curiosissima
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptyDom Fev 07, 2010 3:20 pm

Oi!!

A pior coisa é quando as pessoas brigam por causa de terceiros =/ ... Os dois lados tem bons motivos, mas o KAT-TUN não sabe o do Jin...

A idéia do Kame, no próximo capítulo! ^^

Grata pelo comentário!!

Beijosss
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptySeg Fev 08, 2010 4:33 am

OMG !

meu deus Kitty
essa sua fic é muito mas muito viciante O______O~
e muito perfeita
caracas num consegui esperar vc postar ela aki... então li pelo nyah (gomeeeeen)
foram dois dias de lagrimas e risadas XD~ Você colocou um Akanishi que nem pensava que imaginava /FATO

mas vou reler aki !

e posso dizer claramente que é ela é perfeita ! bota nisso perfeita nisso ;DDDDDDD

me apaxonei por akame <3
sinta se culpada por isso u__u~
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptySeg Fev 08, 2010 11:27 pm

Oi Bah!!

Fico contente que tenha gostado tanto da fic a ponto de a ler inteira (ou quase, visto no nyah tb não acabei XD) em dois dias!! Muito obrigada, mesmo!!

Imagina, não tem problema você ter lido pelo nyah não ^^!

É, essa imagem romântica sobre o Jin não parece ser algo muito comum nas fics e nem entre as fãs XD... Mas quando eu vejo os vídeos dele mais novinho, um pouco antes do KAT-TUN debutar e tudo mais... Pra mim é tão claro como ele é sensível... hauahuahuahua.

Ok. Admito que a imagem dele não colabora muito não u.u'... Principalmente agora com esse visual que ele usa com o cabelo amarrado!

Desculpe por vicia-la em Akame... Mas Akame é viciante XD!!!

Obrigada mesmo por ter lido e comentado!

Beijosss
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptySeg Fev 08, 2010 11:32 pm

Confiança

1

Diante da porta do camarim, ele estava incerto se devia entrar ou não. Não que ele tivesse alguma escolha, afinal, tinha que continuar trabalhando ou todo o seu esforço não teria significado algum. Respirou fundo e reuniu toda a sua força de seu espírito. Abriu a porta.

Ao entrar, Jin se deparou com uma cena intrigante. Havia apenas um membro da banda ali. Kazuya, jogado no sofá, dormia profundamente.

O que teria acontecido para ele chegar com tanto sono à empresa? Que horas teria chego? Teria ele passado a noite toda ali? Eram as dúvidas de Jin, que evitava fazer qualquer ruído.

Nas pontas dos pés, ele se aproximou e agachou diante do caçula. Dormindo de barriga para baixo, com o punho esquerdo fechado e o rosto levemente inclinado para baixo, Kamenashi parecia um filhote recém-nascido. Tal comparação fez nascer um sorriso idiota em Jin, mas, também, despertou um certo desejo.

Os lábios de Kazuya estavam entreabertos e o convidavam a se aproximar. Ele já estava a uma distância em que era possível sentir o ar quente da respiração de Kame. Jin engoliu em seco, sentindo seu coração começar a se agitar contra seu peito.

“Baka, você não costuma ficar tão tímido assim com as garotas... Seja firme!”

Jin reuniu toda a sua coragem e fechou os olhos. Estava quase beijando Kazuya quando a porta se abriu e um animado Nakamaru entrou:

- OHAYOUUUUU!

Com aquele grito, Kazuya acordou assustado e ergueu-se de uma vez só, apenas para ser obrigado a deitar novamente, com as mãos massageando a cabeça após sentir o queixo duro de Jin.

- ITTEEEEEEE! – eles gritaram juntos.

Jin se levantou, mas cambaleou alguns passos, enquanto sua mente se dividia entre recuperar o equilíbrio ou dar atenção aquela dor lancinante em seu queixo

Nakamaru piscou, sem entender o que tinha acontecido.

2

Aquela dor o fez fechar os olhos e Kamenashi, meio dormindo, meio acordado, não conseguia entender o que tinha acontecido. Apenas ouvia outra voz gemendo e Nakamaru falando sem parar.

- Itteeeee...- ele gemeu, esfregando com mais força a sua cabeça.

Quando finalmente abriu os olhos, encontrou Jin com a mão no rosto. Deduziu o óbvio, fora atingido pelo queixo dele, só não conseguia entender como.

- Que cabeça dura você tem, Kazu! – reclamou Jin.

- O que vocês estão fazendo? – perguntou Nakamaru. Ao perceber que Jin se preparava para falar alguma coisa, ele fechou a cara e logo emendou: - Deixa pra lá, eu não quero mesmo saber.

Nakamaru se dirigiu para o banheiro e se trancou. Jin fitou a porta e, com um suspiro de desânimo, jogou-se na poltrona, lugar em que ele mais encontrava apoio nos últimos dias.

- Não fique assim. – Kazuya disse.

Surpreso, Jin virou o rosto em sua direção. O caçula se aproximou por trás da poltrona e massageou seus ombros. Matinha em seus lábios um sorriso compreensivo e, para Jin, reconfortante.

- Eu ainda não consigo compreender o que foi tudo isso. Sinto como se existisse dois de você. O anjinho e o diabinho.

- Eu avisei que você não me compreenderia algumas vezes... Talvez muitas vezes.

-... Mas eu confio em você, Jin. Nós vamos superar essa crise, juntos, e levaremos o KAT-TUN para o seu debut, custe o que custar!

Jin olhou para cima e encontrou o olhar bondoso de Kazuya. A alegria que sentiu era indescritível. Não podia definir o que era aquela sensação maravilhosa em descobrir que ele, afinal, continuava ao seu lado. Não resistiu e levou a mão de Kazuya até os seus lábios, beijando-a com ternura e gratidão.

Emocionado, Jin preferiu descontrair logo o clima antes que seus olhos o traíssem e deixassem escapar alguma lágrima, o que seria extremamente constrangedor.

- É por isso que eu te amo, Kazu! – e ele jogou um beijo para o caçula.

Jin notou a as bochechas rosadas de Kamenashi, que virou o rosto e disse rispidamente:

- Ora, cala a boca! – o que apenas contribuiu para aumentar o sorriso de Jin.

- Você não sabe ser romântico, né?

-... Eu vou embora.

- Ei, eu estou só brincando, volte aqui.

Mas Kazuya já tinha contornado a poltrona e estava em direção à porta. Jin, sem saber ao certo o que fazia, levantou-se e o abraçou por trás. Kamenashi ficou surpreso ao ver os braços de Jin em torno do seu corpo. Um arrepio percorreu seu corpo quando sentiu aquela respiração quente em sua nuca.

- Arigatou, Kazu. Por ficar do meu lado... – Jin murmurou essas palavras com os lábios juntos ao lóbulo da orelha de Kazuya e percebeu que ele estremecia pela segunda vez. Ficou deliciado com as respostas do corpo do mais novo.

Kamenashi sentiu o rosto de Jin se afundar entre seus cabelos, procurando por abrigo, por um aconchego que aliviasse a tensão dos últimos dias. Então, para sua própria surpresa, conseguiu recuperar a expressão tranqüila e se permitiu sorrir. Então, ele disse com sinceridade:

- Eu prometi, não foi?

Jin sorriu e estalou seus lábios no rosto de Kazuya, deixando-o deveras tímido e desesperado para se soltar o quanto antes. Ele já estava com um palavrão na ponta da língua, mas o engoliu ao escutar aquele riso.

Kamenashi voltou a sorrir, contente com aquele lampejo de alegria que se manifestou no olhar do mais velho e que lhe deu a certeza de que devia seguir em frente com seus esforços para trazer Jin de volta para a harmonia da banda.

Ele faria tudo o que estivesse ao seu alcance para tornar o KAT-TUN novamente um grupo.

3

Nakamaru não respondeu de imediato. Jogou a toalha em seu pescoço e fechou a porta do seu armário. Depois disso, olhou para Kazuya, encostado no armário seguinte.

Admitia para si mesmo que aquela pergunta era inesperada. Apesar de conhecer a amizade de Kazuya e Jin, acreditava que o caçula seria aquele que mais se sentisse ferido com os últimos acontecimentos, devido a sua dedicação – muitas vezes exagerada – pela banda.

No entanto, naquela tarde, após mais um dia intenso de trabalho, foi justamente Kamenashi quem veio lhe perguntar se não poderia fazer as pazes com Jin.

- Não posso perdoá-lo. – respondeu, de modo enérgico.

A impressão que teve foi de que Kame não esperava por outra resposta, pois seu rosto não demonstrou nenhuma inquietação.

- Sei que ele errou. – ele disse – Mas será que vocês precisam ser tão severos? Não podemos continuar com a banda com este clima...

Nakamaru suspirou, pois sabia que o que diria seria cruel para o pequeno, mas ainda assim precisava expressar o que sentia.

- Sinceramente? Talvez seja melhor.

Como previu, desta vez, os olhos de Kazuya se abriram, alarmados.

- Eh? O que você está dizendo?

- Não dá mais pra continuar, Kazuya. Tantos anos de trabalho e dedicação tem se mostrado inúteis... Nós nunca alcançaremos o debut...

Acreditando que a conversa estava encerrada, Yuuichi seguiu para a ducha, mas Kame continuou em seu encalço.

- O KAT-TUN é assim tão fácil de ser destruído para você, Yuuichi?

Nakamaru bufou, mas não respondeu aquela pergunta, apenas disse:

- Eu vou tirar a minha calça, se você me der licença, eu não gostaria de ter testemunhas do meu incrível Sheng Long!

Diante daquele argumento, Kamenashi preferiu continuar aquela conversa outra hora. Mas, quando já estava próximo da porta e ouviu o barulho do chuveiro, deu meia volta e, de costas para não ver nada desagradável, disse:

- Antes de sermos KAT-TUN, somos amigos não é? Não vale a pena dar uma segunda chance a um amigo que errou?

Não esperou por uma resposta de Nakamaru, ainda que duvidasse que fosse obter alguma.

4

A vida não era justa, ao menos Sato Hiroku pensava dessa maneira. Aos vinte e sete anos, ainda não tinha conseguido se formar e, em uma sociedade rígida com os estudos como é a japonesa, esse fato podia ser pior do que cometer um crime. Muitos dos seus amigos diziam que era uma sorte ter conseguido um emprego em um restaurante de luxo como o Tókyo Room, e que ele devia ser grato. Mas Hiroku não compartilhava dessa opinião.

Trabalhar em um lugar em que apenas pessoas de elite o freqüentam é uma tensão que muitos não conseguem nem ao menos imaginar. Além de usar aquela gravata borboleta ridícula, que tanto o apertava na garganta, ainda era tinha que engolir seu orgulho – que não era pouco – quando atendia clientes mau-humorados. Como era o caso daquele senhor, que trabalhava em uma agência famosa de artistas, a Johnnys Entertainment.

- Eu pedi apenas água! E foi há mais de quinze minutos! – Harada esbravejava.

- Eu peço perdão. – Hiroku disse, enquanto enchia o copo do assessor – Eu peço humildemente perdão.

- Ora, afaste-se daqui. Vamos, saia.

Contendo a sua vontade de socar aquele homem, Hiroku se afastou, sem notar a expressão rancorosa de Harada.

Hiroku não tinha como saber que aquele nervosismo todo não era por causa da água. Isso sequer abalava a mente do assessor, que até já se esquecera de sua própria sede. Olhando para o relógio, ele comentou consigo mesmo que aquela pessoa estava atrasada demais.

Sua testa estava úmida de suor. Era a terceira vez que ele passava o lenço para enxugá-la.

Controle-se, disse para si mesmo. Não há razão para esse pânico. Eu fiz a minha parte do acordo.

Harada pensou em Jin. Lembrou-se daquele dia quando o levou para passear depois de um problema amoroso no colégio. Teve que passar o lenço mais uma vez na testa, ao se recordar dessa época.

- Boa tarde.

Harada ergueu os olhos na direção da voz. Encontrou um homem um pouco mais novo que ele próprio, que devia estar beirando aos quarenta, quarenta e dois. Era um homem bonito, bem vestido e com uma postura de que sabia da própria importância. Seu rosto, quadrado, expressa determinação. Seus cabelos, negros, eram cumpridos até o ombro, como a maioria dos japoneses, e a frente era repicada. Tinha um ar jovial e irônico.

Ele sentou diante de Harada e tirou os óculos.

- Desculpe o atraso. Estive ocupado com os negócios do...

- Não importa.

Hiroku se aproximou para anotar os pedidos. Harada pediu o prato do dia, enquanto seu acompanhante pediu algo mais requintado. Eles beberiam vinho. Quando o garçom se afastou, o assessor do KAT-TUN foi enérgico.

- Eu cumpri a minha parte do acordo. Agora, está mais do que na hora de você cumprir a sua.

O homem sorriu de leve e inclinou a cabeça para o lado.

- Eu não sei... Será?

- Ora, você está brincando comigo? Não posso mais esperar nem um segundo! Pelo amor de Deus!!

- Acalme-se, Harada-san, acalme-se. Isso tudo são negócios. Vamos tratá-los friamente, por favor. Você está chamando atenção desnecessária.

Ele se calou. Hiroku se aproximou com as bebidas e os serviu, estranhando o silêncio entre aqueles homens. O rapaz só desejava que o álcool não os fizesse brigar. Era realmente estressante quando os clientes resolviam brigar. As pessoas ricas são as piores quando brigam, na opinião de Hiroku. Elas têm tempo para armar escândalos por pouca coisa, tem mais tempo ainda para abafar o caso com a polícia, e, no fim, fazem as pazes com extrema facilidade. Eles só querem é arranjar dor de cabeça para os garçons, Hiroku desconfiava seriamente disso.

Quando puderam conversar de novo, Harada disse:

- Por favor, entenda a minha situação.

- Eu compreendo, eu compreendo... E, se me permite dizer, você tem feito um bom trabalho... Eu admiro o seu esforço. Mas, infelizmente, não tem dados resultados. Akanishi continua na banda.

Harada deixou a preocupação tomar a sua face.

- Isso já não é da minha responsabilidade. Você arquitetou tudo, se o rapaz continua na banda, não é por falha minha. Eu fiz tudo o que você pediu.

- Eu sei, eu sei... Eu não estou dizendo isso. – ele tratou de acalmar o assessor – Apenas digo que, se eu te der o que você quer, eu tenho certeza de que você irá parar de molestar Akanishi e assim, eu fico sem ter o que eu quero. Isso não é justo, é?

- Você está debochando de mim, é isso?

Ele balançou a cabeça, acendendo um cigarro, ainda mantendo a sua calma.

- O que eu quero dizer, Harada-san, é que eu preciso de um cheque-mate no garoto. O meu objetivo é que Akanishi peça para sair da banda...

- Por que simplesmente não arma um escândalo para expulsá-lo da agência?

- Não, isso é barulhento demais... Além do mais, dessa forma, ele não sofreria.

Harada se perguntou até que ponto chegava o ódio daquele homem pelo membro do KAT-TUN. Ele não sabia o motivo dele ter planejado tudo isso, também não lhe interessava realmente. Apenas queria terminar tudo aquilo o quanto antes para conseguir o que tanto buscava.

- E o que você quer que eu faça, afinal?

Ele sorriu e tirou de dentro de seu paletó um dvd. Com o cigarro no canto da boca, sorriu.

- Eu quero que você mostre isso ao rapaz.

- O que é isso?

- Kamenashi-san e sua namorada em um motel.

Harada uniu as sobrancelhas.

- Como você conseguiu gravar isso?

- Isso não importa. Eu sempre consigo o que eu quero. Ah, o almoço, finalmente, eu estou faminto. Por favor, desfrute da refeição, Harada-san.

Era espantoso como aquele homem mudava de assunto de forma tão pacífica. Ele não alterava em nada o seu semblante, seja falando de comida ou falando, com detalhes, de como deveria proceder durante o próximo sexo com Akanishi.

Ele é um demônio, foi a conclusão de Harada.

5

Uma vez que a conversa com Maru não trouxera resultado algum, Kamenashi moveu todos os seus esforços para aquela pessoa que sempre se mostrava preocupado e atencioso com todos da banda. Por isso, no dia seguinte, ele procurou por Koki.

Estavam em um restaurante pequeno, afastado do centro de Tóquio, onde podiam saborear aqueles guiozás em paz. Era o dia de folga da banda e Kamenashi se desculpou por chamá-lo tão bruscamente.

Tanaka não se importou com isso, gostava da companhia do amigo. Além disso, não havia planejado fazer nada de especial naquela tarde. Depois de se divertirem, rindo de algumas banalidades, Kazuya fez a seguinte pergunta:

- Já se passaram muitos dias... Você ainda está furioso?

Koki encarou o alimento, ao invés do amigo, para responder sinceramente:

- Não tenho mais vontade de socar o Jin. – ele admitiu – Mas não dá para esquecer as coisas que ele disse...

- O Jin estava maluco, eu não sei o que aconteceu com ele, mas ele estava mesmo maluco.

- Será?

- Eu tenho certeza de que ele não estava sendo sincero. – Kazuya estava convicto.

- Então porque ele disse aquilo tudo? Dizer aquelas coisas sobre o Ta-chan... É imperdoável.

- Não diga isso! – pediu Kamenashi, desesperado – Nós somos o KAT-TUN, não podemos nos abalar dessa forma!

Koki não queria magoar o amigo, mas já não compartilhava da mesma opinião. Naquela noite, para ele, Jin tinha escolhido outro caminho muito distante do grupo. Ainda que, posteriormente, ele tentasse reconquistar a sua amizade, Tanaka ainda sentia as suas palavras pesadas ressoando em sua cabeça. Estava magoado com Jin, profundamente magoa, e cansado de tanto se esforçar pela banda.

- Gomen, Kazu. – Koki pediu, se levantando, desanimado para continuar com a conversa – Eu pago a conta.

- Koki...

Kamenashi o observou dar a volta na mesa, em direção à porta. Ele sabia que não seria fácil convencê-los a perdoar Jin, mas precisava mostrar a eles que, mais do que nunca, precisavam se unir, ou, então, a banda acabaria...

Levantou-se com a intenção de ir atrás do outro, mas seu celular tocou e nome no visor o impediu de seguir Koki.

- Alô?

- Kamenashi-kun? É o Takahashi. O que você me pediu... Finalmente terminamos.

- Eh? De verdade? Posso ir buscar, então?

- Claro, estou de esperando.

- Chego em meia hora! Arigatou, Takahashi-san, arigatou!

6

Dizem que mente vazia é oficina do diabo, então o melhor remédio para Jin esquecer o conflito com a banda e o assédio constante de Harada foi se afogar no trabalho. Ele se esforçava ao máximo diariamente e, em seu apartamento, ligava cada dia para algum amigo fora do círculo da Johnnys, a fim de evitar o quanto fosse possível a solidão e as lembranças.

Quando não conseguia encontrar ninguém para lhe fazer companhia, Jin tentava dominar seus pensamentos. Ele repetia mentalmente boa parte dos trabalhos realizados, procurando consertar os erros e aperfeiçoar o que já estava bom. Em seus dias de folgas, sem saber o que fazer, ele ia até a agência e ensaiava os passos das coreografias.

Naquele momento em que Harada o abordou, ele estava indo para o vestiário, banhar-se após uma longa tarde de ensaio solitário.

- Apronte-se e me encontre no estacionamento. – ele disse com seu jeito austero - Como você se comportou bem em relação ao debut, vou te levar para passear.

Jin apenas balançou a cabeça, concordando, e entrou no vestiário.

7

Yamashita havia regressado a apenas um dia das gravações da novela, mas já havia mergulhado de cabeça com as obrigações do NEWS. Na verdade, neste momento, estava atrasado para a gravação de um programa e descia as escadas de emergência da Johnnys com toda a velocidade da qual era capaz.

- Essa não, eu preciso me apressar! O Ryo vai me matar!

Pulava os degraus para alcançar o estacionamento o quanto antes e tropeçou justamente no último, quase indo ao chão. Recuperou-se, rindo sozinho.

Quando alcançou seu carro e estava preste a entrar, escutou a voz de Jin, vinda de algum canto do estacionamento. Ele dizia:

- Para onde estamos indo?

Yamapi avançou alguns passos até ver o amigo diante de um carro preto, que ele supôs corretamente ser de Harada, uma vez que era com ele que Jin falava. Sentiu a saudade crescer ao vê-lo.

Fazia algumas semanas que ele não tinha notícias de Jin, as agendas de ambos estavam bem lotadas, mas Yamapi não se perdoava por ainda não ter conseguido dar algumas palavras carinhosas para o amigo depois de toda a confusão sobre o lançamento do KAT-TUN. Ele pensou em se aproximar, mas, estranhando alguma coisa no comportamento de Jin, não o fez. Ele permaneceu onde estava, apenas observando.

- Não se preocupe, você vai gostar! – afirmou Harada, beliscando levemente o traseiro de Jin.

Yamapi viu o sobressalto do amigo, que olhou enfezado para o assessor. Harada fechou a porta e depois se dirigiu para o lado do motorista.

Um atônito Yamashita observou o carro se distanciar.

- Jin... O que foi que aconteceu aqui?

Sua mente foi distraída pelo toque do seu celular. Ryo, do outro lado da linha, esbravejava pela demora do amigo.

- Eh, já estou indo, já estou indo!

Talvez, eu tenha enxergado mal.

8

Jin nem se iludiu sobre o que seria a surpresa de Harada. Por isso, ele não demonstrou nenhuma reação quando se viu em um quarto de motel. Era um dos lugares mais caro de Tóquio, mas, em contrapartida, ali era mais confiável do que dentro de um cofre de banco. Justamente por isso era freqüentados por celebridades, empresários e os políticos mais importantes do país.

O rapaz nunca se imaginou ali, ainda mais com tal companhia. Fitava o espelho em cima da cama, aquilo era realmente brega, em sua opinião, mas era melhor olhar para ele do que para os outros acessórios eróticos que havia por todo o local.

- Você quer beber algo, Jin? – Harada perguntou, enquanto servia a si próprio com saquê.

Ele riu.

- Não transforme isso em um encontro.

- Ah, você devia aprender a dançar conforme a música, garoto. Se tem que fazer algo, então aproveite ao máximo.

- Eu jamais terei uma visão torta sobre nós dois, se é isso o que você quer dizer.

Harada balançou a cabeça, negativamente.

- Você devia escutar os mais velhos. Seria melhor para você se tivesse uma visão mais fria das coisas que acontecem em sua vida.

Que diabos ele está falando? Está tentando me consolar por ter me transformado em seu brinquedo sexual? Que canalha...

Enquanto retirava a gravata, Harada deixou escapar um suspiro. Jin o olhou intrigado e viu a sua expressão de dúvida. Aquele homem parecia refletir sobre alguma coisa e, quando afinal chegou a uma conclusão, seus ombros caíram levemente e seu rosto estava sombrio.

Jin o observou empurrar o móvel com a televisão para próximo da cama e em seguida ele colocou um dvd. Quando se voltou para Jin, seu rosto já estava com o sorriso irônico de sempre.

- Aqui está o seu presente, Jin... Espero que aproveite!

Harada apertou o “play” e se sentou atrás de Jin na cama, começando a desabotoar sua camisa. Quando o vídeo começou, os olhos de Jin se alargaram.

9

Meia noite. Tatsuya não pode deixar de suspirar ao olhar pela janela, depois que a campanha tocou, e ver Kamenashi ali. Sua reação era mais do que esperada, uma vez que ele sabia muito bem o assunto que trouxera o mais novo da banda até ali.

Ueda recebeu várias mensagens em seu celular durante todo o dia, mas não respondeu a nenhuma. Evitava o caçula deliberadamente, querendo evitar o máximo possível àquela conversa.

Agora, porém, não tinha escapatória. Provavelmente o garoto tinha percebido as luzes acessa, não tinha como ignorar a sua presença. Conformado, ele abriu a porta sem, contudo, esforçar-se em não demonstrar o seu mau-humor.

Kamenashi o cumprimentou, com as mãos enfiadas nos bolsos do jeans, pedindo desculpas pelo horário. Ueda deu espaço para ele passar, sem dizer nada.

Kazuya passou os olhos pela sala, rapidamente, notando a organização do mais velho. Tirou calmamente os sapatos, enquanto sua mente se decidia em como começaria aquele assunto. Ele ainda não tinha certeza do quando Ueda estava bravo, ou triste, com Jin, porque, depois daquele incidente, ele simplesmente agia como se nada tivesse acontecido, ignorava totalmente o assunto, embora também ignorasse a presença de Akanishi a maior parte do tempo em que estavam juntos. O seu rosto, porém, era sempre impassível.

- Sente-se. – Ueda convidou, oferecendo a poltrona – Quer tomar alguma coisa?

- Não se incomode, eu já estou de saída... Eu apenas vim lhe fazer um pedido.

-...Você quer que eu perdoe o Jin?

Kazuya se perguntava desde quando Ueda possuía o dom de prever o futuro, talvez fosse obra de alguma fada, afinal. A resposta, porém, era muito mais humana.

- Nakamaru e Koki me ligaram. – ele explicou.

- Ah! Eu tentei te ligar também, mas seu telefone estava ocupado sempre... Era com eles que você falava, então?

- Não. Eu desliguei o aparelho depois que falei com eles.

- Eh? Por que?

- Por que eles disseram que você estava enchendo o saco. E eu não estava muito disposto a ser importunado. – o modo como Ueda disse isso foi tranqüilo demais, na opinião de Kame. – Em todo caso... Eles não estão dispostos a perdoar, não é?

Kame assentiu, com os lábios torcidos para a esquerda, em uma expressão de contrariedade.

- Mas e você, Ta-chan?

- Minha opinião não é muito diferente. Perdemos uma chance valiosa naquela noite, isso é difícil de esquecer.

Pensativo, Kazuya abriu a mochila que trouxera com ele e retirou um dvd.

- Ta-chan, por favor, assista isso... Ainda hoje, se for possível.

- O que é isso?

- Você vai descobrir quando assistir. Bem, eu preciso me apressar. Passarei na casa dos outros ainda hoje!

- A essa hora? Você ficou maluco?

Kazuya olhou firmemente para Ueda quando respondeu:

- Vocês podem me chamar de maluco ou obsessivo, mas eu certamente verei o lançamento oficial do KAT-TUN. Tenho certeza disso.

Sem dizer mais nada, ele se ergueu e despediu-se de Ueda, que, após fechar a porta, permaneceu ali, parado, fitando o dvd.

10

- Por favor, assista a isso!

Com as duas mãos, ele entregou um dvd para Junnosuke, que, de pijama, atendeu a porta bastante sonolento.

- O que é? – perguntou.

- Você verá. – ele respondeu, sorrindo.

Junnosuke não compreendeu aquelas palavras, mas não teve tempo de fazer outra pergunta. Kamenashi saiu correndo de volta ao táxi.

11

- Ainda hoje, se possível...

Koki piscou, com o dvd em mãos. Quando tornou a olhar Kazuya, o rapaz já estava de costas, correndo.

- O que diabos... – curioso, ele fechou a porta e foi direto assistir o conteúdo daquele disco.

12

- Ah... Chuva... Afinal, já é verão! – exclamou Nakamaru, olhando para a janela que recebia as violentas gotas.

Ele gostava do verão, mas não havia um motivo especial, talvez fosse apenas a sua idade. A maioria dos jovens gosta dessa época, é a que melhor representa o frescor da juventude e suas paixões.

Além disso, é sempre nesta época em que os jovens japoneses costumam ter as suas melhores recordações, afinal, normalmente passam o ano inteiro estudando e descansam apenas duas vezes, durante as férias de inverno e verão. No inverno, porém, por conta da neve, é sempre mais difícil sair e se divertir com os amigos. Já com o calor, as viagens até a praia são mais constantes, além de poderem se reunir para ver os fogos de artifícios.

Nakamaru tinha boas memórias das férias escolares, mas também tinha ótimos momentos com os rapazes do KAT-TUN... Este ano, porém, estava sendo bem diferente, pensou tristemente.

Ele ergueu a sobrancelha quando o seu celular tocou. Era Kamenashi. Não atendeu, não estava disposto a ouvir outro discurso em benefício de Jin. O caçula da banda, sabia ser insistente, ah, como ele sabia, e o seu aparelho continuou chamando sua atenção por muito tempo.

- Eu também sei ser teimoso. – Nakamaru afirmou, para o celular, antes de desligá-lo.

Acreditando que tinha encerrado aquela batalha, ele estava se preparando para ir dormir quando a campainha tocou.

- Eu não acredito nisso...

Pelo olho mágico, ele viu um Kamenashi parado diante do seu portão, pulando debaixo da chuva, provavelmente para esquentar o corpo enquanto esperava ser atendido. Nakamaru pegou o guarda-chuva que havia ao lado da porta e correu para cobrir o mais novo.

- BAKA! O que você está fazendo aqui?

- Que chuvão! – ele exclamou. Parecia animado. – Gomen, por vir a essa hora sem avisar, mas você não me atendia!

- Acho que qualquer pessoa com um mínimo de raciocínio perceberia que eu não queria falar com você!

- Desculpe por ser tão irritante...

- Ora, cale-se e entre logo! Está encharcado e eu estou começando a ficar também!

- Não vou entrar, vim apenas entregar isto aqui...

Colocou o dvd nas mãos de Nakamaru.

- Eu preciso ir, ainda vou passar na casa do Jin... Até mais.

- Ei, espera Kame!

Mas ele não esperou.

- Que inferno... – murmurou Nakamaru, voltando para dentro da sua casa.

13

Ele colocou o disco na prancha, sem imaginar que, em suas residências, Koki, Tatsuya e Junno faziam o mesmo. Nakamaru apertou um botão, fazendo o aparelho engolir o dvd e pouco depois ele viu aquelas imagens, ao mesmo tempo em que seus amigos também assistiam. Imagens que estavam guardadas nas memórias de todos os integrantes do KAT-TUN.

Inevitável o sorriso que surgiu naqueles lábios e, muito menos, as gargalhadas por não se lembrarem de como eram tão engraçados quando crianças. As sobrancelhas grossas de Kamenashi, a voz irritantemente fina de Jin, a altura desproporcional para a idade de Junno, os cabelos cumpridos de Koki, as madeixas loiras de Ueda e o corpo esquelético de Maru.

Com ajuda de Takahashi, Kazuya conseguiu resgatar programas que eles gravaram quando ainda eram dançarinos da dupla Kinkids; os primeiros Shounen Club; as viagens a trabalho e também fotos dos momentos de folga. Foram quarenta minutos de recordações alegres, divertidas, mas, principalmente, memórias que revelavam a personalidade de todos eles.

Ao final do vídeo, havia uma mensagem de Kazuya.

- Minna... Gomen por perturbá-los dessa forma... Eu sei que vocês estão cansados. Eu também me sinto perdido por muitas vezes, me perguntando se realmente nós não estamos lutando contra a maré, mas... Nós não podemos nos deixar abater dessa forma. E daí que nós ainda não estamos maduros? – Kame procurou respirar um pouco antes de continuar - Talvez não seja mesmo o melhor momento para sermos lançados oficialmente. – disse, controlando para que sua voz não saísse tão emocionada - Talvez precisamos aprender um pouco mais, mas, de qualquer forma, eu sei que nós não estamos no caminho errado. Nós chegamos muito longe, principalmente para um grupo que ainda não é oficial. Nós já realizamos shows, já lançamos nosso segundo DVD! Afinal, qual outro grupo na Johnnys foi capaz disso?

Olhando para as próprias mãos, cujos dedos ele estalava nervosamente, Kamenashi inclinou o rosto para o lado, tímido com as palavras que diria.

- Eu realmente fiquei irritado com o Jin. Como ele podia dizer aquelas coisas desagradáveis e de um modo tão frio? Naquela hora, eu me perguntei se não era um sonho, porque, era irreal demais. E isso ficou martelando na minha cabeça todos esses dias. Era irreal demais e quanto mais eu pensava, menos conseguia aceitar. O Jin não é daquela forma. Ele nunca foi de esconder o que pensava, sempre defendeu seu ponto de vista abertamente, até mesmo quando estava errado e mesmo sabendo que provocaria brigas. Então, porque naquela noite ele fez aquilo?

- Sinceramente, eu não sei...- Kamenashi prosseguiu – Mas, ao lembrar desses momentos que acabamos de ver, decidi confiar no Jin. Sei que ele não faria nada para prejudicar a banda intencionalmente. Eu não sei o motivo que ele teve para fazer isso, mas sei que teve um e que deve ter sido algo realmente importante, mas... Independente dele nos contar ou não, quero continuar acreditando na amizade que construímos dentro e fora da banda. É o que eu decidi.

Nakamaru apertou o botão para desligar a televisão, permanecendo sentado no sofá da sala, absorvendo as palavras do caçula.

14

O KAT-TUN vai passar por essa crise.

Dentro do táxi, Kame tinha certeza de que depois de relembrarem daqueles momentos, eles conseguiriam recuperar a essência do que era o KAT-TUN. Ele sabia que nem mesmo Maru, por mais irritado que estivesse com Jin, poderia negar a verdadeira personalidade do Bakanishi revivendo momentos de uma época em que todos eles ainda possuíam aquela sinceridade infantil.

Quando chegou ao apartamento de Jin, estava aliviado, tinha a impressão de que voltava a pesar seus cinqüenta e poucos quilos e que aquele peso em seu ombro já não existia mais. Sabia que em breve a banda recuperaria a sua unidade.

Kazuya pensou no riso de Jin quando assistissem aquelas lembranças, juntos. Com o coração confiante, ele tocou a campainha.

Foi um período turbulento, mas isso vai nos fortalecer.

Junno sabia que os próximos dias seriam melhores. Finalmente, aquela tempestade em cima do grupo parecia que tinha se tornado uma suave garoa. Deitou em sua cama, com um sorriso cheio de esperanças.

Devemos mesmo dar uma segunda chance ao Jin. Afinal, é o que os amigos fazem.

Koki guardou aquele cd de rock que pegara emprestado com Akanishi há algumas semanas e esquecera de devolver. O entregaria pessoalmente na próxima vez em que se encontrassem.

Somos amigos perseguindo um ideal comum. Vamos colocar todas as nossas forças nisso.

Nakamaru, diante do espelho do banheiro, treinava beatbox.

Por que, no fim, só nós seis podemos ser KAT-TUN.

Ueda socou o saco de areia, pendurado na porta do seu quarto, antes de ir se deitar.
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptyTer Fev 09, 2010 11:41 pm

Aaaaa o Pi viu, ele viu OMG
aaa Pi vc tinha q ter feito algo, vc viu certoo, nao foi ilusao nem nda do tipo
Aaa Ryo atrapalhou esse momento, ah ms ele 'apareceu' *-*
Q lindinho o Kame e sua mensagem *-*
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptyQua Fev 10, 2010 10:50 pm

Sim, o Pi vai começar a suspeitar *.*

Apesar da fic ser Akame, Pi se torna o meu personagem preferido XD. E o Ryo atrapalhou agora, mas mais para frente ele compensa esse "erro" XD.

E o Kame teve que apelar para amolecer o coração dos outros integrantes, mas conseguiu!! =D

Obrigada pelo comentário!!

Beijoss
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptySáb Fev 13, 2010 2:15 am

Guardião – parte um


1

Afundou o dedo na campainha mais uma vez e aguardou. No entanto, tão pouco obtivera alguma resposta. Desanimado, esfregou os próprios braços, para aquecê-los e depois pegou o seu celular. Ligou para Jin, mas a única voz que escutou foi aquela fria gravação, que dizia:

- O telefone se encontra desligado ou fora da área de cobertura.

Ele insistiu.

- O telefone se encontra desligado ou fora da área de cobertura.

- Eh... Onde você está a uma hora dessas, Jin? – ele perguntou em voz alta. – Ah, não tem jeito...

Kamenashi ignorou o desconforto de suas roupas totalmente molhadas e sentou-se no chão, encostado a porta. Se Jin ainda não estava em casa, poderia chegar a qualquer momento. Decidiu esperar mais um pouco.

2

O veículo estacionou em frente a uma estação de metrô. A porta foi aberta com violência e um jovem rapaz saiu pelo lado do passageiro. O motorista também saiu e gritou:

- Eu te levo até em casa... Você está pálido demais.

O rapaz, sem se virar, ergueu o dedo do meio em sua direção. O motorista riu de leve e continuou a gritar:

- Não seja mal-criado!

Apenas para ser novamente ignorado.

- Você tem certeza de que está bem? – ele perguntou, mas tinha certeza de que o jovem não conseguiria ouvi-lo aquela distância.

Harada suspirou e voltou para dentro do carro, partindo em seguida.


3

Eu quero ir embora.

Dói.

Porque tem que ser assim?

O que foi que eu fiz?

Porque Harada me odeia tanto? Por que me tortura desse modo?

Kazuya... Por favor, me deixe desistir...

...Eu estou no meu limite.


4

Ele andava como um zumbi pela plataforma do metrô. Não tinha consciência exatamente do que fazia, sua mente estava embaralhada com as imagens que assistira há pouco tempo e a sua própria voz, dizendo coisas sem sentidos. Sentia-se esgotado. Seu corpo inteiro doía.

Àquela hora, já não havia muitas pessoas na linha. Quando o trem chegou, apenas um casal de namorados, um senhor e Akanishi Jin dividiram aquele vagão.

Compenetrado no que se passava dentro de sua cabeça, ele não percebeu quando chegou ao seu destino e, por isso, foi obrigado a voltar uma estação a pé, já que aquele era o último trem.

Passara o resto da tarde e praticamente toda a noite com Harada e aquele dvd. Por mais que fechasse os olhos, não podia fazer nada em relação ao som. Entre os gemidos daquele animal, saciando-se com seu corpo, Jin escutava aquela voz, que tanto acalmava o seu coração, entregando-se para Tsubasa.

Jin se perguntava até onde chegava a insanidade de Harada e, ainda mais, o seu poder. Gostaria muito de saber como ele conseguiu filmar Kamenashi em um momento tão íntimo. Isso era preocupante. Aquele verme poderia mesmo fazer o que quisesse para prejudicar Kazuya.

- Eles estiveram juntos neste hotel... – Harada sussurrou em seu ouvido – Neste quarto. Eles transaram nesta cama... Como você se sente, Jin-kun?

A boca carnuda de Harada grudou-se em seu pescoço, deslizando em seu queixo e finalmente invadindo a sua boca. Jin saiu do transe do DVD, ao se dar conta do que aquele homem fazia. Era a primeira vez que o beijava na boca.

- Não adianta sentir ciúmes...- Harada retirou sua língua da boca do rapaz apenas para despejar mais venenos -... Ainda que ele fosse apaixonado por você, ele poderia tocar seu corpo depois de tudo o que nós vivemos, Jin-kun? Mordendo o seu pescoço, ele encontraria minha saliva... Em seus lábios, ele encontraria o meu gosto... Invadindo a sua língua, ele provaria do meu gozo...


Jin passou a manga de sua camisa contra os próprios lábios. Esfregou com fúria. Ele sentia uma dor aguda e indescritível em seu peito esquerdo. Sabia que Kazuya não o amava, jamais cobraria por isso, como prometera, não esperava tê-lo ao seu lado como amante, mas... Harada, aquele maldito sádico, arrancou-lhe qualquer esperança...

Por causa do assessor, naquele momento, Jin sentia que já não tinha mais o direito de amar Kazuya. Já não era digno desse sentimento. Como se estivesse contaminado com a pior doença que pudesse existir, como se ele fosse a pior escória. Harada transformou o seu amor em algo impuro demais para que Jin pudesse voltar a sonhar um dia estar junto de Kamenashi como seu namorado.

Aquela situação já era demais. Era o ápice, estava no limite de suas forças emocionais e mesmo físicas. Não tinha certeza de continuar agüentando aquilo.

Era uma noite quente, já era verão e pela primeira vez ele não se sentia animado com essa época. Chutou uma pedrinha e a fitou enquanto rolava lentamente a sua frente.

Faltavam poucos dias para o seu aniversário, pensou de repente, sem perceber porque isso lhe vinha a mente agora.

- Vinte e um anos, hein?

Por mais que o KAT-TUN ainda não fosse considerado uma banda oficial da Johnnys, Jin sempre pensou que tinha construído muita coisa profissionalmente mesmo sendo tão jovem. Agora, naquele momento, percebia como tudo na vida podia ser tão passageiro.

Em um simples sopro, em apenas dois meses, tinha a sensação de ter perdido tudo. Koki, Nakamaru, Ueda e até mesmo Junno estavam sentindo um ódio justo contra ele. A banda, mais uma vez, estava longe de ser lançada oficialmente. Era violentado constantemente por um maníaco enquanto Kamenashi dormia com uma mulher.

Seus olhos se encheram de lágrimas. Tampou a boca com a costa da mão, tentando segurar o choro, em vão, sentindo a solidão anuviar seu coração. Sentiu uma saudade tremenda de sua casa, de sua mãe, de seu pai, de seu irmão, seus cachorros, de seu quarto, de sua cama, de seu travesseiro...

Lembrou-se de que sua mãe costumava deixar uma xícara de chocolate ao lado da sua cama nos dias em que ele estava desanimado por qualquer que fosse o motivo. Desejou ardentemente poder segurar aquela xícara quente agora.

A sua mãe era o máximo.

Posso voltar para casa?

Era o seu sincero desejo enquanto chegava à esquina de sua casa, sem ter a menor idéia de que Kazuya estava dentro do táxi que acabou de passar por ele. Assim como ele também não poderia supor que aquela poça de água em frente a sua porta era resultado da espera do caçula, depois da chuva que tomou em frente a casa de Nakamaru.

Ele entrou, sem notar aquele objeto que havia sido enfiado por baixo da porta. Foi direto para o quarto.

5

Ironias da vida. Quando o táxi passou ao lado de Jin, Kamenashi estava abaixado, tentando alcançar o seu celular que tinha escorregado para o chão do carro. A sua intenção era ligar mais uma vez para o seu amigo, mas o telefone de Jin continuava indisponível.

Se Kazuya tivesse optado por não ligar mais uma vez, talvez ele tivesse visto a pessoa de Jin vagando pela rua. Talvez, então, ele pudesse confortar aquele coração tão machucado...

6

Na manhã seguinte, Jin estava entregue novamente à letargia. Aquele vídeo o destroçou por completo. Parecia que os gemidos de Tsubasa e Kamenashi não podiam lhe sair da cabeça. Não conseguiu pregar os olhos uma única vez sequer durante a noite, estava totalmente desperto quando o celular anunciou que já estava na hora de se levantar.

Ele não tinha mais forças para enfrentar o desprezo dos seus amigos e já não agüentava mais o ritmo quase diário das violações de Harada, além das obrigações de seu trabalho. O seu corpo inteiro estava dolorido, principalmente na região lombar.

A sua vontade era de passar aquele dia todo na cama, porém, haveria uma participação importante em um programa de televisão sobre as vendas do DVD. Com toda as forças que ainda tinha, obrigou-se a ir para o chuveiro.

Quando estava preste a sair, finalmente notou o dvd que Kazuya tinha deixado. Não reconheceu aquele objeto, mas já estava em cima da hora. Abriu a gaveta do móvel do telefone e o largou ali. Saiu, sem nem ao menos desconfiar que o conteúdo daquele dvd poderia aliviar a dor que carregava em sua alma.

7

Fazia um calor insuportável, Jin não conseguia entender como os empresários conseguiam se manter impecavelmente vestidos de ternos e gravatas. Dentro do metrô, ele agradecia por ter escolhido uma carreira que não o obrigasse a usar uniformes ou roupas sociais todos os dias, às vezes era necessário para alguma sessão de fotos, mas normalmente podia usar roupas mais confortáveis.

Ah, que inferno... Já estou suando... Ele passou a mão na testa, enxugando-se e ficou surpreso com o quão molhado estava. As suas costas ainda doíam bastante. Jin começava a duvidar se agüentaria o ritmo de trabalho daquele dia.

O trem parou na estação anterior a que deveria descer. Pela janela, ele pode ver aquele outdoor. Era apenas a foto, mas não pode evitar sentir aquela dorzinha no peito ao reconhecer aquela mulher. Aquela era a propaganda do novo cd de Tsubasa.

Kazuya mordiscou o lóbulo da orelha de Akeko, enquanto despia a sua blusa. Com dedos hábeis, retirou-lhe delicadamente o sutiã, em seguida massageou aquelas sinuosidades bem dotadas, deixando os mamilos escorrerem entre seus dedos.

A mão esquerda do rapaz deslizou suavemente para acariciar o ventre de Akeko, que inclinou a cabeça para o lado, deixando seu pescoço entregue a aqueles lábios finos e rosados, e tirou a outra mão de seus seios, guiando-a até o seu sexo.


O empurrão das pessoas chamou Jin de volta para a realidade, afastando aquelas imagens da sua cabeça, e ele percebeu que a porta já estava quase se fechando. Pedindo licença, passou a empurrar também aqueles que estavam em sua frente e saiu no último segundo.

A brisa matinal amenizou o calor que sentia, mas, em contrapartida, depois de lembrar daquelas cenas do dvd, sentiu um gosto amargo em sua boca, enquanto o seu estômago entrava em crise de identidade, acreditando ser um elevador.

8

A agência estava a poucas quadras, em menos de cinco minutos chegaria, mas não conseguia se acalmar. Sentia medo, era a primeira vez que se sentia tão mal. Sua nuca estava tensa, sua vista começou a escurecer, suas pernas tremiam, não sentia a menor firmeza nas mãos. E o seu estômago continuava revirando.

Pensou em ligar para uma ambulância, mas suas mãos já não respondiam as ordens de sua mente, o que contribuía para lhe deixar mais nervoso e piorar os sintomas.

Jin viu a portaria da empresa. Faltava atravessar apenas mais uma rua. Logo ficaria bem, tentou se convencer. Devia ser apenas um problema de pressão, por causa do forte calor.

O sinal ficou verde. As pessoas começaram a atravessar. Aquelas que estavam atrás dele, irritadas, contornaram aquele estúpido jovem de cabelos tingidos que permanecia parado e seguiram seus caminhos. Jin não conseguia entender o que elas estavam dizendo.

Com algum esforço, ele movimentou-se em direção à rua... Seus ouvidos registraram vagamente o barulho das buzinas. Um carro se aproximava rapidamente. Jin sentiu o suor em sua testa aumentar e escorrer até o seu queixo.

De repente, alguém o puxou bruscamente para trás. Desprevenido, não teve equilíbrio suficiente e caiu de encontro aquele peito. O perfume que entrou em suas narinas logo deixou sua mente em alerta. Assustado, olhou para cima. E a última coisa que viu foi aquele homem que tanto o machucara nos últimos meses.

Harada olhou preocupado quando viu o jovem desfalecer em seus braços.

9

Acordou bem disposto, sabendo que aquele dia seria diferente dos anteriores. Afinal, naquela manhã a amizade dentro do KAT-TUN seria restaurada. Imaginar a alegria voltando para Jin fez brotar um sorriso sincero em Kazuya, enquanto devorava aquele pão doce em seu café da manhã.

Passou rapidamente os olhos pelo jornal, leu as principais manchetes e então se preparou para sair. Foi quando o seu celular tocou. A voz de Koki estava assustadoramente rouca e hesitante quando contou aquela notícia.

- O Jin...

Uma grande preocupação invadiu seu peito, e ele sentiu sua boca secar, depois de ouvir o que tinha acontecido. Cortou a conversa rapidamente, enfiou o celular no bolso de trás e correu para a porta, onde calçou o tênis e pegou sua carteira. Fechou a porta com violência.

10

- Onde ele está? – gritou, enquanto sacudia aquela pessoa com força.

- Na enfermaria e...EI!

Afobado, correu em direção ao elevador, mas não conseguiu esperar até que ele chegasse e decidiu subir pelas escadas de emergência.

O Jin desmaiou no meio da rua.

Seus passos foram escutados por toda a agência. Ele não se importava em ser discreto, mesmo naquela ala em que deveria haver tranqüilidade para os enfermos. Naquele momento, nada disso passou pela sua cabeça. Apenas queria se certificar de que o amigo estava bem.

Enquanto corria, Yamapi não parou de se culpar. Ele sabia que havia algo errado com Jin há muito tempo, mas, querendo preservar a sua intimidade, não insistiu o suficiente para que ele lhe confiasse o que estava acontecendo. E esse súbito mal estar, Yamapi tinha certeza de que estava ligado com o problema que enfrentava.

Ele parou um dos enfermeiros, ainda no corredor, e perguntou por Akanishi. O rapaz informou o quarto.

- Harada-san está com ele.

O enfermeiro pensou que essa notícia devia aliviar a preocupação daquele rapaz, mas teve a impressão de que aconteceu o inverso. Yamapi, depois de agradecer, voltou a correr.

Harada estava sentado na sala que antecedia ao quarto e ficou surpreso com a entrada brusca do integrante do NEWS. Eles se cumprimentaram discretamente.

- Ele ainda não recobrou a consciência. Yamada-sensei ainda está realizando alguns exames. Você pode voltar aos seus afazeres, Yamashita-san, eu o avisarei assim que tiver novidades.

- Eu tenho a manhã livre hoje. – respondeu secamente, jogando-se no sofá do lado oposto – Vim apenas por que o Ryo me ligou, avisando o que aconteceu.

Lembrava-se daquele dia em que o viu levar Jin para algum lugar e isso, por alguma razão que Pi não compreendia muito bem, o fazia se sentir inquieto na presença do assessor do KAT-TUN. Algo em Harada o deixava em alerta.

- Talvez seja melhor o senhor voltar ao seu trabalho. – sugeriu – Com certeza o avisarei sobre o estado de Jin.

Harada hesitou, pensando na proposta, mas a aceitou, por fim. Agradecendo a atenção de Yamashita, ele se levantou e se dirigiu à porta no mesmo momento em que Ryo entrava apressadamente.

O choque levou o mais velho para o chão. De seu paletó, caiu um envelope, que se rompeu assim que chegou ao chão, espalhando algumas fotos.

- OH! Me desculpe, Harada-san.

Ryo demonstrou a intenção de ajudá-lo a recolher as fotos, mas o assessor apressou-se em juntá-las em um único monte e se levantou, com pressa.

- Não foi nada, Nishikido-san.

Sem mais, Harada se retirou. Nishikido olhou para Yamapi com uma expressão contrariada.

- Não me deixe falando sozinho daquela maneira, baka! Não é como se o Jin fosse morrer, afinal. E não saia correndo que nem um retardado também!

Apesar das palavras, Yamapi sabia muito bem que o moreno também estava preocupado. Pensou em zombar com ele, para aliviar o clima enquanto o médico continuava com Jin, mas algo chamou a sua atenção.

- O que foi? O que você está olhando?

Ele não respondeu. Levantou-se e agachou diante do outro sofá para resgatar uma das fotos que Harada não percebeu que tinha escorregado para debaixo do móvel. Então, seus olhos rasgados se alargaram com o que viu.

Por cima dos ombros de Yamapi, Ryo não compreendia porque Harada possuía uma foto de Jin, completamente nu.

11

Ele girou a chave da gaveta, certificando-se de que estava devidamente trancada. Depois disso, guardou-a em seu paletó. Aquelas imagens deveriam estar bem seguras ali, uma vez que não poderia deixá-las em sua casa, a mercê de sua esposa e filhos.

Por outro lado, o esbarrão com Nishikido o deixou apreensivo. Imaginava se ele ou Yamashita teriam visto alguma coisa.

Ah, que tensão.

Harada afrouxou a gravata e, com um lenço, secou o suor em sua testa. Olhando para o teto, desejou sinceramente que Jin melhorasse o quanto antes.

12

Abriu os olhos bruscamente, assustado, embora não se lembrasse do porque sentia medo. A primeira coisa que viu foi aquele ventilador, no teto, que lhe era conhecido. Ele se lembrou da última vez em que estivera ali, naquele mesmo ângulo, olhando para o mesmo ventilador.

Era final de novembro, do ano passado, quando caiu de mal jeito durante os ensaios. Junnosuke o carregou nas costas até a enfermaria, sendo escoltados por Kamenashi e Koki. Não tinha sido nada muito sério, apenas uma torção e foi obrigado a enfaixar o pé. Enquanto cuidavam do seu ferimento, Jin apenas fitava o ventilador. Como agora.

Só que ele não conseguia se lembrar de quando ou porque viera parar ali.

- Oh, finalmente acordou, Akanishi-kun.

Aquela era voz era familiar. Em um processo lento, uma vez que se encontrava debilitado, Jin o reconheceu como Yamada-sensei, o que apenas confirmou que ele estava mesmo na enfermaria da Johnnys.

- O que aconteceu? – perguntou, estranhando a sua própria voz, tão mole e baixa.

- Ao que tudo indica, um esgotamento... Você desmaiou na rua e, por sorte, Harada-san estava próximo.

Aquele nome o fez se lembrar do motivo pelo qual sentia medo. Então Jin se deu conta de que fora salvo justamente pela pessoa responsável por uma grande parte do seu mal-estar. Confuso, preferiu não pensar nisso agora.

- Você tem se alimentado direito?

- Hai. – ele mentiu.

- Ah, é? – ele não acreditou. – Em todo caso, você deve repousar por alguns dias aqui, vou acompanhar o seu cardápio durante esse tempo.

- Você não vai me fazer tomar sopa de ervilha, de novo, vai?

- Nunca soube que você não gostava de ervilha.

- Da ervilha eu gosto, não gosto da sua sopa.

-...

O médico o olhava, perplexo, não acreditando em seus próprios ouvidos. Disse:

- Aposto que você faria piada durante o seu próprio velório, não?

Jin riu. Apesar das palavras, Yamada não conseguiu evitar o sorriso. Se o rapaz estava fazendo gracinha, então ele estava bem.

- Bem, por hoje apenas relaxe. Agora eu vou deixar seus amigos entrarem, mas não façam bagunça.

- Hai!

- Mais tarde eu volto para recolher o seu sangue.

- Eh? É preciso?

- Não precisa se assustar... Vamos apenas confirmar que você realmente não tem nada, é só por precaução! Bom, até mais tarde, Akanishi-kun... Descanse.

Jin assentiu e o viu sair. Apenas cinco minutos se passaram até que a porta se abriu de novo e ele entrou. Não podia ser outra pessoa, pensou, assim que viu Yamapi adentrar o quarto e sentar-se ao seu lado com um de seus melhores sorrisos, mas que ele prontamente percebeu que era falso. Embora deitado naquela cama e sentindo-se tão fraco, ele era capaz de perceber o quanto seu amigo estava preocupado.

Normalmente, para qualquer outra pessoa, o membro do NEWS obtinha sucesso em esconder suas aflições, mas, assim como Jin não conseguia esconder nada dele por muito tempo, Pi também não podia disfarçar seu mal-estar para aquele rapaz.

Atrás de Yamapi, Ryo entrou com o seu sorriso costumeiro de deboche.

- E aí, seu inútil! Já dando trabalho logo cedo? – perguntou o moreno.

- Desculpem o incômodo! – pediu Jin, fracamente.

- Como é que você está? – quis saber Yamapi.

- Confesso que me sinto um pouco tonto...

- Então já voltou ao normal. – comentou Ryo – Vamos embora, Pi? Temos trabalho, afinal...

- Né? Você podia mesmo ser um pouco mais sensível de vez em quando! – protestou Jin.

Eles riram, mas Yamapi não compartilhou aquele momento. Estava sorrindo, mas não estava com a menor vontade de rir.

- O médico disse que foi um colapso nervoso. – ele disse, chamando a atenção dos dois – E que você não está se alimentando direito. O que você está pensando? Cuide-se melhor!

- Não é melhor falar sobre isso depois? – sugeriu Ryo – Ele precisa descansar.

Yamapi teve que concordar e engoliu o discurso que estava prontinho em sua cabeça. Então relaxou e deixou escapar um suspiro. Segurando a mão de Jin entre as suas, disse aquilo que estava palpitando em seu coração:

- Que bom que você está bem, né?

- Oh, que comovente... Acho que eu vou vomitar e já volto. – comentou Ryo, saindo da sala, com uma nada discreta intenção de deixá-los a sós.

Jin acompanhou a saída do moreno, rindo de leve. Depois, voltou seu olhar para o outro rapaz, que ainda brincava com seus dedos. Ele não pode deixar de observar como era bom sentir o calor do amigo naquele momento. Receber seu amor fraterno, que ele sabia ser incondicional, era como se enchesse seu coração com algo quente, tão quente que ele se permitiu a derrubar duas singelas lágrimas.

Yamapi secou aquelas lágrimas com seu dedo indicador, aquele desabafo dos olhos de Jin confirmava as suas suspeitas, despertadas assim que viu aquela foto. Ainda não sabia exatamente o que tinha acontecido, torcia para que não fosse tão sério como pressentia, mas aquele rosto cansado não o deixava se iludir.

“Neh, Jin... O que aquele homem fez com você?”

Piscou, ao sentir aquela umidade em seus próprios cílios, mas conteve a tristeza, não querendo preocupá-lo. Ele deslizou suavemente a mão pela bochecha de Jin, que fechou os olhos diante daquele gesto tão acalentador e protetor.

- Você sempre estará comigo, né, Pi? – perguntou, infantilmente.

- Sempre.

- Que bom...

Yamapi observou que Jin, sempre que se enfiava em alguma enrascada e o procurava, ele sempre começava com aquela pergunta. “Você sempre estará comigo?”, dizer isso parecia ser algo muito importante, por mais tolo que fosse o problema – como ter perdido um cd seu ou ainda quando precisava de dinheiro emprestado – Jin queria sempre se sentir seguro. Yamapi sempre soube o quanto ele odiava a solidão, por isso precisava ter a certeza da sua companhia.

- Não importa o que acontecer, eu estarei ao seu lado.

Jin não tinha disposição para refletir sobre aquelas palavras, apenas se sentiu confortável em ouvir aquilo e agradeceu sinceramente por ter aquele rapaz em sua vida.

Ele abriu os olhos assim que ouviu um barulho na porta, enquanto Yamapi levantava a face para a mesma direção. Eles viram ao mesmo tempo o responsável por tirá-los daquele transe que os unia.

Na porta, um tímido Kamenashi sorria sem jeito.
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptySáb Fev 13, 2010 2:51 am

Aaaaa Jin foi parar no hospital OMG
ow e agora?
kyaa Pi e Ryo foram visita-los *-*
ahaa Harada seu FDP Pi ta com uma d suas ftos
logo vc sera decoberto, espero
aah foi comovente essa cena do Pi c/ o Jin
nhaa fofos *---*
ooh o Kame apareceu q fofo tbm ^^
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptyDom Fev 14, 2010 3:51 pm

Oie, Nara!

O Jin não aguentou mais =/ ... Mas, agora, os melhores amigos vão entrar em ação ^.~!

Confesso que as cena do Pi e Jin foram as que eu mais gostei de ecsrever XD! A amizade entre eles é insuperável! =D

Obrigada pelo comentário!
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptySeg Fev 15, 2010 9:59 pm

Guardião – parte dois

1

- Você sempre estará comigo, né Pi?

Kamenashi, ao escutar essa frase, parou a mão no momento em que ia bater na porta. Com cuidado, girou a maçaneta e entrou lentamente. Não sabia porque estava entrando de modo tão sorrateiro, mas continuou com cuidado para não chamar a atenção.

Então, ele os viu naquele momento de cumplicidade. Seus olhos caíram sobre as mãos unidas de Jin e Yamapi, enquanto ouviu a resposta deste:

- Não importa o que acontecer, eu estarei ao seu lado.

Ele não soube explicar para si mesmo aquele incômodo no peito, que o fez soltar a maçaneta de repente, produzindo o barulho que chamou a atenção dos dois. Kamenashi riu sem jeito com aquela situação, mas Jin pareceu não perceber o que tinha acontecido e Yamapi apenas o cumprimentou jovialmente.

- Kamenashi, não fique aí parado. – ele disse, convidativamente – Sente-se aqui. Eu tenho alguns compromissos, então, por favor, cuide desse Bakanishi!

Kamenashi sacudiu a cabeça, afirmativamente.

- Oh, já vai, Pi? – Jin lhe lançou um olhar desolado.

- Vou, mas eu volto, pode apostar. Fique aí sossegado e descanse.

Despediu-se de ambos e fechou a porta. Kamenashi ocupou o lugar de Yamapi e pode ver bem de perto os olhos brilhantes de Jin, evidentemente satisfeito em vê-lo. Mas o que realmente o abalou foi ver aquele rosto tão abatido.

- Você está pálido...

- Foi só um mal-estar... Esse calor repentino deve ter mexido com a minha pressão!

Kamenashi não acreditou naquilo. Anteriormente, quando chegou a empresa, encontrou com Ryo no corredor e este lhe contou o diagnóstico de Yamada-sensei. Aquele tonto estava com seu corpo debilitado por trabalhar muito mais do que deveria, inclusive em seus dias de folga, e não estava se alimentando adequadamente.

- Mentiroso. – ele disse, rispidamente.

Jin se assustou com aquela agressividade, e Kamenashi se repreendeu por agir daquela forma insensata. Desviou seus olhos dos dele e tentou se justificar:

- Eu fiquei preocupado... Quando o Koki ligou e disse que você desmaiou... Depois, quando o Ryo disse que você não estava se alimentando direito, enquanto treinava todos os dias com exagero, não é para ficar zangado? Seja mais responsável...

Jin o escutava atentamente. Não pode deixar de notar que, mais uma vez, Kamenashi e Yamapi compartilhavam a mesma opinião, que, no caso, era a de que deviam bronquear com ele.

Kazuya apoiou na cama uma sacola, despertando a curiosidade de Jin. Ainda com um bico, ele retirou uma maçã e uma faca. Começou a descascá-la enquanto dizia:

- Por favor, não me assuste mais desse jeito.

Em nenhum momento, Kazuya teve coragem de encará-lo. Sentia sua face pegando fogo e não soube como sua voz não falhou, embora seu coração pulasse tanto que parecia que rasgaria sua pele a qualquer instante.

- Eu vou me cuidar. – afirmou Jin – Mas se for para ter você preocupado comigo desse jeito, talvez vale a pena ficar uns dias de cama e...Unfpt...

Kamenashi enfiou rapidamente um pedaço da maçã em sua boca para que ele não prosseguisse.

- Não diga asneira e coma. Mastigue devagar.

Jin tentou rir, mas engasgou com a fruta. Ergueu-se para tossir e sentiu a mão de Kazuya batendo em suas costas.

- Você não tem jeito... Seja menos distraído, seu idiota!

- Como é que é? – ele disse, entre as tossidas – Você é quem está tentando me matar! Corte em pedaços menores, imbecil!

- Não abusa...

Mas Kamenashi passou a cortar os pedaços em tamanhos menores. Entregou um para Jin, que não pegou, apenas abriu a boca, contendo outro riso.

- Que é? – Kazuya fingiu não entender a indireta.

- Ah... Eu estou tão fraco, tão cansado, Kazu... – Jin sacudiu a cabeça, para enfatizar o que dizia.

- Como é possível ser tão infantil? – Kazuya se perguntou, levando o pedaço até a boca de Jin.

- Arigatou. – ele disse, sentindo a fruta mais doce do que realmente era - Tenho certeza de que, sob seus cuidados, melhorarei rapidamente.

Ao que Kame resmungou:

– Eu tenho a impressão de que você já está melhor...

- Ver você sorrindo pra mim me renova as forças, Kazuya... Quando você vai entender que me faz bem?

Jin não falava com o seu tom habitual de gracejo. Estava sério, olhando-o de um modo tão intenso, que Kamenashi não agüentou. Disfarçando o seu constrangimento, ele se ergueu da cadeira para colocar a mão na testa do enfermo. Com uma expressão séria, disse:

- Sua febre ainda está alta, não é? É melhor você descansar... Deixa eu ajeitar seu travesseiro... Tem mais maçãs aqui, mais tarde você deve comer mais. Tente dormir um pouco, agora.

- Você vai ficar aqui?

- Eh? Alguém tem que trabalhar, né? Vê se descansa!

Devido a fraqueza, Jin não tinha disposição para argumentar. Fechou os olhos e durante algum tempo sentiu o dedo fino de Kamenashi percorrendo em seu cabelo. Depois disso, ele apenas registrou vagamente a porta sendo fechada.

2

Se os olhos são a janela da alma, então aquela alma devia estar por demais inflamada. Yamapi, que sempre preferiu mostrar um sorriso mesmo quando sentia vontade de chorar ou desferir um soco, naquele momento não fez questão de esconder o que se passava em sua mente. Estava furioso.

Ele não tinha nada concreto, eram apenas suspeitas que poderiam se mostrar infundadas, mas Yamapi sabia que o coração de Jin não mentiu para ele naquele momento. Jin não precisou dizer nada, mas o seu fraco choro bastou para que seu melhor amigo entendesse o quanto estava sofrendo.

Depois de sair do quarto, ele caminhou com determinação pelo corredor, com um destino certo. O seu semblante sério chamou a atenção de Ryo, que ainda estava próximo da enfermaria, encostado a uma janela, esperando por ele.

- E o Jin? – ele perguntou, surpreso por Yamapi passar direto. Teve que correr ao seu encalço para ouvir a resposta.

- O Kamenashi está com ele.

- Né, Pi... Sobre aquela foto...

Yamapi o interrompeu e, de maneira sombria, pediu:

- Não conte a ninguém sobre aquilo.

- Eh?

- Nem mesmo para o Jin.

- Mas não é melhor noss perguntarmos diretamente a ele? Afinal, não me pareceu que ele foi fotografado desprevenido! Além disso, aquela era a cama de um motel e...

- Fala baixo! O que você está pensando? – Yamapi finalmente parou de andar e olhou para os lados antes de prosseguir - Escute, não faça nada ainda. Vamos descobrir o que está acontecendo primeiro... Além disso, é melhor não tocar no assunto enquanto o Jin continuar fraco desse jeito, não podemos deixá-lo nervoso...

Yamapi parou de falar, mordendo os lábios. Foi com muito custo que conseguiu controlar um pouco o seu sentimento quando disse:

- O Harada fez alguma coisa ao Jin!

Pela primeira vez, em muito tempo, Ryo viu aquele rapaz a sua frente demonstrar tamanha raiva. Na verdade, ele se perguntava se alguma vez chegou a vê-lo tão irritado. Passado o choque, ele pensou naquilo que ouviu.

- Você acha que o Harada tem a ver com o mal-estar do Jin?

- Eu tenho certeza, só não sei direito como! Mas... Eu tenho uma vaga idéia. – a sua voz soou amarga, o que preocupou Ryo.

- Você não acha que eles estão tendo um caso, acha?

Apenas pela foto e sem acompanhar os momentos de depressão de Jin, Ryo não podia imaginar algo mais sombrio. Yamapi, por sua vez, estava bem consciente do sofrimento do amigo e por isso sabia que a pergunta do moreno soava como ingênua. No entanto, preferiu não corrigi-lo, por hora. Ao invés disso, ele disse:

- Né, Ryo... Preciso de um favor.

O rapaz prestou bastante atenção enquanto ele explicava o seu plano.

3

Sabia que Harada não se arriscaria a continuar andando com aquelas fotos, não depois de quase tê-las revelados a Ryo e a ele por acidente. Por isso, Yamapi tinha certeza de que, pelo menos durante este dia, elas estariam em algum lugar na sala do assessor. Ainda mais porque aquele homem não fazia idéia de que eles estavam com uma das fotos. Logo, ele não suspeitaria que alguém estava atrás delas.

Conhecendo os costumes da agência, Yamapi deduziu corretamente que o assessor estaria ocupado tentando resolver a agenda da banda por conta do imprevisto que foi o mal-estar de Jin.

Ele esperou por um momento em que Harada estivesse reunido com os membros do KAT-TUN e deixou Ryo de prontidão. Então, certificando-se de que ninguém o observava, ele invadiu o escritório.

Por sorte, era horário de almoço da secretária, o que tornava desnecessário inventar qualquer desculpa. Yamapi não perdeu tempo naquele local e seguiu para a área reservada de Harada.

Era uma sala ampla, bem organizada, com uma estante recheada de livros, onde também estava a televisão de plasma. Yamapi passou os olhos por ali, procurando por algum lugar que pudesse servir de esconderijo. Revirou alguns quadros, mas nenhum sinal de um cofre ou qualquer coisa parecida.

No centro da sala, uma mesa retangular baixa, de mármore e vidro fumê. As revistas com as últimas entrevistas do KAT-TUN estavam ali, ainda protegidas por plásticos. Ele passou direto por elas e foi até o móvel encostado na parede, onde ficavam o telefone e os retratos dos filhos de Harada e sua esposa. Abriu as portas debaixo, vasculhando rapidamente em busca daquele envelope que vira mais cedo. Não encontrou nada.

Ele, então, se concentrou na mesa de trabalho. Abriu as gavetas, mas a única trancada foi a que despertou sua atenção. Só podia estar ali. Precisava encontrar um jeito de abri-la. Conhecia alguns métodos, que aprendeu durante o os últimos anos escolares.

Pegou uma caneta e retirou a carga. Teve um pouco de trabalho em encaixar o suporte da caneta na fechadura. Por fim, conseguiu e depois de girar algumas vezes, escutou um clique. Sorriu.

O envelope estava ao fundo da gaveta. Yamapi despejou as fotos em cima da mesa. Ele trouxe a mão até a boca, em um gesto de incredulidade, depois que viu todas as imagens, uma por uma.

Franziu a testa quando a cólera começou a sufocá-lo. Não conseguia raciocinar direito, precisava sair dali. Pegou o seu celular e fotografou aquelas imagens. Ainda não sabia ao certo o que faria, mas precisava de provas. Ele se assustou quando o celular começou a vibrar em sua mão.

- O seu tempo acabou. – ele ouviu a voz de Ryo.

Yamapi desligou o celular, recolocou as fotos dentro do envelope, tendo o cuidado de incluir aquela que Harada havia perdido. Em seguida tentou encaixar o suporte da caneta novamente na fechadura, mas notou que suas mãos tremiam. Irritou-se consigo mesmo por não conseguir controlar suas emoções. Tentou se acalmar, ele precisava trancar a gaveta de novo e sair o quanto antes dali.

4

- Então fica acertado dessa maneira. Os trabalhos individuais de Ueda e Taguchi, que deveriam ser realizados amanhã, eu consegui rearranjar para hoje. O programa que vocês participariam foi cancelado, vamos esperar a melhora de Akanishi para agendar novamente. Nakamaru e Tanaka podem tirar o dia livre. Avisem o Kamenashi-san que ele também pode voltar para casa por hoje.

A voz de Harada era firme, mas educada, observou Ryo, do lado de fora da sala, bisbilhotando a reunião sem nenhum pudor.

Como ele poderia estar relacionado ao mal-estar de Jin? E porque ele tem aquela foto se eles não estão tendo um caso? Eram as questões que perturbavam sua cabeça.

Ouviu passos vindo em sua direção, então, com todo seu talento para atuar, fingiu que estava preste a bater na porta, quando ela foi aberta por Harada.

- Nishikido-san?

- Oh, Harada-san! Eu vim avisar que o Kamenashi está com o Akanishi, que despertou há alguns minutos. O médico disse que ele precisa apenas de repouso, foi um esgotamento.

- Que bom! – foi o alívio que se ouviu por trás de Harada, que vieram de Koki e Junnosuke.

- Obrigado por nos avisar, Nishikido-san.

Ryo deu passagem para o assessor e o viu se afastar. Nakamaru se aproximou, pedindo mais detalhes, porém foi ignorado. Ryo pegou o seu celular e discou um número.

- Seu tempo acabou. – foi o que ele disse, então desligou.

5

Preciso de mais tempo.

Yamapi sentia o suor frio escorrer pelo canto do rosto. A qualquer momento, Harada voltaria para sala. Ele tinha que sair, mas não poderia deixar vestígios de sua presença.

Quando sentiu o clique, suspirou, aliviado, apenas para, no instante seguinte, sentir a tensão subir pelo seu pescoço novamente quando escutou a porta da outra sala bater.

[i/]Essa não! Preciso me esconder.[/i]

Ele não tinha muita opção. Entrou no banheiro, encostou a porta e deixou apenas uma brecha para espiar. Yamapi prendeu a respiração quando viu aquele homem sentar em sua mesa de trabalho.

Harada parecia cansado e mantinha um semblante preocupado. Yamapi se perguntava se aquele desgraçado estava sinceramente preocupado com a saúde de Jin ou se com o fato de que ficaria sem o corpo do rapaz enquanto ele estivesse convalescendo.

Que vontade louca de encher aquele rosto de socos. Yamapi apertou seus punhos o máximo que pode, chegando quase a tirar sangue das próprias mãos, mas conseguiu se controlar o mínimo necessário para permanecer onde estava, apenas observando.

Harada retirou o celular do bolso e, ainda pensativo, discou algum número. Esperou ser atendido e, sem sequer se anunciar, foi logo despejando:

- O garoto está doente, o que mais você quer afinal?

A pessoa do outro lado da linha deveria estar falando alguma coisa, pois Harada ficou em silêncio por um bom tempo. Depois disso, desligou.

Harada jogou a cabeça no encosto da cadeira. Fechou os olhos e levou os dedos até a sua testa, massageando-a para aliviar a dor de cabeça que sentia. De repente, ele se levantou e caminhou em direção ao banheiro.

Em pânico, Yamashita entrou na banheira, puxou a cortina e deitou no azulejo, enquanto pedia aos céus para que alguma boa alma o salvasse daquela situação. Ele interrompeu as preces quando ouviu o barulho do zíper e em seguida o suspiro de alivio quando Harada começou a despejar o líquido amarelo no vaso sanitário.

Se eu contar, ninguém vai acreditar... Eu, Yamashita Tomohisa, vinte anos, preso em um banheiro com um sádico pervertido!

Yamapi fez uma careta quando sentiu aquele odor nada agradável. Aparentemente, Harada também estava aliviando sua outra necessidade. Apertando o nariz com os dedos, o garoto passou por alguns minutos difíceis ali, mas, com alívio, ouviu a descarga e em seguida o barulho da torneira. Esperou até ouvir o barulho da porta do escritório sendo fechado, então saiu dali o mais rápido possível em busca de ar puro.

6

Jogou-se com toda a sua força na grade de proteção do terraço da famosa empresa Johnnys Entertainment. Rangeu os dentes, contendo aquela agonia que brotava de seu peito e subia pela sua garganta.

Ali, o vento soprava forte, mas ele não se importou. Ignorou aquela agressão ao seu rosto, e também o seu cabelo sendo jogado para o lado, por vezes batendo em seus olhos.

Uma vez sozinho, ele não conteve seu choro. Fechou os olhos com força, desejando que isso fosse o suficiente para apagar aquelas imagens de dentro de sua cabeça e, ao mesmo tempo, quando abrisse os olhos, descobrisse que nada daquilo realmente tinha acontecido.

Isso costumava funcionar quanto tinha oito anos e pensava haver fantasmas em seu quarto. Naquela época, ele fechava com tanta determinação, que se cansava e acabava dormindo. Acordava apenas na hora de ir para a escola, com o despertador tocando há muito tempo e sua mãe começando a gritar com ele.

Agora, porém, não adiantou. Abriu os olhos e, sem ver a tela do celular que segurava, sabia que Jin continuava deitado naquela cama, com aquela expressão de dor enquanto Harada montava em seu quadril.

“Será que eles estão tendo um caso?”

Yamapi tinha certeza de que não se tratava de um romance. Não havia nenhuma foto em que dividissem o mesmo sentimento. Havia apenas Harada, com um rosto cheio de satisfação enquanto em Jin existia apenas dor. Não podia ser um romance. Definitivamente.

Por quantas provações teria seu amigo passado naquelas mãos? Era esse pensamento que mais doía. Imaginava quantas vezes, há quanto tempo, Jin vivia esse drama. Será que desde aquela ocasião em que ele jurou procurá-lo se não conseguisse resolver o problema? Ou teria sido antes, quando brigou com Kamenashi? Poderia ter sido no ano passado?

Yamapi, no fundo, sabia que não importava como ou quando começou, mas era necessário terminar o quanto antes. Estava decidido a colocar um ponto final naquela história.

Sabia que precisaria ser forte para apoiar Jin. Não poderia demonstrar qualquer fraquejo em sua frente. Por isso, ele decidiu desabafar toda aquela revolta ali, no terraço, sozinho. Choraria o quanto fosse preciso agora, de modo que não voltasse a lagrimejar na frente do amigo.

Ele tinha compromissos durante à tarde, sessões de fotos, mas que se dane, pensou.

Estou farto de fotos.

Já era noite quando ele finalmente regressou ao quarto da enfermaria.

7

Quando ele está dormindo, é possível notar o quanto Jin ainda mantém traços infantis, observou Yamapi admirando-o da porta. Qualquer um poderia considerá-lo inocente, sob aquele ângulo. Além disso, aquela aparente tranqüilidade, que não combinava com a sua personalidade agitada quando acordado, era mesmo algo que somente as crianças conseguiam demonstrar.

Em seu íntimo, amaldiçoou Harada por sujar aquela pureza.

Sutilmente, aproximou-se da cama, sentando-se mais uma vez ao seu lado. Com o queixo apoiado nas mãos, Yamapi sorriu. Ainda que estivesse doente, o rosto de Jin continuava bonito. Ao menos, para ele, continuava sendo o rosto mais bonito. Com a mão em sua testa, descobriu que Jin ainda estava com um pouco de febre. Suspirou.

Pegou o seu celular. Viu que havia quinze chamadas não atendidas dos membros do NEWS, a maioria era de Ryo. Yamapi as ignorou e selecionou uma das fotos de Harada.

Naquela, Jin estava abraçado a Kamenashi, no metrô. Apertou o botão e a imagem mudou. Viu os dois fumando na janela de um apartamento. E, por último, viu Jin sentado em frente a um prédio, com Kamenashi segurando um guarda-chuva para eles.

Yamapi não conseguia entender o que aquelas fotos poderiam significar para Harada. Talvez, ciúmes? Ele logo refutou essa idéia, porque as outras fotos não demonstravam nem um pouco de amor, apenas cobiça e luxúria. O máximo que aquele escroto poderia nutrir era um sentimento de posse e, portanto, ninguém mais devia se aproximar de Jin.

Mas, na realidade, para ele, não era o sentimento de Harada que importava naquele momento. E sim o de seu amigo. Diante daquelas fotos, do olhar de Jin nelas, ele logo reconheceu aqueles sintomas.

Apaixonado. Então, ele estava novamente apaixonado... A imagem de homem sexy e conquistador que Jin vendia sendo o “A” do KAT-TUN não podia estar mais longe da realidade que ele, Yamapi, conhecia.

Era certo que Jin tivera vários relacionamentos, mas parecia que nunca aprendia nada com eles e, assim como em tudo que ele fazia, sempre iniciava um namoro com uma empolgação e sinceridade pra lá de exagerada e, por isso, quando chegava ao fim, a queda era muito alta. E era Yamapi quem sempre tinha que recolher os cacos.

Nem mesmo para os membros do KAT-TUN Jin se permitia mostrar esse lado tão frágil. E talvez não tivesse mostrado a ninguém, se o próprio Yamapi, certa vez, não o tivesse flagrado chorando em seu quarto.

Para sorte de Jin, naquela vez, havia sido Yamapi quem o encontrou em um momento tão delicado. Yamashita sabia sempre as palavras apropriadas para lhe dizer, sempre conseguia deixá-lo a vontade para falar qualquer besteira que fosse, mesmo que fosse algo tão vergonhoso quanto admitir que fora rejeitado.

Depois daquilo, ele passou a ser o único a conhecer o que de fato sentia o coração de Jin, até mesmo quando o próprio não era capaz de reconhecer. Esse era o Jin, não conseguia falar com sinceridade sobre seus sentimentos, era algo realmente custoso para ele.

- Que canseira... – Yamapi suspirou - Parece que terei que cuidar de você de novo né? Mas fique tranqüilo... Agora, eu estou ao seu lado.
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptyTer Fev 16, 2010 3:25 am

É né Kame se preocupa q nem o Pi hehe
Aaa Pi cmo vc é lindo, cmo vc é maravilhoso *-----*
com um amigo desses qq um se sente mais seguro né
nossa Pi qse foi pego hein, mó arriscado
e essa cena do banheiro
ai coitado
preso com um pervertido e aqle fedo
blergh
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptyTer Fev 16, 2010 10:53 pm

Sim, o Kame também se preocupa com o Jin ^^, mas, talvez seja uma preocupação que transceda à amizade! ^.~

E Pi, como já disse, é o melhor personagem dessa história *.* ... Ele se mete em cada uma para ajudar o Jin XD!

Obrigada por continuar lendo e comentando ^^!

Beijosss
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptyQui Fev 18, 2010 11:24 pm

Ciúmes

1

Naquela manhã, Jin acordou se sentindo melhor. O enjôo tinha passado de vez, a febre tinha diminuído e o seu corpo parecia estar dolorido apenas de ficar deitado o tempo todo, coisa que o deixou tremendamente aborrecido nos últimos dois dias. Mas, hoje, ele finalmente voltaria para sua casa.

- Está pronto? – Yamapi perguntou, parado de braços cruzados próximos a porta.

- Não é como se eu tivesse muito que arrumar né? – Jin riu – Minha carteira está aqui, então, acho que é só. – Ahhhh, finalmente eu vou sair daqui... Não agüentava mais ficar parado... Vamos?

Ele não obteve resposta. Yamapi, silenciosamente, o fitava. Normal. Ele age normal demais...

Jin arqueou as sobrancelhas, indagando-se o motivo daquele olhar. Em um movimento súbito, Yamapi deu um passo em sua direção e o abraçou.

- Pi...

Por que você se força tanto a se mostrar alegre? Por que você sofre em silêncio, Bakanishi?

- Hey... Pi?

O perfume que Yamapi usava era delicioso, percebeu Jin. Gostava daquele aroma, já que havia sido ele mesmo quem o escolhera enquanto estavam passeando no shopping, certa vez. Foi o seu presente no último aniversário de Yamashita, era natural que o reconhecesse.

Abraçados daquele jeito, Jin sentiu todo o calor do corpo do amigo. Era algo muito aconchegante, que o fez sentir-se relaxado, a ponto de ficar sonolento... Ou ainda eram os efeitos dos remédios?

Sentiu frio, quando Yamapi se desprendeu do seu corpo. Eles se encararam, mas Yamapi não disse nada e saiu do quarto. Confuso, Jin o seguiu.

2

- Ah... Estou de volta.

Jin dizia isso, de braços abertos, como se pudesse abraçar a sala de seu apartamento. Yamapi o ignorou, enquanto abria a cortina, deixando a saudável luz matinal entrar.

- Você poderia arrumar este lugar de vez em quando, sabe? Estava cheio de pó quando vim aqui ontem abrir as janelas.

- É porque eu estava internado, né?

- Aquela quantidade de poeira certamente não é de um ou dois dias – Pi retrucou – Além disso, você só repousou na agência, não era um hospital de verdade e não faça tanto drama.

- Aposto que você pensou que eu ia morrer!

Yamapi riu, forçadamente.

- Claro que não.

- Admita, admita, você ficou preocupado!

Jin foi pra cima de Yamapi, para gritar em seu ouvido, sabendo que a orelha era um de seus pontos fracos. O rapaz apenas esticou a mão para frente, no peito de Jin, impedindo-o de se aproximar.

- Baka, parece que você já está bem mesmo!

- Eu estou ótimo!

- Então volte ao trabalho amanhã.

- Não estou tão bem assim.

Apesar do tom bem humorado, Yamapi estava certo de ter visto os olhos de Jin movimentarem-se com insegurança e sentiu que ele já não fazia mais força para alcançar sua orelha. Por sua vez, Pi também diminuiu a pressão em seu braço, mas eles não se afastaram.

- Ainda estão bravos com você? – Yamapi perguntou.

- Não falei com eles durante esses dois dias, mas, antes de passar mal eles ainda estavam me evitando...

- Não é pra menos... Você foi bem cruel...

- Eu sei...

Jin se jogou no sofá. Yamapi sentou ao seu lado, apertando-lhe a coxa, em consolo:

- Isso vai passar. Seja paciente.

- Paciência não é uma das minhas características.

-... Mas parece que você tem melhorado muito nesse sentido.

- Estou?

- Tenho certeza que sim. – então Yamapi olhou para o calendário na estante – Ah... Seu aniversário já é semana que vem. O que faremos este ano? Definitivamente, você não vai poder sair pra beber ou pegar uma garota.

Jin foi sincero em responder que não estava muito animado.

- Como assim? Aniversário você só faz uma vez por ano!

- Ainda bem, né? Já pensou? Ficar mais velho mensalmente? - ele admitiu que sua piada não teve graça – Não importa, este ano vou descansar.

- Não quer companhia?

- Não é que eu não queira... – ele fez bico.

- Ok, ok... Já entendi. Ryo e eu estaremos aqui, com certeza!

- Não esqueçam do bolo!

- Você é muito folgado! Bom, vou nessa...- disse, se levantando e indo até a porta.

- Já?

- Tenho que gravar um quadro pro Shounen Club...

- Vai dormir aqui?

Yamapi suspirou e fingiu estar desanimado quando respondeu:

- Não tem jeito, não é? Alguém tem que cuidar de você!

- Arigatou, mama Yamapi!

- Eh? Pode parar com isso.

- Mama Pi-chan!

- Já falei pra parar com isso!

- Mama-chan!

- Não volto mais, se vira sozinho, palhaço.

Yamapi calçou os tênis e partiu. Pouco depois, voltou a abrir a porta e recomendou:

- Fiz compras ontem e deixei uma sopa na geladeira. Trate de se alimentar.

- O que eu faria sem você, Pi?

- Merda. Como sempre faz quando não me procura. Procure descansar, até mais.

- Até.

A porta se fechou e Jin escutou o barulho da chave. Ao se ver sozinho, seu sorriso desapareceu.

3

Eles tinham decidido esperar que Jin melhorasse antes de procurá-lo, pois certamente, embora estivessem dispostos a perdoá-lo, temiam que o seu estado de saúde piorasse, já o que o seu problema era emocional. Por isso, eles decidiram que apenas uma pessoa o visitaria durante sua convalescença.

Essa pessoa só podia ser Kamenashi, que no momento se encontrava com Junno e Koki em um mercado, comprando alguns alimentos para Jin. Conhecendo-o como eles o conheciam, era de se imaginar que a sua geladeira estivesse vazia ou com alimentos poucos saudáveis.

- Faça uma sopa. – recomendou Junno – O Jin esteve enjoado, não? Talvez não seja apropriado nada muito gorduroso ou pesado.

- Então o faça tomar chá! Chá é bom para o estômago! – comentou Koki.

- Mas sopa sustenta melhor que chá! – argumentou Junno.

- Mas chá é bom para o estômago! – repetiu Koki.

- Sopa também.

Kamenashi olhava de um para o outro. Por fim, olhou para cima, questionando a mentalidade de seus amigos e optou em dar-lhes as costas, caminhando para a sessão de verduras e legumes. Estava selecionando alguns tomates, embora não lhe fosse algo muito agradável, detestava aquele sabor, mas sabia que poderia ajudar na recuperação do amigo.

- Este está bom. – alguém disse, estendendo a fruta diante do seu nariz.

Era uma mão feminina e, percorrendo o braço com os olhos, Kamenashi descobriu o rosto de Akeko na outra ponta. Pela primeira vez, sentiu-se mal em se encontrar repentinamente com ela. Kazuya sabia que estava em dívida com sua namorada, uma vez que simplesmente sumiu sem dar notícias nos últimos dias, ocupado que estava em recuperar a unidade do KAT-TUN e, depois, com a doença de Jin.

- Akeko... – ele sorriu, timidamente.

- Kazu... Quanto tempo! – ela fez questão de tocar na ferida – Espero que Akanishi-san esteja melhor agora!

Ela leu o seu olhar. Riu e respondeu, sem que ele precisasse formular a pergunta em voz alta.

- Eu leio os noticiários do KAT-TUN... Afinal, tudo sobre você me interessa, apesar de ser um pouco triste ter que buscar por notícias suas nos jornais...

- Gomen, Keko-chan, eu...

- Ah, seus amigos estão próximos. Não seria conveniente que eles nos vissem conversando, não é verdade? Eu vou indo! Vamos nos encontrar quando estiver com tempo livre, né? – ela virou na intenção de se afastar, mas voltou e disse – Ah, acho que Akanishi-san não deve comer muito de uma vez, mas faça o se alimentar várias vezes ao dia, né? Espero que ele se recupere logo para que a sua testa deixe de estar tão franzida pela preocupação... Até mais, Kazu.

Ela recolocou os óculos de sol e foi embora, sem notar aquele olhar carinhoso que caía em suas costas.

Keko-chan, gomen, eu prometo recompensá-la.

4

As atividades da banda estavam tomando todo o seu tempo. Mal tivera tempo de fazer uma visita para Jin, em seu segundo dia de repouso na enfermaria da própria agência. Sabia, por intermédio de Yamapi, que ele já estava melhor.

Uma vez que Yamashita estava concentrado na recuperação do amigo, Ryo tentava cobrir suas faltas no trabalho, gravando alguns quadros em seu lugar ou convencendo os outros membros da banda a trocarem de horário com ele. Dessa forma, Ryo estava trabalhando praticamente o dobro do normal.

Enrolado em suas obrigações, ele mal tivera tempo de pensar na história de Jin e Harada. Depois de uma manhã tumultuada com ensaios e entrevistas, ele finalmente conseguiu um tempo enquanto estava no estacionamento da agência, preste a ir embora.

Perguntava-se o que tanto poderia afligir Yamapi e como o assessor da banda poderia estar envolvido na doença que afetou Jin.

Ryo não era inocente. Bastou pensar um pouco para deduzir o que Yamapi suspeitava. Se Jin não estava tendo um caso com Harada, e este tinha uma foto sua, em que estava pelado, então... Ele sentiu nojo.

Ele socou o volante do carro. Se fosse realmente isso, Harada era alguém sem nenhum escrúpulo e totalmente repugnante.

Ainda estava revoltado, quando notou a pessoa em questão caminhando entre os carros, indo até o próprio veículo.

Ryo não conseguiria explicar porque decidiu segui-lo.

5

Depois que tocou a campainha, demorou a escutar algum sinal de vida de dentro do apartamento, mas afinal ouviu passos e um sonolento Jin apareceu. Aqueles olhos cansados pareceram contentes com a visão, mas, ao mesmo tempo, parecia um tanto quanto tímidos.

- Kazu... – ele o cumprimentou, bocejando – Entra... Desculpa a demora, eu estava dormindo.

Kamenashi o obedeceu, retirando seus tênis e os deixando arrumado em um canto próximo a porta.

- Como você está, Jin?

- Com sono.

- Eh? Você prefere que eu vá embora? Posso voltar mais tarde ou amanhã...

Jin sacudiu a cabeça, negando.

- Não foi isso o que eu quis dizer. O que é isso que você trouxe?

- Comida. Já comeu?

- Não, eu dormi desde que cheguei... O Pi deixou uma panela de sopa, mas ainda não tive vontade de comer.

- Você tem que se alimentar, baka. Então, eu vou esquentar a sopa que ele fez.

Kamenashi foi até a cozinha, seguido de Jin, que se sentou enquanto observava o pequeno perambular pelo local com bastante intimidade. Aquela cena o deliciou, principalmente quando viu o garoto colocar o avental e prender o cabelo em um rabo de cavalo, como uma perfeita dona de casa.

Jin teve vontade de beijar aquela nuca, quando Kamenashi lhe deu as costas para apanhar uma panela no armário. Enquanto despejava o alimento na panela, Kamenashi, ainda de costas, perguntou:

- Achei que o Yamapi estivesse com você... Onde ele está?

- Ele tem alguns compromissos com o News. Foi pra agência, provavelmente.

- Ele poderia ter avisado... – disse, enquanto levava a panela até o fogo - Largar você assim... Você verificou sua temperatura?

- Hai... A febre voltou um pouco, mas eu tomei um remédio pra baixá-la... Por isso eu estou com tanto sono.

Para enfatizar o que dizia, Jin fechou os olhos e bocejou com vontade, sendo surpreendido com aquela mão em sua testa. Abriu os olhos e descobriu o rosto de Kamenashi muito próximo ao seu.

- É, ainda está quente... Que horas você tomou?

Jin não escutou a pergunta, as batidas de seu coração estavam tão altas que ele não conseguiu ouvir mais nada. Apenas cobiçava aqueles lábios rosados.

7

Kamenashi notou o olhar de Jin em sua boca e prendeu a respiração, sentindo alguma coisa se mover em seu estômago, em uma evidente ansiedade. Involuntariamente, passou a língua em seu lábio inferior, ato que fez Jin puxá-lo pela nuca até ficarem apenas a um centímetro de distância. Kame, pela temperatura em suas bochechas, sabia que seu rosto estava da cor de um tomate.

Jin desejou ardentemente colar seus lábios aos do garoto. Estava a um passo de beijá-lo e Kazuya parecia não oferecer resistência, o que apenas aumentava a sua gana em provar o seu gosto, mas...

“A boca carnuda de Harada grudou-se em seu pescoço, deslizando em seu queixo e finalmente invadindo a sua boca. Jin saiu do transe do DVD, ao se dar conta do que aquele homem fazia. Era a primeira vez que sentia aquela língua contra a sua”.

“- Ele poderia tocar seu corpo depois de tudo o que nós vivemos, Jin-kun? Mordendo o seu pescoço, ele encontraria minha saliva... Em seus lábios, ele encontraria o meu gosto... Invadindo a sua língua, ele provaria do meu gozo...”


Repudiando a si mesmo, Jin abaixou os olhos e depois se afastou. Aquela atitude chocou a Kamenashi, que, desprevenido para aquela rejeição, sentiu sua mente fervilhar, como se o incêndio em sua face estivesse tomando todo o seu corpo.

- O remédio... – ele ainda murmurou, aturdido, voltando até o fogão – A que horas você tomou, afinal?

- Ah... Foi antes de dormir.

- Isso é fácil de supor.

- Eu não lembro...

- Seja mais responsável com sua saúde, seu imbecil. – o seu tom de voz saiu mais nervoso do que realmente pretendia. Kamenashi xingou a si mesmo.

8

Ele preferia ter ido embora depois daquela situação constrangedora, mas não o fez. A preocupação com Jin era mais forte que qualquer outro sentimento e, por isso, mesmo depois que o rapaz decidiu dormir novamente, ele ainda permaneceu no apartamento.

O seu celular registrou duas chamadas não atendidas. Uma era de sua mãe, provavelmente querendo notícias da saúde daquele jovem que muitas vezes passou o dia em sua casa, quando mais novo. A outra era de Akeko.

A depressão o atingiu ao pensar nela, principalmente depois de quase ter sido beijado por Jin. Nada havia acontecido, de fato, entre eles, mas Kazuya não podia ignorar os próprios desejos. Não mais. Ele queria que Jin o tivesse beijado, embora não pudesse entender muito bem o que isso significava.

Amava Akeko. Estava certo disso. Jin, no entanto, já não era mais indiferente neste aspecto para ele. Aquele tolo conseguia fazer seu coração bater mais rápido, conseguia fazer seu sangue esquentar.

Seus pensamentos foram desviados quando ouviu o barulho na porta. Pouco depois, um alegre Yamapi o cumprimentava.

- Kamenashi...Veio ver o Jin? – perguntou Yamapi, debilmente – Claro que veio! Afinal, esta é a casa ele! – afirmou, percebendo a idiotice que dizia -... Ele está dormindo?

- Sim, ele dormiu o dia todo, praticamente...

- Vou dar uma olhada nele... Não precisa se levantar, fique à vontade.

Yamapi jogou sua chave no móvel, retirou os sapatos e foi até o quarto de Jin, onde o encontrou dormindo confortavelmente enrolado no edredom. Fechou a porta e retornou, passando na cozinha e verificando se o rapaz teria tomado a sopa ou não.

- Então você fez compras? – perguntou Yamapi, retornando para sala – Vi as verduras e legumes na geladeira... Aquele imbecil não costuma esconder que é um irresponsável quando fica doente né? E deixa todo mundo preocupado! – afirmou Yamapi – Obrigado pela comida... Ah, com as compras que eu fiz ontem, eu aposto como o Jin nunca teve tanta comida em sua geladeira desde que saiu da casa dos pais! – comentou rindo – Vou preparar um chá, você aceita?

Yamapi parecia mesmo o dono daquele lugar, o que fez Kamenashi ficar um pouco incomodado. Ele podia entender a grande amizade entre eles, mas ele nunca pensou que seria tratado com tanta formalidade na casa de Jin, de modo que seria impossível esquecer que ele era apenas uma visita enquanto Yamapi fazia parte da família.

Kame lembrou-se, então, de quantas noites ele já não dormira naquele apartamento, durante as gravações de Gokusen? Noites em que eles passaram ensaiando suas falas, criando mais cumplicidade para seus personagens?

Era, portanto, realmente estranho ser tratado como uma visita naquele lugar. Ainda mais depois de passar o dia todo ali, cuidando do dono do apartamento enquanto Yamapi tinha regressado há apenas alguns minutos.

Apesar de Yamapi também ser um Johnny e de já terem participado de muitos Shonen Club juntos, Kamenashi não podia dizer que ele era um amigo. Apenas um colega de trabalho e um senpai, uma vez que o grupo News já tinha feito o seu debut e o KAT-TUN ainda esperava ansiosamente por isso. Por esse motivo também, sentiu-se ainda mais desconfortável.

- Desculpe a demora!

Yamapi colocou uma bandeja de chá diante de Kamenashi.

- Não precisava ter se dado o trabalho! – agradeceu.

- Nada disso, por favor, sirva-se.

- Então... Com licença. – ele tomou um gole.

O membro do News puxou assunto sobre o grupo, evitando tocar na briga entre ele e Jin, embora sutilmente fizesse comentários de que a saúde de Jin talvez estivesse tão debilitada por questões emocionais.

Indisposto, Kamenashi apenas fazia comentários educados, respondendo as perguntas sem prolongar o assunto e, assim que conseguiu uma brecha, despediu-se e foi embora.

9

Ele não tinha motivos para se preocupar, no final das contas. Jin estava muito bem sob os cuidados de Yamapi, logo, não precisava dele. Isso não deveria ser uma notícia boa? Ele se perguntava. Jin estava bem, era o mais importante. Mas, de alguma forma, perceber que a sua amizade com Akanishi não chegava a um terço da amizade entre Jin e Pi, simplesmente o fez sentir-se mal.

O que é isso que eu estou sentindo?

Kamenashi parou no meio de uma ponte, abatido, fitando o céu alaranjado que indicava o final da tarde, enquanto se fazia àquela pergunta. Ficou ali por muito tempo, observando as pessoas indo e vindo, notando vagamente que algumas o reconheciam como artista da Johnnys, outras até mesmo pareciam ser fãs, mas que não se atreveram a se aproximar. E ele, naquele momento, não estava com ânimo para incentivar qualquer aproximação.

Temendo que cedo ou tarde alguma daquelas garotas decidisse se aproximar, ele voltou a caminhar. Não sabia bem para onde estava indo, apenas decidira passear pelas ruas, observando tudo ao redor. Por fim, entrou em uma lanchonete americana e pediu um hambúrguer.

Enquanto esperava pela comida, pensou na banda. Não saberia explicar porque pensava em trabalho naquele momento, mas também não fez questão de desviar suas idéias para outro tema.

Ele não queria admitir, mas o incomodava o fato deles terem se formado em 2001 e, após quatro anos, o debut continuava a ser algo incerto, apenas assistindo a bandas como NEWS serem lançadas antes deles.

NEWS debutou há dois anos, com integrantes que nunca tinham trabalhado juntos, quiçá só se cumprimentavam nos corredores da agência. KAT-TUN, por outro lado, já era uma equipe há muito tempo...Ele não conseguia mesmo compreender o significado disso.

Mas, ao final dessas idéias, Kamenashi se preocupou com outro problema. Porque estava começando a sentir inveja de Yamapi? Sentia-se desorientado com aquele tipo de sentimento, que, por mais que pensasse, não conseguia definir...Ou, quem sabe, apenas não conseguia admitir?

Perdido nessas reflexões, ele até esquecera-se por completo do hambúrguer, há muito tempo parado na mesa diante de si. E, então, como se fosse para trazê-lo de volta à realidade, o seu celular tocou.

Era ela.

Em um passe de mágica, Jin, Yamapi, KAT-TUN e o que quer que fosse, desapareceram por completo de sua cabeça.

- Você sempre aparece quando eu preciso, não é? – ele nem ao menos a cumprimentou.

- Kazu... Você está com algum problema? – ela perguntou, preocupada.

- Não... Apenas com saudades. Posso te ver hoje?

- Já nos vimos no mercado...

- E isso me fez sentir ainda mais saudade... Posso dormir aí?

Ela suspirou, mas aquela falsa impaciência foi revelada em sua voz quando disse:

- Só não faça muita bagunça, tenho trabalho amanhã e você também.

10

Ele estava com insônia, mais uma vez, depois do sexo com Akeko. Isso estava acontecendo com freqüência. Ela parecia não perceber nada, dormia profundamente, agarrada ao seu corpo, com o nariz encostado em suas costas.

Aquela vez não tinha sido tão boa como antes, Kamenashi estava odiando admitir isso. Os motivos pelo qual aquela relação foi tão insatisfatória naquela noite talvez fossem o excesso de trabalho dos últimos dias e os momentos tensos pelos quais passou.

De qualquer jeito, ele mantinha um olhar irritado para a janela, que ficou ainda mais assustador quando o rapaz se lembrou de que fora rejeitado sem nenhuma explicação por Jin.
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptySex Fev 19, 2010 1:30 am

Nhai Ryo seguiu o Harada
só espero q nda d mal lhe aconteça
*aflita pelo Ryo*
Hehe Kame nao gostou d ser rejeitado por Jin é? hm interessante
ms msm asim vai la e dorme com a Akekko né
homens viu
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptySáb Fev 20, 2010 4:20 pm

Oi!!

Os melhores amigos do Jin começaram a se movimentar para ajudá-lo =D.
Ahhh... O Kame está confuso... E a Akeko é uma bela mulher! hahahhaa

Obrigada pelo comentário! ^.~
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptySáb Fev 20, 2010 4:24 pm

Redenção

1

Era uma manhã cinzenta. A noite esteve tão quente que a chuva decidiu cair logo cedo. Saindo do metrô, Jin abriu o seu guarda-chuva e seguiu para a agência. No caminho, relembrou o dia em que desmaiou na rua e foi salvo por Harada. Perguntava-se se aquele cretino sentiu alguma espécie de culpa por vê-lo naquele estado ou simplesmente não queria perder o seu brinquedo preferido. Essa dúvida não seria respondida tão depressa.

Não podia perguntar diretamente a Harada, ele estava de licença por duas semanas, Jin escutou sobre isso enquanto ainda estava na enfermaria. Kamenashi quem tinha sido o informante, durante uma de suas vistas.

Kamenashi...

Jin queria saber se aquela demonstração de desejo que ele pensou ter visto em Kazuya, há dois dias, em sua cozinha, significava algo mais do que uma atração física. Ele duvidava bastante que o amor que o pequeno nutria por Tsubasa tivesse desaparecido por completo. Sendo assim, era ainda mais inadmissível pensar em profanar seus lábios com o gosto de Harada.

Pensar nisso realmente deixou um sabor amargo em sua boca, então, remexeu nos bolsos de seu jeans a procura do drops que tinha certeza de ter enfiado naquela calça da última vez em que a usou. Encontrou-o no bolso direito da camisa. Sabia que estava com ele, pelo menos.

O gosto doce de morango chegou a sua língua e o animou. Decidiu que era mais saudável não pensar em Harada e aproveitar os dias livres daquele monstro sem ser incomodado pelas suas lembranças.

Quando Jin, mais animado, chegou à entrada da empresa, avistou Kamenashi, que vinha pelo lado oposto. O constrangimento foi percebido por ambos. Jin afastou seus olhos dos de Kazuya, mas este, inesperadamente, sorriu.

Kazuya estava disposto a esquecer o incidente do dia anterior e se aproximou, amigavelmente, colocando uma mão em seu ombro.

- Bem vindo de volta. – ele disse – Por favor, não nos abandone por tanto tempo novamente, né?

- Kazu... – ele murmurou, sem saber o que responder diante da naturalidade demonstrada pelo garoto.

- Vamos?

Jin hesitou e olhou para cima. Kazuya acompanhou o seu interesse, mas sabia para qual janela o rapaz olhava. Riu de leve, era até bonitinho o rosto amedrontado de Jin. Era uma criança que sabia que tinha aprontado e agora estava preste a encarar os pais.

- Não se preocupe... Vamos.

- Eles ainda estão bravos, né?

- Você bem que mereceu. – ele disse, apenas para molestar o amigo, que sequer notou o verbo flexionado no passado – Mas vai dar tudo certo! Eu tenho certeza de que todos ficaram muito preocupados com você durante esses dias e ficarão contentes em vê-lo de volta!

Jin enfiou as mãos em seu jeans, sentia-se pouco confiante.

- Não sei, Kazu...

- Vem... Você não confia em mim? – e estendeu a mão.

Kamenashi, assim que se escutou dizendo isso, questionou-se mentalmente qual o objetivo de tal pergunta. Não sabia. Apenas ficou contente em vê-lo segurar seus dedos. Então, subiu com velocidade os degraus da entrada, puxando Jin.

2

- Acho que a febre está voltando... – ele comentou, assim que se viram no corredor do camarim – Não estou tão bem assim, afinal!

- Não seja tão medroso. – bronqueou Kazuya.

- É sério, tá ficando tudo escuuuuuro... – ele insistia, já próximos da porta e ouvindo as vozes de Junno e Koki.

- Jin! – o olhar de Kazuya era severo.

- Posso ir pra casa? – implorou, sentindo seu coração bater violentamente.

Kamenashi sorriu compreensivo. Jin, interpretando aquilo como uma resposta positiva ao seu pedido, já estava dando meia volta, mas sentiu aquelas mãos firmes em seu peito empurrando-o para dentro da sala.

Kazu, seu miserável!!

Ele entrou cambaleante. Rodopiou para não cair no chão e se viu diante dos outros quatro integrantes do KAT-TUN, que apenas o olhavam diante de tal entrada triunfal, principalmente levando-se em conta de que aquele rapaz esteve de cama por alguns dias.

Houve um silêncio constrangedor, Akanishi sabia que devia dizer algo, então fechou seus olhos, colocou as mãos para trás e se curvou rapidamente.

-Pelaspalavrasdeoutrodiaeurealmentesintomuitonãoquismagoarninguémseiqu-enãopodemmeperdoareunãopossomejustificariainda...- ele falava tão rápido, que nenhum deles compreendeu coisa alguma do que dizia.

Ainda de olhos fechados, Jin sentiu uma pancada em sua cabeça. Quando olhou, viu Nakamaru diante dele, com um olhar irritado. Maru olhou para o lado, e disse:

- Baka... Sua febre ainda não baixou? Por que está agindo como um idiota? Ah, esqueci, afinal você é o Jin, né?

Ele finalmente o olhou e sorriu. Jin, ainda curvado, mantinha a cabeça erguida para Nakamaru, perplexo.

Koki, notando que Jin não entendia o que Nakamaru queria dizer, aproximou-se e estendeu um cd em sua direção.

- Aqui... Gomen pela demora! O som deles é mesmo bom! Empreste-me o segundo álbum depois, ok?

Ueda pôs a mão em seu ombro, puxando-o de volta à postura ereta, mantinha um lindo sorriso nos lábios.

- Você está melhor? – ele perguntou.

Junno, ao lado do líder, sorriu e disse:

- Okaeri, né, Jin?

Apalermado, Jin não sabia para quem olhava. Por fim, encheu a boca e questionou, com o dedo indicador erguido:

- Quem são vocês e o que fizeram com meus amigos?

- Quem disse que somos seus amigos? – inquiriu Nakamaru.

- Ah, é você mesmo, né Maru?

- Ora, o que você quis insinuar com esse tom?

- Né... – da porta, Kamenashi chamou a atenção de Jin.

O rapaz se virou, logo notando a expressão séria do mais novo, o qual, por sua vez, olhava para a janela atrás de Jin, gesto profundamente nipônico de não encarar os olhos da outra pessoa ao fazer uma confissão importante.

– Nós decidimos esquecer o que você disse naquela noite. Decidimos lutar pelo debut com todas as nossas forças, juntos... Então, é bom que você entre na linha a partir de agora. – ele sorriu, e então pode finalmente fitar os olhos escuros de Jin.

- Kazuya... – Jin sentiu a própria voz falhar. Droga de sensibilidade aflorada. Mordeu os lábios, para evitar uma cena constrangedora.

- Muito bem dito, Kame. – apoiou Koki, batendo forte no ombro de Jin – Vê se dá o seu melhor e aprende a dançar de uma vez! Aposto que ainda não debutamos porque você não sabe rebolar como eu! – disse, mexendo os quadris para zombar do rapaz – Vamos dar o nosso melhor, não é Jin?

- Koki...

- Eu vou melhorar minhas piadas, então, por favor, tenha mais um pouco de paciência até lá, né?

- Junno... Posso esperar até cem mil anos, que você não vai melhorar. – disse, rindo em seguida.

- Não quebre o clima, seu imbecil. – disse Nakamaru, dando-lhe outro tapa na cabeça.

Jin o olhou, querendo rir, mas ao invés disso fez uma pequena observação:

- Essa é a segunda vez que você me xinga e me bate em cinco minutos. Eu também estava com saudades, Maru.

- A verdade é que eu ainda não engoli essa história toda. – disse Nakamaru, sério.

- Maru...- repreendeu Kamenashi.

-... Mas vou lhe dar outra chance em nome de todos os dias que passamos juntos, nós seis, desde o dia em que o KAT-TUN foi formado... Não me faça me arrepender dessa decisão, está bem?

- Yuuichi... – Jin sentiu seus olhos encherem de lágrimas, mas, repreendendo-se novamente por andar sensível demais, conseguiu contê-las – Arigatou. – disse, engolindo o choro.

Jin escutou aquelas risadas. Estavam rindo dele, obviamente, por estar a ponto de chorar como uma criancinha. Em qualquer outra situação, provavelmente isso o teria irritado, mas, neste momento, ele não pode deixar de rir junto com eles.

- Pessoal... Eu tenho certeza de que, se for com vocês, vamos debutar o KAT-TUN com certeza. – ele disse, forçando a emoção, para que o seu verdadeiro sentimento soasse realmente falso e quebrasse aquele clima sério.

- Ok, KAT-TUN... – disse Ueda – Vamos trabalhar.

3

De onde estava encostado, Jin podia observar a sessão de fotos de Junnosuke e Ueda, enquanto aguardava a sua vez, e ainda podia escutar as risadas de Maru e Kamenashi, divertindo-se com alguma coisa que liam em algumas revistas no outro canto do estúdio, jogados em um sofá.

- Eles tem sincronia, né? – comentou Koki, ao seu lado – Assim como você e o Kame.

Jin ponderou que aquela idéia não poderia ser mais errada. É verdade que, diante das câmeras – seja de televisão ou fotográficas – eles pareciam ter uma cumplicidade enorme, mas, a realidade era bem distinta disso. Jin sentia que, apesar da amizade, Kamenashi corria para um lado e, por mais que ele tentasse correr atrás, nunca seria possível alcançar aquela tartaruga... Por mais lenta que ela pudesse ser.

Não poderia despejar tudo isso a Koki, portanto, ele tossiu de leve, limpando a garganta e perguntou, de modo casual:

- Você acha? O Kame e eu não temos tanta química assim... Junno e Ta-chan podem se entender perfeitamente com um olhar!

- É, é algo assim que parece, né? – concordou Koki – Né Jin...

- Un?

-... É bom ter você de volta.

Koki não esperou que ele dissesse alguma coisa e se juntou a Kamenashi e Nakamaru. Jin o acompanhou com os olhos, pensando que seu amigo descrevera bem o momento em que ele se encontrava.

Estava de volta. Finalmente, estava de volta. Esse era o seu sentimento, o de ter regressado de uma longa viagem e enfim se encontrava em casa. Olhou para cada um de seus amigos e sorriu, agradecendo a cada um deles novamente em pensamento.

4

Debaixo da ducha, Junno não entendeu aquela pergunta.

- O que você disse? Eu não escutei!

Junno sentia seu corpo relaxar enquanto o ensaboava debaixo da água quente. Mas o irritante Jin não o deixava aproveitar esse momento em paz e falava sem parar alguma coisa que o rapaz não conseguia entender. Por fim, colocou o rosto para fora do box e perguntou:

- O que você disse?

Jin, terminando de se abotoar as calças, repetiu.

- Eu perguntei o que foi que fez vocês mudarem de idéia, afinal... Acharam que eu fosse morrer e o susto foi tão grande pra vocês me perdoarem? Deve ter sido isso, vocês se deram conta de que não sobreviveriam sem mim, né?

Ao que Junno prontamente retrucou:

- Nós não temos tanta sorte.

- Owe... Não diga isso tão seriamente! Mas fala, Junno... Se vocês não me perdoaram pelo meu mal-estar...

- Ué, você não sabe?

- Se eu estou te perguntando, cretino...

Junno era da filosofia de que era melhor ignorar as grosserias alheias. Principalmente as de Jin. Se irritar com isso não faria o grosseiro mudar de postura, lhe provocaria rugas e talvez até gastrite. Preferia, portanto, preservar a sua beleza.

- Foi o Kame...

Jin o olhou.

- O Kame apareceu com um dvd lá em casa... Parece que ele passou na casa de todo mundo naquela noite anterior ao seu mal estar.

Jin pensou consigo mesmo que foi na mesma noite em que ele viu o dvd de Harada. Não deixava de ser irônico. Dois DVDS... Um o jogava no mais profundo breu e outro surgia como uma vela.

Sentindo frio, Junno voltou para dentro do box e disse alguma coisa.

- Eh? Não entendi. – foi a vez de Jin reclamar.

- Eu disse que...

- Que cretino! – resmungou Jin, se levantando da bancada e abrindo o box.

- Eu disse que todos nós assistimos ao dvd e, depois do Kame encher a paciência de todo mundo pedindo para nós te perdoar, então resolvemos dar uma chance... Agora, por favor, feche isso que o vento sul está gelado demais... Não olhe para baixo só porque eu disse “sul”!

- Eu não olhei para lugar nenhum. – zombou Jin, fechando o box e indo até a porta – Estou traumatizado, agora. O seu é maior que o meu, como é possível? – sussurrou, irritado.

5

Eh... Foi o Kazu, então?

Depois de questionar Koki, Tatsuya e Nakamaru, e receber praticamente as mesmas respostas, Jin estava contente. Era muito bom saber que o seu pequeno se esforçou tanto por sua causa, além de se mostrar tão preocupado nos últimos dias com a sua saúde e, mais que tudo, perceber que, aos poucos, Kamenashi estava começando a corresponder aos seus sentimentos.

Jin sabia que não poderiam ficar juntos, por causa de Tsubasa e Harada, mas, ainda assim, como todo apaixonado, deliciava-se diante de pequenos gestos que aparentemente demonstravam que seu sentimento, um dia, talvez viesse a ser recíproco.

Eram quase seis horas da tarde, mas sabia que Kazuya ainda estava no estúdio de fotos. Foi até lá com a intenção de agradecer tudo o que ele vinha fazendo. Quando alcançou o estúdio, pode observá-lo enquanto terminava o trabalho.

Jin se sentou em um canto, de onde era possível admirar toda a beleza de Kazuya sem chamar muita atenção. Seus olhos não se desgrudavam daquela pele branca, que parecia brilhar debaixo das luzes do cenário.

Kamenashi, encostado a parede, com a camiseta aberta e um sorriso sedutor, notou a sua presença. Jin teve a impressão de que o sorriso do baixinho aumentou ao vê-lo.

Após terminarem a última foto, e o fotógrafo finalmente liberar o rapaz, Kamenashi se aproximou de Jin, que lhe estendeu uma garrafa de água e uma toalha.

- Bom trabalho. – ele disse.

- Arigatou. Ainda está por aqui?

- É, eu não tinha nada melhor para fazer.

- Você é estranho, sério! – Kamenashi riu, enquanto abria a garrafa e tomava um gole de água – Ah, aqui está mesmo quente... Bom, eu vou me trocar.

- Eu te acompanho.

Jin riu diante do olhar espantado de Kamenashi. O assombro não era pelas palavras de Akanishi, mas pelo desejo que notou em seu corpo ao pensar em si próprio debaixo da ducha, tendo consciência da presença do rapaz no vestiário.

Não conseguindo reconhecer a si próprio, Kazuya molhou os lábios e não respondeu. Apenas deixou suas pernas percorrerem o caminho até o vestiário, enquanto sentia-se nervoso em andar ao lado de Jin.

Por que estou inquieto desse jeito?

Olhou para Jin, que, ao perceber que estava sendo observado, sorriu. Kamenashi virou o rosto, irritando-se por não conseguir sequer puxar assunto com o amigo, enquanto o outro – que se dizia apaixonado – parecia estar irritantemente tranqüilo. Não se supõe que deveria ser o contrário?

Eles entraram no vestiário. Kazuya continuava tenso, mas tentou agir naturalmente. Começou a desabotoar a camisa, sentindo o peso dos olhos de Jin em suas costas. Antes que pudesse tirar a peça por completo, Jin disse:

- Né, Kazu...

Kazuya se virou e o encontrou próximo a si. Imediatamente sentiu o seu perfume. Jin estava sério.

Ele precisa sussurrar dessa maneira??Agitava-se o pequeno, enquanto notava, pela primeira vez, como o olhar de Jin era bonito e penetrante. Sentia como se o outro estivesse lendo tudo o que se passava em sua mente, pelo modo como o observava sem sequer pestanejar. Enrubesceu.

Então seus olhos caíram sobre aquela boca, meio aberta, incerta das palavras que queria dizer, a qual, naquele momento, parecia a Kamenashi muito macia e saborosa.

Olhava com desejo para aquela mesma boca que sempre estivera tão próxima de seu rosto, durante inúmeros Fã Service e, até mesmo, muito próximas de seus lábios durante shows e, recentemente, na cozinha de Jin.

Lembrou-se que o rapaz hesitara em beijá-lo. Agora ele faria isso de novo? Com surpresa, Kazuya percebeu que lhe doía pensar que Jin o recusaria mais uma vez. Doía-lhe muito, ele finalmente entendeu que queria experimentar o gosto do mais velho, queria sentir a sua língua contra a sua, sentir que, de fato, Jin amava a ele e não a Yamapi.

Temendo que sua expressão pudesse traí-lo, Kamenashi olhou para o chão. De soslaio, viu que o rosto de Jin se aproximava. Seu coração disparou e ele sentiu seu corpo esquentar pela timidez e ansiedade que o dominava. Mas Jin apenas o abraçou.

Jin, seu idiota!

Kamenashi gostava daquele abraço, mas sentiu-se frustrado. Mesmo que Jin o segurasse com força, com ainda mais força do que aquela vez no camarim, quando ele se declarou, ainda assim, não era suficiente para saciar as expectativas que estivera alimentando.

- Arigatou, Kazuya... – ele sussurrou em seu ouvido, enquanto afagava sua nuca – O pessoal me contou o que você fez por mim... Eu agradeço de verdade.

Kazuya ergueu a cabeça, mirando-o. Pensou que dessa forma convidaria Jin a se aproximar, mas o outro continuou no mesmo lugar, apenas sorrindo. Então o mais novo se irritou.

- Eu fiz pela banda. – mentiu, com um tom meio contrariado – Não foi por você.

Jin o soltou e sorriu.

- Você é um péssimo mentiroso.

- Não pense que você me conhece tão bem. – Kamenashi o desafiou, erguendo uma sobrancelha.

-... É impressão minha ou você está bravo?

Kamenashi bufou.

- Não estou. – e lhe deu as costas. Tirou a camisa, deixou-a no banco e pegou sua toalha no armário – Vou tomar um banho.

- Espera aí! – e Jin lhe segurou o pulso – O que aconteceu? Eu vim te agradecer e você...

- E eu nada! Já disse que não estou bravo! Você já me agradeceu e eu quero ir tomar banho, posso? – ele estava sendo bastante sarcástico.

Jin o olhou preocupado e o segurou com mais força quando percebeu que ele tentava se soltar.

- Jin, me solta!

- Você pode não gostar disso, mas eu te conheço. O que foi que eu fiz, afinal?

- Nada, Jin. – ele tentou suavizar a sua voz, quando começou a ter consciência de que agia como um tolo. – Por favor, me solta. Eu estou cansado, quero tomar banho e ir para casa.

Diante daquele pedido, Jin afrouxou a mão e sentiu Kazuya escapar. O pequeno caminhou para a área reservada aos chuveiros e se trancou em algum box. Ouviu o barulho da água caindo.

Confuso, Jin decidiu ir embora.

6

Harada esteve alguns dias ausentes da empresa, durante a recuperação de Jin e até mesmo depois que ele retornou. O assessor pediu duas semanas de licença, alegando um problema de saúde na família. Isso foi bastante providencial, na opinião de Yamapi. Dessa forma, ele poderia conversar com Jin e armar um contra-ataque contra aquele canalha, com a certeza de que seu amigo não seria molestado durante esses dias.

Ele evitou aquele assunto enquanto Jin ainda estava fraco. Esperou que a sua saúde se restabelecesse sem incomodá-lo com aquelas fotos. Yamapi, porém, sabia que não poderia evitar essa conversa por muito mais tempo. Ao escutar que seu amigo foi perdoado pelos outros integrantes da banda, sabia que era o momento de abrir o jogo com Jin.

Mas, parecia que o amigo estava disposto a brincar de esconde-esconde ou pega-pega. Yamapi saiu do vestiário disposto a encontrar com Jin e foi até o camarim do KAT-TUN, onde soube por Koki, que ele deveria estar no refeitório, com Junno. Chegando lá, encontrou apenas Ueda, que comentou que provavelmente o rapaz estaria com Kamenashi, no estúdio. Ao chegar no estúdio, um dos funcionários avisou que os dois foram para o vestiário.

É brincadeira.

Convicto de que finalmente o encontraria, ele se dirigiu para o vestiário, mas parou a um passo da porta. Escutava a voz de Jin dizendo:

- Eu agradeço de verdade...

Yamapi esticou seu corpo para frente, para espiar pela fresta da porta e descobrir com quem Jin falava. Ele o encontrou abraçado a Kamenashi. O rosto do caçula estava afundado em seu peito, enquanto as mãos de Jin acariciavam a sua nuca.

De repente, Kamenashi ergueu seu rosto e encarou o mais alto. Yamapi podia jurar que eles se beijariam, ele notou que Kazuya estava se colocando nas pontas dos pés. Preferindo não olhar, Yamapi se jogou contra a parede do corredor e fitou o teto. Suspirou.

- Jin, me solta!

Yamapi notou o tom nervoso de Kamenashi e se perguntou o que teria quebrado o clima entre os dois. Silenciosamente, voltou a se aproximar da porta e viu quando Jin soltou o mais novo, que se dirigiu para os chuveiros, fechando-se em um box. Em seguida, seu amigo saiu, assustando-se com a sua presença.

- Não fique na espreita desse jeito, baka!! – reclamou Jin – Quer me matar, é? Pensei que você era um fantasma.

- Você é um cagalhão!

- Não sou! Eu só não gosto de fantasmas, ok?

- Cagalhão.

- Ora, vê se não enche. E diz logo o que você estava fazendo aí, afinal?

Jin, apreensivo, notou o semblante de Yamapi se tornar sério. Ele disse:

- Precisamos conversar. Vamos para a minha casa.

- Aconteceu alguma coisa?

- Aconteceu. Aliás, tem acontecido muitas coisas...

Jin ficou preocupado. Não era normal esse tom de voz em Yamapi e muito menos a sua expressão brava. Sem ter consciência de que Yamapi pudesse saber de algo em relação ao Harada, Akanishi forçava sua mente a se recordar de alguma besteira que pudesse ter feito e que fosse importante o suficiente para chatear o rapaz ao seu lado. Não se recordou de nada.

- Não me diga que você também está bravo comigo. – ele reclamou, com um bico – O Kamenashi ficou bravo comigo e eu não sei porque, só falta agora você...

Yamapi não o deixou terminar. Segurou sua mão e o puxou em direção as escadas até alcançarem o estacionamento.

- Ei, Pi... O que há de errado?

Ele não respondeu, entrou no carro. Jin, balançando os ombros, sentou ao seu lado. Apertou o cinto de segurança e viu Yamapi colocar um cd para tocar. Ele sabia muito bem que quando o amigo colocava música em um volume tão alto era porque não queria conversar, então ele se manteve calado durante todo o trajeto até a casa do rapaz, por vezes cantarolando junto com o cantor, já que lhe era impossível permanecer quieto por tanto tempo.

Levaram apenas vinte minutos até estacionarem. Mesmo no elevador, permaneceram quietos. Jin, com o canto dos olhos, observou Yamapi girando a chave do carro em seu dedo indicador, enquanto ponderava o que se passava dentro daquela cabeça para deixá-lo tão sério durante tanto tempo.

Aquele um minuto e meio – tempo do elevador chegar ao andar de Pi – foi longo demais, na opinião de Jin. Atravessaram o corredor e Yamapi abriu a porta, dando passagem para Jin entrar primeiro.

Sem nenhuma cerimônia, Jin largou seus tênis ao lado da porta, acendeu a luz e foi para a cozinha roubar alguma coisa da geladeira. Yamapi foi logo atrás.

- Nossa, quanta comida! – ele ouviu Jin exclamar.

- Isso é a quantidade normal para uma pessoa! – comentou, encostado na porta.

- Eu só lembro de ter visto tanta comida assim na minha geladeira quando eu morava com meus pais!

- Eu tenho certeza disso... – ele riu.

Jin pegou um refrigerante e um bolinho de arroz, que comeu gelado mesmo, tamanha era a sua fome.

- Não vai comer nada, Pi?

- Não estou com fome... Vou trocar de roupa.

- Ok. Fique a vontade.

- Claro que vou ficar. É a minha casa. – ele resmungou, apenas para ouvir a risada do outro.

Yamapi o deixou na cozinha e rumou para seu quarto. Largou sua bolsa transversal no chão, próximo à mesa do computador, e tirou a camiseta que usava, colocando uma limpa. Em seguida, trocou seu jeans por um moletom e suspirou, tendo consciência de que em poucos minutos teria uma conversa nada agradável com Jin. Massageou a própria nuca, tentando afastar aquela tensão.

Jin entrou no quarto, indo direto para a cama do amigo, sentando-se com as pernas cruzadas, em posição de Índio. Ainda estava com a boca cheia de arroz.

- O que está acontecendo, Pi? – ele perguntou, após engolir o resto do alimento.

Yamapi apagou a luz do quarto, diante de um espantado Jin, e depois também se acomodou na cama, encostando-se à parede, com Jin a sua frente.

- O que é tudo isso? Vamos contar histórias de terror? Você sabe que eu brinco com o Nakamaru, mas na verdade, eu também não gosto muito dessas coisas, afinal...

- Cala boca.

Jin foi pego de surpresa com aquela grosseria. Não era habitual escutá-lo de forma tão séria e agressiva. Sabia, portanto, que devia parar com as brincadeiras. Cutucou a unha de seu dedão, preferindo olhar para os próprios pés, como se previsse o assunto que seria tratado ali.

Yamapi apagou as luzes, por que temia que pudesse chorar. Havia prometido para si mesmo que não despejaria uma lágrima na frente de Jin. No escuro, talvez, elas passassem despercebidas, caso fosse impossível contê-las.

- Pode contar. – ele disse, praticamente em um sussurro.

- O que?

- Desde quando isso está acontecendo?

Jin ergueu a sobrancelha, honestamente confuso. Yamapi entregou-lhe o próprio celular. Jin pegou o aparelho, curioso com todo aquele clima misterioso do amigo. Então, perplexo, viu aquelas imagens que ainda estavam muito vivas em suas lembranças.

- Desde quando você é violentado por esse asqueroso Harada?

Ele não conseguia responder. Estava surpreso. Aquelas imagens, ele queria saber como Yamapi estava com elas.

- Isso não importa agora. – ele respondeu – Depois eu explico... Agora, me conte tudo, eu quero ouvir... Tudo...

- Eu... Não quero falar sobre isso.

Yamapi deixou o silêncio dominar por alguns instantes. Notou as lágrimas escorrendo pelo rosto do amigo que, assim como ele, se sentia mais à vontade em desabafar estando no escuro.

O corpo todo de Jin tremia, ele mal conseguia segurar o aparelho. Mordeu seus lábios, sentindo o gosto salgado das próprias lágrimas, tentando defini-las como rancor das lembranças ou vergonha por seu amigo ter descoberto aquela situação infame.

- Quando começou, Jin? – perguntou Pi, de novo, mas desta vez com um tom de voz carinhoso.

Jin esfregou a costa da mão em sua boca, enxugando as lágrimas, e então, perguntou:

- Você sempre vai estar comigo, não é Pi?

- Sempre. Não importa onde você estiver, estarei com você...

- Obrigado...

Após mais um momento de silêncio, Jin finalmente pode desabafar toda a sua agonia naqueles últimos três meses.

- Foi em abril... Durante aquela briga com o Kazu... Naquela sala, ele me perguntou se eu queria ocupar o lugar principal da banda.

Yamapi, então, escutou o relato mais cruel e apaixonado de toda a sua vida. Escutou, com detalhes, todos encontros de Jin e Harada. Ouviu todas as chantagens que aquele sacana fizera com o seu amigo. Algumas palavras eram difíceis de serem compreendidas, muitas morriam na garganta de Jin, perdidas entre seus soluços. Em um determinado momento do relato, calou-se, pois seu choro já estava incontrolável.

Jin, com toda a sua força, deixou que a água vertida de seus olhos caísse sobre seus próprios joelhos, enquanto os abraçava com o desespero que aquelas lembranças lhe provocavam.

Aquela altura, Yamapi não conseguiu impedir a ardência em seus olhos, enquanto dentro de seu peito sentimentos como ódio e revolta se misturavam com o seu desejo em proteger e acalentar aquele rapaz diante de si, que estava tão frágil naquele momento. Derramou suas lagrimas, compartilhando o sofrimento de Jin.

- Eu não queria, eu nunca quis, dizer aquelas coisas... – Jin recomeçou – Mas o que eu poderia fazer? Ele ia acabar com a banda, ele ia expulsar o Kazu... Ele ia machucar o Kazuya...

Yamapi deixou o seu lugar e o abraçou com força, querendo aliviar toda a sua aflição. Encostou sua testa a de Jin, e disse, em um sussurro ao pé de seu ouvido:

- Está tudo bem agora, Jin... Você fez o melhor que pode... Pode descansar, eu não vou mais deixar aquele monstro tocar em você... Nunca mais. – beijou-lhe a testa – Você está protegido agora, não se preocupe mais. Você não está sozinho...

Jin experimentava uma proteção tão grande, que segurou com as duas mãos em um dos braços de Yamapi, como se aquela fosse a sua salvação diante de um precipício. Então fechou seus olhos e chorou, com vontade, como se dessa forma pudesse expulsar de dentro de si todo aquele fardo que vinha carregando sozinho. Ele finalmente estava se sentindo aliviado.

Yamapi afagou aquela nuca. O corpo de Jin ainda tremia, mas ele tinha a impressão de que o rapaz estava se acalmando. O choro era necessário para retirar todo aquele sofrimento, que esteve trancado em seu coração por meses.

- Ele acabou comigo, Pi... – Jin comentou, depois de algum tempo.

- Isso não é verdade, Jin. Você o derrotou. Você suportou tudo aquilo pelo Kamenashi, você é o vencedor...

- Não, eu perdi... Eu não sou mais digno de amar o Kazu...

- Do que você está falando?

Jin, então, contou-lhe o ocorrido entre ele e Kamenashi, em sua cozinha. Além disso, o próprio Yamapi foi testemunha do quase beijo entre eles no vestiário.

- Por que você não o beijou?

Jin desviou seu olhar.

- Não é que eu não consiga beijá-lo pela vergonha do que Harada fez comigo... Tenho certeza de que se o Kazuya soubesse tudo o que aconteceu, ele não me repudiaria, mas... Eu apenas não consigo suportar a idéia de que os vestígios daquele ser asqueroso possam impregnar os lábios do Kazu... Eu não quero isso... Quero protegê-lo de todas as formas que eu puder...

Para a surpresa de Jin, Yamapi riu.

- Como você é romântico, baka!

- Não enche. – Jin se irritou, virando o rosto.

Yamapi o olhou com ternura. Engatinhou até ele, obrigando-o a olhá-lo.

- Me deixe purificar seus lábios, então... – ele pediu.

Jin foi tomado pela surpresa quando os lábios de seu melhor amigo se colaram aos seus. Não fazia a menor idéia de como reagir diante disso, então ficou totalmente paralisado. Yamapi notou que o outro não permitia a sua entrada, mas também não o afastava. Mordiscou os lábios de Jin e então se afastou um pouco.

- Deixe-me cuidar de você... Do seu corpo...

Carinhosamente, Yamapi o empurrou pelo ombro até deitá-lo. Abriu a camiseta de Jin, que finalmente pareceu entender o que estava preste a acontecer.

- Pi, eu... Eu amo o Kazuya...

Yamapi sorriu.

- Eu sei... – ele respondeu, beijando-lhe a testa mais uma vez – Mas isso, Jin, não se preocupe... Isso não tem nada a ver com esse tipo de amor.

Yamashita percebeu o medo em seus olhos e se ofendeu.

- Isso também não tem nada a ver com o que Harada lhe fez. – disse irritado, mas em seguida seu semblante tornou a ficar tranqüilo - Fique calmo. Eu apenas quero purificar o seu corpo... - ele beijou-lhe no pescoço, atrás da orelha -...Tratar a sua alma ferida... – colou os lábios acima do lábio superior de Jin – Vou tirar todos os vestígios daquele verme de você... Vou pegar todos os resquícios daquele homem para mim.

Segurou a mão de Jin e a levou para acima da cabeça do rapaz, apertando-a com confiança. A um centímetro do rosto de Jin, Yamapi murmurou:

- Eu vou cuidar de você.

- Pi...

Desta vez, não houve resistência ao beijo. Jin se permitiu desfrutar daquele sentimento, que ele já não poderia chamar de fraterno, mas também não era o mesmo amor que ele nutria por Kazuya. Era algo novo, não tinha nome ainda. Mas Jin ponderou se era isso o que poderia ser definido como alma gêmea...

A mão de Pi desabotoou sua camisa por inteiro, e ele deitou o rosto em seu tórax, deslizando a face suavemente em sua pele. Jin enfiou suas mãos nos cabelos do amigo, acariciando suas orelhas. Yamapi, então, o beijou várias vezes, descendo até a sua barriga.

Jin sentiu o seu baixo ventre arder, desejando que os lábios de Pi chegassem ao seu sexo, mas o amigo apenas o deixou na vontade. Yamapi subiu novamente para a boca do rapaz, invadindo-o com delicadeza. Beijou-o demoradamente, deixando que suas línguas se entrelaçassem, assim como acontecia com suas almas naquele momento.

Yamapi se afastou, deixando Jin procurar por sua boca, mas sempre fugindo quando ele se aproximava. Desviou-se mais uma vez dos lábios dele, alcançando o seu pescoço. Beijou-o entre os cabelos, deixando-o sentir a sua respiração, para então lhe morder levemente a orelha.

Acariciou seu rosto, fitando-o com um olhar profundo e doce, prendendo aqueles olhos escuros ao seu. Silenciosamente, Yamapi pedia permissão.

Compreendendo-lhe, Jin sorriu e fechou os olhos. Yamapi o beijou na pálpebra, então desceu sua mão por seus lábios, pescoço, peito, ventre, percorrendo todo o corpo dele, para finalmente alcançar os botões de seu jeans. Pi os desabotoou com habilidade. Abaixou-lhe a calça e a cueca, trazendo seu sexo para a luz.

Jin tremeu os olhos ao sentir aquele toque carinhoso, que aumentava a velocidade, aos poucos, deixando-lhe em uma agonia voluptuosa.

- Pi... – ele sussurrou, apenas para ter novamente a sua boca invadida pela língua de Yamashita, recebendo novamente o gosto de seus lábios.

Em uma brecha daquele beijo, Jin gemeu, aumentando o ímpeto do parceiro. Yamapi controlou os próprios desejos, aquele não era o seu momento, quem deveria sentir todo o prazer era aquele rapaz que lhe mirava de forma tão pura.

Jin já não agüentava mais o movimento das mãos de Pi. Seu corpo estava em chamas, precisava aliviá-lo. Como se pudesse ler seus pensamentos, ou simplesmente interpretando corretamente o que dizia aquele corpo, Yamapi aproximou seus lábios do membro ereto. Com todo o amor que sentia por Jin, ele levou o seu sexo à boca, protegendo-o e oferecendo o carinho que o rapaz necessitava, com toques suaves, porém firmes, de sua língua.

Sentindo aquele tremor iniciar em seus pés, que se contorceram, Jin puxou os cabelos de Yamapi com considerável força, e o rapaz entendeu o seu aviso. Retirou sua boca e voltou a usar as mãos para proporcionar o prazer total ao amigo.

- Ah... Pi... – ele gemeu, mais uma vez, quando atingiu o orgasmo.

- Jin...

Yamapi lhe retirou a roupa por completo e em seguida se despiu. Beijou-o com mais vigor, porém sem agressividade, não queria que ele se lembrasse em momento algum da violência de Harada.

Erguendo o tronco de Jin, fazendo-o se sentar, sua língua brincava de ciranda com a de Jin, giravam entre si mesmas com vontade. Yamapi a mordeu de leve e, sorrindo, tornou a beijiar a face de Jin.

Gentilmente, fez o rapaz se deitar de bruços, então beijou sua nuca e orelha. Jin se arrepiou ao sentir aquela língua em seu pescoço. Quando Yamapi deitou ao seu lado, ele pode sentir o membro ereto roçar em suas nádegas. Aquilo o deixou em êxtase, queria ter Pi dentro de si, desejava-o, tinha ganas de possuí-lo e ser possuído por ele.

Yamapi sussurrou um pedido de licença em seu ouvido e, então, com os dedos, o penetrou. Enquanto preparava o terreno para o seu sexo, Yamapi acompanhou todas as expressões deliciadas de Jin, cujos lábios tremiam quanto mais seu corpo se aproximava de um novo orgasmo.

Yamapi sabia, então, que estava na hora. Segurou a mão dele com firmeza, e recebeu um aperto com a mesma força em resposta. Em seguida, ele entrou em Jin por aquele canal estreito e movimentou seu próprio quadril, cada vez com mais velocidade, até que os gemidos de Jin ocorressem em intervalos cada vez menores.

Jin sentia o corpo de Yamapi movendo-se dentro dele e aquela sensação era maravilhosa. Seus corpos se misturavam cada vez mais em um ritmo frenético, sabia que o seu suor estava em Yamapi e sentia a umidade do rapaz impregnada em todo o seu corpo. Ele não pode agüentar mais. Quando Yamapi investiu mais uma vez com mais força e velocidade, Jin gozou.

Eles se separaram. Yamapi se jogou ao lado de Jin, respirando pesadamente. O outro rapaz arfava com igual intensidade, se não mais.

Com os olhos fechados, Jin sorria, aquele sorriso bobo, totalmente bakanishi. Yamapi notou que o relógio do criado-mudo marcava meia noite. Então, cansado, abraçou Jin e sussurrou:

- Parabéns...

Quatro de Julho. Aniversário de Jin. Naquele momento, ele sentia como se tivesse mesmo renascido durante a madrugada. De uma maneira que ele ainda não conseguia compreender, recebera de Yamapi o melhor presente: a sua redenção.

Como agradecimento, segurou dois dedos de Yamapi com confiança.
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptySáb Fev 20, 2010 6:32 pm

Nhaaa os membros do KAT-TUN o perdoaram *-----*
Ê Kame pára d ser bobo e beija vc logo o Jin rsrs
Agora Pi irá proteger o amigo, ainda bem q Jin acabou por contar td
Waaaa essa cena do Pi c/ o Jin *------*
é foi msm a redençao d Jin né
q bom
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptyDom Fev 21, 2010 2:11 am

Oi, Nara!!

Esse capítulo foi o que eu mais gostei de escrever... Foi meu primeiro lemon *.*! Mas também porque eu acho que ficou evidente a ligação entre Jin e Pi *.*!!! Apesar das lágrimas, foi um capítulo cheio de amor, amizade, companherismo!

Sim, agora o Pi vai proteger o Jin ^^. E o Ryo tb ^.~!

Beijoss
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptyDom Fev 28, 2010 2:33 am

Contra-ataque

1

Yamapi estava com os braços cruzados atrás da cabeça. Ele observava a lua através da janela. Sua mente estava tranqüila, como se as suas reações intelectuais tivessem entrado em estupor voluntário, uma paz total reinava em sua cabeça, embora o resto seu corpo ainda estivesse acesso devido ao sexo.

Estavam em silêncio há bastante tempo, mas nenhum dos dois dormia, embora seus corpos implorassem por um longo descanso.

Ele se virou para Jin, apoiando a cabeça em uma das mãos. Admirando aquele rosto tranqüilo, embora ainda encharcado de suor, sorriu.

- Agora você está pronto para o Kamenashi... – sussurrou.

Deitado de bruços, com a boca enfiada em seus próprios braços, Jin perguntou:

- Hã?

- Agora você já pode se entregar ao Kamenashi sem receio. Você está livre daquele monstro...

Jin sorriu para Yamapi, pensativo. Por fim, disse:

- Arigatou, né, Pi! Agradeço de verdade, mas não é tão simples assim...

Vendo o desânimo tomar conta daqueles olhos, Yamapi não deteve a sua força quando desceu a mão naquela cabeça dura.

- Itteeee... – resmungou Jin, fazendo cara feia.

- Baka, é simples, sim. Basta não se entregar mais a ele.

- Eu não poderia... Como se eu tivesse escolha!

Irritando-se com aquele espírito que ele não reconhecia como o de Jin, Yamapi disse em um tom sério:

- Olha, Jin, agora é o momento de virarmos esse jogo... Ou você pretende passar o resto da vida naquelas mãos imundas?

- Como eu posso me recusar enquanto ele continua ameaçando o Kamenashi e a banda?

- Ainda não sei, mas vou descobrir um jeito, eu prometo.

- Pi...

- Jin, escuta, não me dê mais trabalho! Não volte a se envolver com aquele canalha, está bem? – Yamapi segurou forte em sua nuca.

A resposta de Jin foi um sorriso curto. Yamapi não pode identificar se era uma resposta afirmativa ou simplesmente conformada.

- E mesmo que fosse fácil se livrar do Harada... Kamenashi tem a sua namorada. – argumentou Jin, retornando ao assunto principal, enquanto se virava de costas para o amigo, fitando o guarda-roupa.

- Há... E você vai desistir dele por causa disso?

- Ele a ama...

- E você o ama... Eu não sabia que você tinha se transformado em um perdedor, Jin.

- Você não diria isso se visse os olhos do Kazu quando fala dela...

- Certeza de que não é o mesmo brilho que eu vejo nos seus.

Jin virou para trás, de modo a encará-lo, mas desviou o olhar primeiro diante da determinação que preenchia os olhos do amigo. Tímido, ele enfiou o lençol por cima da cabeça, escondendo-se enquanto dizia:

- Não enche.

- Além disso, aposto que Kamenashi sequer se lembrou da tal namorada enquanto estava com a cara enfiada em seu peito...

Jin não disse nada. Yamapi, então, levantou o lençol e se acomodou atrás dele, passando o braço em sua cintura, protegendo-o como se fosse uma concha. Não disse nada, apenas deixou sua mão encontrar a de Jin, o qual a segurou com força e aproveitou o calor de Pi em suas costas. Era uma sensação gostosa, que o envolveu por completo e logo seus olhos se tornaram pesados demais. Dormiu, sentindo-se seguro nos braços do amigo.

2

Diante do espelho, ele retirava a maquiagem com uma satisfação evidente de missão cumprida. Mais um capítulo do Shonen Club foi devidamente gravado. Jin olhou para as flores que recebeu da equipe de produção pelo seu aniversário e sorriu. Ao lado delas, também havia alguns presentes das fãs. Pegou um aleatoriamente e abriu. Era um cachorro de pelúcia.

- Fofinho... – murmurou, lembrando-se do seu amigo canino - Parece o Ten...

Koki entrou, aparentando cansaço.

- Ah! Estou morto! – ele exclamou.

- Mandarei meus cumprimentos a seus pais.

- Não seriam “pêsames”? – Koki riu.

- Não acho que eles se lamentariam muito... – brincou Jin, apenas para levar um tapão na cabeça – Ei, Koki, lá em casa, às 19h, né?

- Ah! Ok! Estarei lá!

- Não esqueça do presente... Se não tiver, não precisar ir!

-...Sincero demais, né?

- É uma qualidade!

- Depende do ponto de vista...

3

Ele estava cada vez mais perdido dentro de seus próprios sentimentos. Estava bravo com a rejeição de Jin, indignado com o modo como confessou facilmente seu amor naquela noite, no carro, e quando finalmente ele dava um passo em sua direção, Jin simplesmente se esquivava.

Por outro lado, Kazuya não parava de se repreender por ficar desse jeito. Jin não tinha culpa, aliás, quando pensava friamente na questão, descobria que o único culpado era ele mesmo. Descobria-se como um egoísta ciumento e possessivo. Como poderia exigir que Jin o beijasse quando ainda estava ligado ao amor de Tsubasa?

Ele tinha consciência de que traía os dois ao mesmo tempo, mas não queria machucar nem Akeko e nem a Jin. Apesar disso, não podia mais mentir para si mesmo.

Estava mais do que na cara que a amizade de Jin e Yamapi o chateava. Ainda mais nesta manhã, quando os dois agiram como dois retardados felizes, mais do que o normal, diga-se de passagem. Em seu íntimo, Kamenashi desejava descobrir o motivo de tamanha alegria.

Seja lá qual for o motivo, apenas provava que Jin não estava mais preocupado em saber se ele, Kazuya, continuava bravo ou não. Talvez até tivesse esquecido o acontecimento no vestiário.

Porém, mais do que o ciúme, Kame tinha que admitir que passou a desejá-lo. Queria provar de seu beijo, sentir sua mão em seu corpo, o seu calor esquentando a sua pele... Apenas pensar em tudo isso provocou uma queimação em seu baixo ventre.

Não podia dizer exatamente quando passou a se sentir dessa forma. Se foi no dia do seu isolamento, no dia da chuva ou quando o viu solitário no camarim do KAT-TUN. Ele ponderava, ainda, se esse sentimento já existia dentro de si, mas permanecia adormecido sob o nome de amizade.

Eram nessas coisas que Kamenashi refletia quando foi surpreendido com um peso extra em suas costas. Jin, sem a menor noção de seu próprio peso, havia se jogado sobre o garoto, que foi obrigado a recorrer de toda a sua agilidade para não cair no chão.

- BAKA! – ele gritou – Desce daí!

- Né, Kazu? Estou chamando o pessoal para beber mais tarde em casa... – Jin viu aquele olhar reprovador e logo emendou: - Não me olhe com essa cara feia, eu não vou abusar e vai ser algo íntimo, poucas pessoas, só para não passar em branco! Afinal, não é permitido não comemorar o meu nascimento, né?

- Hai, hai, entendi, agora desce de uma vez!

- Você não pode faltar, ok? – Jin gritou, já longe, correndo em direção ao camarim do grupo NEWS.

- Faz diferença? – Kamenashi murmurou, dando a costas e seguindo seu caminho – O “Pi” vai estar com você, de qualquer jeito...

No vestiário, Kamenashi escutou o seu celular tocando, atendeu e, pelo visor, descobriu que aquele número o procurava desde as dez da manhã. Verificou o relógio, já havia passado do meio dia. Porque Akeko o procurava com tanta urgência?

4

Quando Kamenashi chegou em seu apartamento, surpreendeu-a arrumando algumas malas. Não se lembrava de que Akeko tivesse alguma turnê marcada. Talvez fosse algum compromisso de última hora, isso sempre acontecia no relacionamento deles, afinal, não podiam ignorar que suas jornadas de trabalho não eram das mais comuns.

- Olá, querido. – ela disse, entre camisolas e vestidos – Desculpe a bagunça... Queria ter terminado isto aqui antes de você chegar.

Akeko interrompeu o que fazia para se aproximar de Kazuya e o cumprimentar com um singelo beijo.

- Para aonde está indo? – perguntou Kame, sentando-se em um canto livre da cama.

Ela sorriu jovialmente e segurou as próprias mãos atrás das costas, gesto seu que dizia que estava preste a aprontar. Kamenashi sorriu, gostava quando ela se permitia a uns trejeitos de menina. Akeko disse:

- Eu? Nós! Nós vamos a uma viagem rápida para comemorarmos nosso aniversário de namoro!

Kamenashi não foi hábil o suficiente para esconder a sua surpresa. Quatro de julho, eles comemoravam cinco meses de namoro “oficial”. Estavam juntos há mais tempo, mas ele assumiu aquele compromisso apenas em fevereiro. E, embora ainda não tivessem anunciado para seus fãs e a mídia, ambos se consideravam namorados.

Culpado, ele sentiu remorso em ter se esquecido completamente daquela data. Nos últimos dias havia se dedicado apenas à banda e a Jin.

Jin.

Era o seu aniversário também.

Você não pode faltar, ok?

- Você esqueceu, né? – ela perguntou, sorrindo de um modo triste – Talvez isso seja algo bobo mesmo... Devemos comemorar apenas a passagem de ano, né?

Kamenashi se apressou em corrigi-la.

- Não é isso... Eu confesso que esqueci, mas é porque andei ocupado demais! É importante sim comemorarmos cada mês que estamos juntos... Mas é que eu não sei posso sair em viagem dessa maneira!

- Não se preocupe, querido! Eu sei que você está com agenda apertada, mas voltaremos amanhã bem cedinho, eu prometo!

Covardia. Ela usou aquele tom de voz que sempre o derretia. Ficou tentado a aceitar essa viagem, ainda mais quando se lembrou de que Jin o rejeitara duas vezes. Talvez, o melhor fosse mesmo se concentrar em seu relacionamento com Akeko, principalmente porque a deixou em segundo plano por muitos dias.

Quem sabe, em uma viagem romântica, esqueceria de vez esses sentimentos confusos que Jin lhe despertava e que eram, com certeza, algo passageiro. Afinal, ele amava Akeko.

Decidido, ele brincou um pouco mais com a angústia de Akeko e demorou a aceitar a proposta. Akeko, para convencê-lo de uma vez, acomodou-se em seu colo e o beijou diversas vezes no pescoço.

5

A conversa era animada e havia bastante bebidas, mas Jin não podia saciar a sua sede, pois era devidamente fiscalizado por todos os seus convidados. Teve que se contentar com sucos e refrigerantes em seu próprio aniversário.

- Isso não é festa! – reclamou, enquanto puxava o seu maço de cigarros. Colocou um na boca e o acendeu, apenas para escandalizar os presentes.

Yamapi foi o mais rápido. Ele se levantou da poltrona e retirou-lhe o fumo.

- Você é mesmo um baka, não é? – ele bronqueou e em seguida deu uma tragada.

- Ah! Beijo indireto! – caçoou Koki.

- Que nojo! – protestou Ryo.

Yamapi apenas piscou para Jin, de modo divertido e entrando no clima da brincadeira, mas o outro rapaz virou o rosto de modo que ninguém percebesse o seu constrangimento ao se lembrar da noite anterior. Sorriu, ainda tímido, mas logo se recompôs e começou a gracejar também.

6

O calor estava começando a se tornar insuportável. Apesar de estarem ali apenas os cinco membros do KAT-TUN e mais os dois do NEWS, já era uma quantidade razoável para tornar o apartamento de Jin pequeno demais. E eles falavam e se agitavam ao mesmo tempo, rindo, todos estavam sinceramente se divertindo, mas contribuindo para que o ambiente ficasse ainda mais quente.

Yamapi não agüentou, teve que se afastar por um momento daquela algazarra e foi até a cozinha. Na geladeira, pegou mais uma lata de cerveja, que tinha a intenção de tomá-la ali, sozinho, mas apenas ficou na intenção já que, ao fechar o eletrodoméstico, deu de cara com Ryo, o fitando seriamente.

- Ainda bem que não tenho problemas cardíacos... – murmurou – Por que chegou de fininho, baka?

- Preciso te perguntar uma coisa.

- Precisa ser agora? – Yamapi protestou, tendo uma idéia de qual seria o assunto.

- Na verdade, não, mas eu acho que quanto antes agirmos, será melhor. Temos que aproveitar que o Harada está de licença. Além disso, é difícil conversarmos sobre isso na agência, estamos sempre com algum outro membro da banda.

- Eh?

Yamapi ficou confuso. Ainda não tinha contado para Ryo a história toda de Jin, mas tinha a impressão de que não era mais necessário. O moreno usou um pouco da sua massa cinzenta e chegou a uma conclusão muito próxima da verdade. Ryo, afinal, não era burro.

- Mas o AT-TUN está aqui também... – Pi o lembrou.

- Atum?

- Não, eu disse AT-TUN... É porque o Kamenashi não chegou ainda.

- Você tem problemas mentais... – Ryo estreitou os olhos diante dessa afirmação. – De qualquer jeito, Harada faz mal ao Jin, não é verdade?

Yamapi pensou que aquela era uma colocação infantil demais para um assunto que estava longe de ser inocente, mas não deixava de ser verdade. Por isso, assentiu, abrindo a latinha de cerveja e explicou, sem detalhes, que Jin era chantageado pelo assessor. Ryo se mostrou pensativo.

- Temos que aproveitar a ausência do Harada. – ele repetiu.

- Eu sei, mas ainda não consigo pensar em um plano...

- Eu tenho uma idéia. – ele afirmou.

- O que você está pensando?

- Contarei mais tarde. Ao Jin também. Vamos esperar que o... – ele ergueu a sobrancelha, não acreditando que diria aquilo -...“T-TUN” vá embora primeiro.

- Ok! – o outro riu em solidariedade àquela tentativa do moreno em fazer uma piada.

Yamapi não sabia se era uma boa idéia, mas sentiu-se um pouco mais confiante, afinal, entre uma idéia ruim e nenhuma idéia, a primeira opção era mais vantajosa.

7

Jin olhou para o seu relógio mais uma vez, apenas para ter certeza de que Kamenashi não chegaria a tempo. Já era uma hora da manhã. Koki, Nakamaru, Tatsuya e Junno já tinham ido embora e seu aniversário estava terminado.

Kazuya nem seu deu ao trabalho de telefonar. Jin tentou falar com o mais novo, mas seu celular estava fora de área e ninguém atendia em sua casa. Perguntava-se se poderia ter acontecido alguma coisa.

Suspirou, enquanto recolhia pratos e copos.

- Hey, não fique assim. – disse Ryo – Nem parece que gostou da nossa companhia.

- Não é isso. – garantiu Jin, entregando-lhe os objetos. Ryo, por sua vez, repassou a louça para Yamapi, que retornava da cozinha após ter lavado apenas o primeiro round.

- Eh? Eu de novo? – ele reclamou e deu meia volta.

Ryo ajudou Jin a separar as latas de cerveja em um saco, para serem lavadas posteriormente, e em seguida ajeitaram a mobília de volta ao lugar original.

- Foi uma noite agradável. – afirmou Jin.

- Ele está deprimido porque não viu o amorzinho dele. – comentou Yamapi, vindo da cozinha mais uma vez e recebeu as latas de cerveja. – Ah, não, lave um de vocês agora!

- Amorzinho? – gargalhou Ryo – Kamenashi? Finalmente você se declarou para ele? – perguntou.

Ryo, malicioso como era, sempre suspeitou de que havia algo entre as iniciais do KAT-TUN, embora Jin, oficialmente, nunca admitisse nada. Naquele momento, porém, ele não estava com disposição para continuar a esconder seus sentimentos em relação a Kazuya. Antes que pudesse explicar o que aconteceu, Yamapi disse:

- Não, parece que o Kamenashi está namorando!

- Ah, é?

- Eu me declarei. – revelou Jin, finalmente.

- EH??? Quando?? – perguntou Yamapi, surpreso.

- Um pouco antes da nossa briga, em abril... Na verdade, tomei um fora e acabei descontando na tal namorada. Discutimos por isso naquela época.

Jin notou que seus amigos o olhavam de modo indeciso, obviamente eles não sabiam o que dizer, então ele gargalhou e disse:

- Não fiquem com essas caras de bundas... Agora está tudo bem entre nós... Como amigos, quero dizer.

Apesar de escutarem isso, eles não acreditaram. Além disso, fazendo alguns cálculos, Yamapi não pode deixar de perguntar:

- Então, quando Harada te chantageou a primeira vez, você tinha acabado de levar um fora do Kamenashi? E ainda assim você o protegeu?

Jin não respondeu. Ficou apreensivo em discutir este assunto na frente de Ryo e olhou para o moreno com cautela, o qual percebeu a sua aflição e o tranqüilizou:

- Eu sei de algumas coisas... Sei que você está com problemas com Harada.

Sentindo um rubor surgir em sua face, Jin tentou se explicar:

- Ryo, eu...

O moreno, entretanto, sorriu e não o deixou prosseguir.

- E eu não preciso saber de tudo, se isso é desconfortável para você. – e logo emendou – Mas aquele dia em que o Pi achou aquela foto, eu estava junto, então... Não é como se ele tivesse feito fofoca ou algo parecido.

- Isso é um pouco vergonhoso. – admitiu Jin, sentando-se – Eu...

Ryo sentou no outro sofá, próximo a Jin e bateu em seu joelho.

- Está tudo bem. Não precisa mesmo falar sobre isso. Vamos focar nossa atenção em como vamos acabar com este patife, certo?

Jin estava agradecido, de verdade, em tê-los como amigos. Talvez deveria ter procurado por eles antes, talvez não precisasse ter sofrido tanto tempo sozinho, refletiu. Em todo o caso, passado é passado. Já era suficiente poder contar com o apoio deles a partir de agora.

Mas, Jin não podia deixar de observar que aqueles dois ainda ignoravam a influência de Harada dentro da agência e mais ainda o seu poder fora dela. Disse isso a eles, mas recebeu a seguinte resposta de Yamapi:

- Não importa o quanto ele seja poderoso, você não pode desistir sem tentar. Você fez a sua parte, Jin, fique tranqüilo em relação a isso. Agora, nos deixe fazer a nossa.

- Não. – Jin sacudiu a cabeça – Se vocês vão mesmo fazer alguma coisa, eu irei junto. Esse é um problema meu, afinal!

- Como ele enche a boca para fazer esse discurso, não é? – zombou Ryo, apenas para descontrair o clima. Ele não era muito bom em momentos sentimentais. - De qualquer modo, Jin, eu tenho uma idéia.

Yamapi também se sentou, ao lado de Ryo, e prestou atenção enquanto ele dizia. A idéia de Nishikido era simples, o próprio Yamapi já havia pensado nisso, que era gravar o Harada chantageando a Jin, mas ele logo descartou essa idéia com os argumentos que expôs:

- Sim, mas de que adianta denunciarmos ele? Harada ainda tem muitas coisas a usar contra Kamenashi e a banda. Se uma denúncia fosse capaz de resolver o problema, era só o Jin ter ido a polícia...

- Sim, sim... Eu entendo. Não acha que eu não pensei nisso? Não sou estúpido! Acontece, que eu sei onde o Harada escondeu suas provas!

Nem Yamapi e muito menos Jin esconderam a surpresa, este último até se inclinou para frente, ansioso.

- Como você descobriu? – quis saber Jin.

- Eu o segui. – explicou em um tom casual demais.

- Como assim? Quando?? Por que?? – Yamapi disparou.

- Depois que vimos aquela foto, e depois de você suspeitar que Harada estava ligado ao desmaio de Jin, eu fiquei pensando em como poderia ser isso... Poucos dias atrás, eu estava no meu carro, no estacionamento da agência, me perguntando sobre isso. Cheguei a uma conclusão revoltante... E foi então que o Harada saiu, entrou em seu carro e partiu. Não sei porque, mas o segui. Talvez pela revolta de saber que ele é uma pessoa tão sem escrúpulos.

- Você estava zangado por ele ter machucado o Jin! – zombou Yamapi – Eu sei, você ama seus amigos, Ryo-chan!

- Há, há, há. – estreitou seus olhos e riu forçadamente - Cala boca, imbecil, e escuta! Eu o segui até um prédio em uma área afastada de Shinjuku.

- Eh? Shinjuku? – questionou Jin – Mas ele mora em Minato, não?

- Pelo que eu descobri com o porteiro, ele não mora ali... Apenas passa algumas horas e depois vai embora. Tenho certeza de que ele esconde tudo o que ele tem contra você ali, Jin, pois em sua casa não é seguro... Ele tem esposa e dois filhos.

- É, eu vi uma foto em seu escritório. Os meninos são gêmeos. – foi o comentário inútil de Yamapi.

- Aquele asqueroso não respeita a mulher. Como ele é capaz de fazer esse tipo de coisa... Será possível que ele não pensa nos filhos? – revoltava-se Ryo, mas ele logo voltou ao que dizia anteriormente: - Então eu proponho que resgatamos o material que ele usa como chantagem com o Jin, gravamos uma de suas ameaças e... Mostramos para a diretoria.

- Eh? Não seria melhor para a polícia? – perguntou Yamapi.

Jin respondeu:

- Uma acusação dessa vazaria para mídia... E o KAT-TUN não teria a menor chance de debutar...

- Mas vocês, principalmente você, Jin, são as vítimas!

- Até parece que você não conhece a sociedade em que vive. Você acha que as pessoas vão se importar mais com Harada ou com um Akanishi Jin, que foi filmado e fotografado em cenas de sexo explicito para proteger outro homem que, diga-se de passagem, é o Kamenashi.

- Eles até podem condenar Harada, mas... Não será fácil admitir um ídolo pop homossexual! – concordou Ryo – Essa é a realidade, não apenas aqui no Japão.

Yamapi foi obrigado a reconhecer que ambos estavam com a razão.

- Mas a diretoria saberá punir o Harada e afastá-lo de uma vez por todas da vida do Jin! – afirmou Ryo – Por isso eu acho que é a melhor coisa a se fazer!

Jin assentiu, mas disse:

- Uma coisa de cada vez. Como vamos entrar no apartamento?

- Com relação a isso, não se preocupem. – ele sorriu, orgulhoso da própria capacidade mental.

8

Dois dias depois...

Jin sorria como uma pateta, diante do espelho do quarto de Ryo. Aquele bigode era algo deprimente, definitivamente ele nunca deixará o seu próprio bigode crescer, ainda mais se for para usar em estilo escovinha.

Para piorar a situação, Yamapi chegou naquele momento, e, ao entrar no quarto, não conteve a gargalhada.

- Você está lindo, Bakanishi!

- Hai, arigatou. – era evidente o sarcasmo - Não se entusiasme tanto, o seu disfarce não é melhor que o meu! – e ele apontou para as roupas em cima da cama.

Yamapi se aproximou e deu uma olhada. Estendendo o macacão azul na cama, colocou a mão no queixo, em posição de dúvida.

- Tem certeza de que isso vai dar certo?

- Absoluta. – garantiu Ryo, enquanto terminava de instalar alguma coisa em seu computador – Eu planejei tudo nos mínimos detalhes.

- Você tem visto filme policial demais. – comentou Jin, mexendo no bigodinho. Assoprou e riu quando ele girou. Continuou assoprando. O bigode voltou ao lugar, o que aumentou a sua risada.

Yamapi olhou para Jin, perguntando-se qual seria a sua idade mental. Preferiu saber o que Ryo estava fazendo.

- Peguei uns aparelhos na agência, uns microfones e escutas... – o moreno explicou - Falei com um conhecido meu que entende bem de computação e agora estou instalando uns programas de monitoramento. É o seguinte, vocês estarão com câmeras de áudio e vídeo no uniforme. Eu estarei passando informações para vocês daqui de casa.

- Me sinto o próprio James Bond. Meu nome é Akanishi, Akanishi Jin!

Ryo e Yamapi trocaram olhares e optaram por não contrariar a criança.

- Eu também consegui instalar uma câmera na rua, em frente ao prédio e na portaria.

- Ah!!! – gritou Yamapi – Estou com medo de você, Ryo... Não sei se quero saber como é que você conseguiu tudo isso...

- Ele deve ser daqueles pervertidos que ficam observando a pessoa que ama vinte e quatro horas por dia! – comentou Jin, com os olhos arregalados, sacudindo a cabeça vivamente.

- Não sejam estúpidos. Isso não é tão difícil de conseguir... Mais difícil foi descobrir o dia e a hora em que o pessoal da dedetizadora agendou para ir até aquele prédio. Tendo essa informação, eu liguei para o porteiro, que é um estúpido, na verdade, e consegui enrolá-lo. Disse que iríamos um dia antes por problemas técnicos e que ele deixasse aberto os apartamentos que estivessem vazios. E sabem o que ele disse?

- O que? – perguntou Pi.

- Que o apartamento de Harada é o único vazio há uma semana e meia.

- É o tempo que ele pediu licença... – comentou Pi.

- Bingo!

- O que ele estará fazendo, hein? – questionou Jin – Embora eu não tenha certeza se quero descobrir a resposta...

Yamapi pousou a mão em seu ombro, em um aperto de consolo. Jin apenas sacudiu a cabeça, agradecido.

Ryo viu as horas.

- É melhor vocês se trocarem e irem, está quase na hora! Vamos testar os aparelhos!

9

Em uma rua de Shinjuku, dois homens se olhavam com uma expressão de desgosto. Eles estavam vestidos com macacão azul, com bonés da mesma cor e ambos tinham um bigode nada moderno.

- Está pronto, Luigi? – perguntou Yamapi.

- Vamos nessa, Mário!

- Podíamos mesmo ser encanadores, aí seriamos a dupla perfeita dos videogames! – comentou Pi.

- Vocês dois querem parar de palhaçada e andarem logo? – a voz de Ryo soou estridente em seus ouvidos.

- Abaixa esse volume, merda! – protestou Jin – Era só o que me faltava! Ter a voz do Ryo na cabeça, isso já é demais! – ele riu.

- Ok, ok! Estamos indo!

Yamapi e Jin passaram sem dificuldades pelo porteiro e pediram a chave do apartamento vazio, pois, já que os donos não se encontravam, seria mais fácil começar com eles.

Sem desconfiar de nada, o porteiro entregou-lhes todas as chaves. Estava de muito bom humor, já que naquela manhã encontrou uma garrafa de vinho na portaria. Cortesia de um tal Nishikido. Ele não se lembrava de conhecê-lo, mas cavalo dado não se olha os dentes. E ele não se importava em tomar um pouco de pileque em pleno expediente, desde que os moradores não o pegassem em flagrante.

Assim, a entrada da dupla foi bastante tranqüila. Uma vez longe da vista do porteiro, eles correram até o apartamento. A mão de Jin tremia enquanto ele tentava encaixar a chave na fechadura.

Yamapi estava com uma zombaria na ponta da língua, mas a engoliu, sabia que aquele nervosismo não era pelo fato de estarem invadindo uma casa, e sim por estarem a poucos passos da liberdade total de Jin. Sendo assim, ele o respeitou e esperou.

Finalmente, a porta se abriu. Jin a empurrou e entrou, seguido de Pi. Eles encontraram um apartamento triste, com poucas mobílias velhas – um sofá, uma estante com televisão e um vídeo cassete - e sem um toque pessoal do morador. Não havia nada que pudesse garantir que alguém vivia ali, o que significa que Ryo estava certo, ali era o esconderijo de Harada.

Era até melhor que não houvesse muitos móveis, assim as buscas seriam mais rápidas. Yamapi fez um sinal com o dedo indicador de que ficaria na sala, então Jin entendeu que deveria ir para o quarto.

Ele passou rapidamente pelo corredor e entrou em um cômodo igualmente solitário. Havia uma cama de solteiro, uma escrivaninha e uma mesa de computador, que Jin ligou, mas, obviamente, estava protegido com senha.

- Deixe isso de lado, procure na escrivaninha. – ordenou Ryo.

Jin concordou. Ele não contou aos amigos que Harada havia gravado todos os momentos em que estiveram transando. Provavelmente o fizera para se aliviar quando estivesse sozinho ou para continuar a chantageá-lo. Mas, era mais certo que fossem as duas opções. Sendo assim, mesmo que houvesse alguma coisa no computador, ele precisava encontrar aquelas fitas. E o que pudesse existir no computador, seria facilmente deletado com um belo pontapé na CPU.

A escrivaninha estava lotada de livros. Jin folheou alguns, em busca de fotos, mas não encontrou nada. Dentro de uma gaveta, porém, estava um diário. A letra era infantil, provavelmente era o de uma criança.

Não gosto de diário. Mas a professora mandou.
Não gosto de diário porque temos que escrever sobre nossos dias.
Meus dias não são bons.
Não quero lembrá-los.
Tenho medo.

- O que é isso? – Jin se perguntou, assustado com aquele tom sombrio.

- Baka, o que está fazendo? – perguntou Ryo – Procure algo útil!

- Hai, hai!

Jin largou o diário na escrivaninha e retornou para suas buscas. Finalmente, ele encontrou um fundo falso em uma das gavetas do móvel. Havia uma caixa de madeira, trancada a cadeado, mas não teve problema, tanto ele quanto Pi adquiriram, ainda na época de colégio, certos conhecimentos em abrir armários trancados para pregar algumas peças em seus colegas.

Acreditando que fosse necessário recorrer a esses conhecimentos, Jin trouxe em seu bolso alguns grampos e um pedaço fino de metal, o qual foi introduzido primeiro no cadeado e, com o grampo, Jin foi cutucando até que o cadeado cedeu.

Notou que suas mãos ainda tremiam quando abriu aquele objeto. E sentiu as lágrimas inundarem seus olhos ao reconhecer aquelas fotos. Com um nó na garganta, olhou as primeiras, enquanto sua mente se recordava de quando elas foram tiradas e tudo o que sofrera naqueles dias.

Jin pensou que estivesse mais resistente àquelas lembranças. O apoio de Yamapi foi fundamental para que ele recuperasse a confiança e não se deixasse atormentar pelo passado, mas, ainda assim, estar diante daquelas fotos era algo bastante difícil. Com desespero, pensou que talvez não pudesse mais voltar a ser o mesmo Jin de antes de tudo aquilo.

Como se estivesse lendo seus pensamentos, a voz de Ryo disse:

- Acabou, Jin. Agora tudo vai terminar. Estes registros, que te fizeram sofrer em algum momento, será o nosso cheque-mate contra aquele canalha... Será irônico, ele mesmo esteve produzindo provas contra ele... O que mais tem na caixa?

- Peraí... – a voz de Jin saiu mais chorosa do que ele gostaria – As fitas também estão aqui... Com certeza são elas, mas verificarei na sala...

Jin retirou todo o conteúdo da caixa e colocou em sua mochila. Em seguida, ele trancou a caixa com o cadeado e a repôs em seu lugar.

Foi para junto de Yamapi, que ainda verificava o conteúdo da estante.

- Encontrei, Pi. – Jin estendeu uma fita em sua direção, tentando sorrir.

- Você tem certeza?

- Havia umas fotos também... Mas, de qualquer modo, vamos verificar...

- Você prefere que eu espere lá fora? – perguntou Yamapi.

A resposta afirmativa morreu na garganta de Jin. Ao mesmo tempo que sentia uma vergonha terrível em pensar que Yamapi, depois das fotos, agora veria com os próprios olhos o que Harada lhe fez, um certo medo também lhe crescia no peito em assistir aquelas gravações sozinho. Além disso, sua confiança em Yamapi, que já não era pouca, aumentou de um modo tão incrível nos últimos dias que ele já estava dependente de sua proteção.

Sendo assim, ele pediu ao amigo que ficasse. Também permitiu que Ryo assistisse junto com eles, afinal, o moreno também mostrou um apoio incondicional em todo esse assunto, que Jin preferiu ser sincero com ele também.

Yamapi tomou a fita de suas mãos e a enfiou no aparelho. Ligou a televisão. Não demorou muito a que eles começassem a ouvir os gemidos de Harada. Jin logo percebeu que aquele era o primeiro registro de toda a sua desventura, a primeira violação na sala do assessor. Ele não desgrudou os olhos da tela uma única vez durante o tempo que permaneceram assistindo. Estava decidido a enfrentar aqueles demônios.

Ao seu lado, Pi também não se permitia perder para Harada. Observou tudo, com uma expressão severa, engolindo em seco diversas vezes e contendo sua raiva. Em um determinado momento, quando aquele crápula jogou seu amigo em sua mesa e o invadiu com tamanha selvageria, Yamapi se aproximou de Jin e segurou sua mão com firmeza.

10

Além do próprio Ryo, ninguém tinha como saber que ele foi primeiro a desviar os olhos daquelas imagens. Jogou o fone de ouvido em sua mesa de computador e se levantou, escondendo o rosto em suas mãos, bufando com uma raiva que ele próprio desconhecia.

- Que filho da puta, aquele cretino... – murmurou.

Socou o guarda-roupa, tentando descontar aquele sentimento, mas apenas conseguiu esquentar o seu sangue ainda mais quando seu cérebro registrou aquela dor.

Ryo, ainda nervoso, voltou a monitorar seus amigos e recomendou que eles saíssem de lá o quanto antes.

- Conseguimos o material. Cinqüenta por cento do nosso plano está feito... – ele comentou. – Vamos acabar com esse pilantra.
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptyDom Fev 28, 2010 4:03 am

ê Kame o baka é vc viu
assume logo o q ta sentindo pelo Jin pô
e essa Akeko bem espertinha hein
ja percebeu as mudanças de Kame
Aaaa Ryo tao inteligente *-----*
q bom q conseguiram provas
meu esse porteiro é uma topeira hein haha xD
shahshahsahs Mario e Luigi adorei
nossa jogos do Mario é mto lgl
deu saudades agora hehe
ms Jin e Pi d bigode aiai nao combina né rsrs
Maaaaaiiiiis !!!!
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptyQui Mar 04, 2010 12:35 am

Ahhh, saudades mesmo do Mario e Luigi!! Hj uma menina lá do meu trampo levou um bonequinho do Luigi!! Tão fofo hehehehe... Aí nós lembramos do filme e de um seriado tosco deles que passava na globo há uns séculos atrás, vc chegou a ver??

Pois é, o Kame hesita em admitir seus sentimentos, quer tentar fazer o namoro dar certo! =/

O Ryo demorou um pouquinho para perceber os problemas do Jin, mas, quando enfim ficou a par, foi o primeiro a agir!

Huhauhaua e o porteiro é um toupeira bebum... Os meninos tinham que ter um pouco de sorte, né? ^.~

Fato, bigode com Johnnys não combina. E eu quero matar o Jin quando ele insiste em deixar uns "três pêlos" no queixo pra dizer que é barba ¬¬'! hahahaha São poucos homens que ficam bem de barba e/ou bigode =/!

Obrigada pelo comentário ^^!
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptyQui Mar 04, 2010 12:44 am

Coração

1

Alguns dias antes...

Ele era o próprio retrato do desespero. Seus cabelos, normalmente bem alinhados, estavam bagunçados e sebosos. Seus olhos estavam marcados pelo sono não consumado, o que apenas aumentavam a preocupação evidente em seu rosto.

Ele até estava bem vestido como sempre, de terno e gravata, mas, àquela altura, já tinha desfeito o nó e aberto os primeiros botões da camisa branca. Seu paletó estava jogado em uma cadeira.

O silêncio naquele corredor era a pior tortura que poderia existir. Lentamente, os ponteiros do relógio pendurado acima daquela porta – a qual ele olhava com tanta obstinação – se rastejavam marcando um minuto completo desde que ele olhou pela última vez.

Hospitais são sempre sombrios, pensou Harada, sentado em um banco, de mãos dadas com uma bonita mulher de trinta e cinco anos, cabelos negros, curtos, vestida sobriamente com um vestido florido e um casaco branco por cima. Ela chorava, apoiada em seu ombro.

- Hitomi... – ele murmurou, beijando sua testa – Vai dar tudo certo.

- Já faz tanto tempo, Takeshi... – ela respondeu, entre soluços – Por que demora tanto?

- Não é uma cirurgia fácil, meu amor.

- Eu sei... Foi um milagre encontrarmos um doador, não é?

A delicada mulher não tinha idéia de que a sua pergunta foi como um disparo de uma arma na mente de Harada. Ele se recordou de como aquele “milagre” aconteceu.


- Seu filho precisa de um coração novo, não é?

Harada achou que o álcool consumido naquela noite havia sido mais do que o normal, o que estaria afetando a sua audição. Porém, aquele homem com ar jovial puxou uma cadeira e sentou diante dele, repetindo a pergunta.

- Seu filho precisa de um transplante de coração, certo? É algo bem triste, um menino de oito anos ter um coração tão fraco... Ele ainda nem sabe o que é viver e pode perder esse direito a qualquer momento... Ah! Este mundo é mesmo injusto!

- Quem é você?

- Sou um amigo, Harada-san, um amigo. Um amigo com muitos amigos. Eu posso conseguir um doador para o seu filho. Ele não precisará ficar na lista de espera. É algo que nem mesmo você, que trabalha em uma agência famosa e tem tanto recurso financeiro, pode conseguir. Não seria um milagre?

- O que... O que você quer em troca?

O homem sorriu.

- Eu preciso de alguns favores, Harada-san, mas eu tenho certeza de que serão fáceis para um pai que precisa salvar a vida do filho.


Harada apertou a mão da sua esposa e confirmou.

- Foi um milagre mesmo, querida...

Gomen, Akanishi-san. Eu peço desculpas de joelho. Mas, é como eu te disse... Ás vezes nós temos que fazer certas coisas na vida e é melhor encararmos com otimismo. Eu com certeza faria tudo de novo para salvar a vida do Hideki. Esse é o meu dever, como pai. Eu apenas sinto que tenha sido você, o escolhido para passar por essas provações.

2

No dia marcado, Harada o encontrou no endereço que o homem lhe havia deixado. Era um belo apartamento em um dos bairros mais nobres de Tóquio.

Tomaram saquê, enquanto o misterioso salvador explicava suas condições para conseguir um doador a seu filho Hideki.

- Você tem consciência de que o que faremos é ilegal? – questionou, mantendo um sorriso divertido nos lábios.

- Eu não me importo. – Harada respondeu imediatamente.

- Sabe, Harada-san. As pessoas dizem que não se importam com certas coisas, mas, quando colocadas à prova, elas recuam e fogem. Essa é a natureza humana. Não podemos afirmar nada enquanto não vivenciamos na pele.

Harada não se deixou intimidar.

- Eu não me importo em ser preso.

- Ótimo, porque o preço que cobrarei é extremamente caro e pode ser que termine em cadeia, se meu plano falhar.

- Eu entendo.

- Gostaria de pedir... – ele se interrompeu para encher o copo de ambos com mais saquê – Eu gostaria de pedir que você compreendesse também que um coração é muito valioso, por isso o preço será de acordo com a sua importância... No seu caso, como é para salvar a vida de um filho, imagino que deva valer muito.

Ele tomou um gole da bebida. Harada não dizia nada, mas era possível notar que seu rosto começava a perder a cor.

- Espero que tenha consciência também de que, ao dar o coração ao seu filho, eu estarei tirando a vida de uma outra pessoa, a verdadeira pessoa que deveria receber esse órgão. Por tanto, pense bem, Harada-san. Eu me tornarei um assassino por você. O que você fará por mim?

- E... Eu...

- Não diga nada. Para mostrar o quanto eu confio em você, explicarei o meu plano. É muito simples, na verdade. Eu já tenho tudo muito bem calculado...

- Do que se trata?

Ao escutar todos os detalhes daquele plano sórdido contra Akanishi Jin, Harada tomou toda a sua bebida de uma vez. Ainda assim, ainda que sua garganta inflamasse com o álcool escorrendo por ela, não era o suficiente para quebrar com a rígida moral pela qual Harada foi educado. Exclamou:

- Isso é desprezível!


3

A saída brusca de um enfermeiro da sala de operação fez com que Harada e Hitomi se levantassem imediatamente. Porém, foram completamente ignorados pelo rapaz, que simplesmente passou por eles correndo.

Hitomi, apreensiva, mordeu os lábios e olhou para o seu marido. Não conseguiu conter o choro.

Escutar o desabafo desesperado de sua mulher fez o coração de Harada se apertar. Desejou ardentemente evitar-lhe todo esse sofrimento, ele queria ser capaz de protegê-la para sempre, assim como havia prometido no momento em que a pediu em casamento.

Por que os anos de alegrias foram roubados com o nascimento de seus filhos? Dar a luz não devia ser uma dádiva? Gerar a vida não devia dar à mulher apenas felicidades?

Não. Ele não foi capaz de oferecer felicidade alguma à Hitomi. Por que Hideki nascera com um problema raro no coração e, desde então, não tiveram nem um dia de paz. Nos primeiros meses, lutaram bravamente para que ele sobrevivesse.

Hideki era um vencedor, diziam. Mesmo quando os médicos passaram a acreditar que o menino não sairia da incubadora, ele virou o jogo. Saiu do hospital, cresceu, entrou na escola. Era uma vitória, diziam muitos médicos, mas Harada não considerava assim.

Hideki não podia aproveitar a sua idade como as crianças normais. Ele não podia deixar de ser vigiado um segundo e suas férias escolares eram sempre em hospitais. Como alguém poderia considerar isso uma vida?

Então, aos oito anos de idade, ele teve uma crise séria. Seu coração quase parou de vez, mas, mais uma vez, ele conseguiu reagir. Porém, o transplante do órgão se tornava cada vez mais necessário e o tempo para a operação passava cada vez mais depressa.

Ele precisava fazer aquela cirurgia.

- Doutor! – a voz de Hitomi exclamou.

Harada viu o enfermeiro voltar acompanhado de mais dois médicos. Eles, mais uma vez, não pararam para dar qualquer explicação. Um deles apenas disse:

- Todo segundo é importante agora.

E voltaram a entrar por aquela porta dupla. O casal apenas pode fitar enquanto as portas balançavam.

4

Alguns dias se passaram desde que Harada rejeitou a proposta daquele estranho pervertido que lhe apresentou uma troca infame demais pela vida de seu fiho. Como um homem cheio de princípios morais, Harada procuraria por outros meios para salvar Hideki.

A vida, porém, não é muito fácil para os honestos, ele logo descobriria. Todo o dinheiro que reuniu, com trabalho digno e muito suor, de nada adiantaram para encontrar um doador.

E o tempo estava passando.

Para alívio da consciência de Harada, Hideki não tinha demonstrado sinal de piora. Pelo contrário, sentia-se disposto a continuar indo ao colégio. Tudo parecia estar bem com seu filho, mas, um dia, a sua professora convocou uma reunião urgente.

Foi com muito custo que ele conseguiu ler todo aquele caderno que a Sawada-sensei lhe entregou. Era o diário escolar de Hideki-kun.


Não posso jogar basebol. É o que a professora me disse.
Não posso me esforçar, meu coração não agüentaria.
Mas de que adianta ter coração, então?

Hoje vi um passarinho morrer.
Não sei o motivo.
Ele simplesmente estava voando baixo e, de repente, parou de voar.
Caiu no chão.
É assim que acontece quando o coração para?

Não quero morrer.
Estou com medo.
Não quero morrer...

Mãe, porque sou eu quem está doente?
Por que não é o Hayato?
Somos iguais, por que ele é saudável?
Por que eu não sou ele?

Pai... Você diz que vai me salvar e poderemos jogar basebol.
Ao invés disso, poderia me levar para assistir um jogo?
Eu queria fazer esse pedido, mas não tive coragem.
Papai estava rindo com o Hayato, enquanto jogavam vídeo-game.
Quero viver.

Harada não sentiu vergonha em chorar na frente da professora. Ali, naquele momento, ele já não sentia mais vergonha de nada. Todos os ideais que o moveram desde o seu nascimento até aquele momento, desmancharam-se completamente. Queria salvar seu filho a qualquer preço.

Foi devido a essa convicção que, no dia seguinte, entrou em contato com aquele homem. Foi movido por esse sentimento que ele aceitou chantagear e violar Jin.


5

- Ele tem apenas nove anos... – murmurou Hitomi – Por favor, Deus, não o tire de mim tão cedo... Não me faça perder um dos meus meninos.

Harada a acompanhou até a capela do hospital. Ali, embora fazendo tantas súplicas, ele sabia que sua esposa estaria mais calma. Ele não se atreveu a entrar. De onde estava, parado próximo à entrada, ele podia sentir o pesado olhar da imagem de Jesus Cristo.

Sabia que não poderia ser perdoado jamais pelo que cometeu contra o jovem integrante do KAT-TUN. Sabia, portanto, que não podia sequer pensar em estar em um recinto tão sagrado, não depois de tudo... Ao menos, até chegar o dia de sua punição, ele terá que carregar o fardo daqueles momentos levianos e cruéis.

Na verdade, ele não se preocupava em ser punido por isso, seja em vida ou seja quando estiver diante de Deus, se isso for o suficiente para poupar a vida de seu Hideki e abrandar a vida de Hitomi, sua grande paixão.

Era nisso que ele pensava, quando uma vibração em seu peito chamou a sua atenção. Retirou o seu celular do bolso e leu aquele nome. A contragosto, afastou-se de onde estava e atendeu:

- Alô?

- Harada-san! Espero que esteja tudo correndo bem na operação do seu filho, né? Ei, ele não morreu, morreu?

- O que você quer? – Harada perguntou, ao invés de proferir aquele palavrão que lhe subiu na garganta.

- Ah, apenas queria saber como estava seu filho e dar algumas orientações!

- Do que está falando?

- Preciso te pedir um último favorzinho e sei que você não vai se negar, pois você sabe como são os médicos, né? Qualquer erro pode ser falta em um momento como este...

- Ora, nem você tem tanto poder assim!

- Ah, dúvida? Quem você acha que adulterou os prontuários para que o seu filho recebesse o coração hoje? Eu, meu caro, apesar de ser tão bonito quanto um Deus Grego, não posso ser onipresente!

-... Desgraçado...

Harada ouviu a risada abafada do outro lado da linha, o que fez seu sangue ferver.

- Escute, não vamos brigar, não agora que estamos chegando ao fim de tudo, não é? Escute, eu tenho algumas informações interessantíssimas... Sabe porque o nosso Jin-kun resiste tanto?

- Eu não sei.

- Ora, não seja sem graça. Pense um pouco.

Harada não estava com cabeça para um jogo de adivinhações, mas percebeu, o que devia ter percebido há muito tempo, que não devia contrariar aquele louco. Vencido, disse:

- Eu não sei... Sei lá... Pelo Kamenashi-san?

- Não, não! O amor pelo Kamenashi-san até que é bem forte, mas... Erramos ao pensar que isolar o rapaz do KAT-TUN o deixaria enfraquecido... Nós deveríamos ter eliminado a sua principal fonte de energia.

- Que seria?

- “Quem seria”, você deveria perguntar... Yamashita-san, é claro!

- Yamashita?

- Hai. O melhor amigo de Jin-kun! Eu errei ao ignorar a sua importância na vida do rapaz... Foi dele que Jin recebeu apoio nos últimos tempos, foi por ele que nosso garoto conseguiu resistir muito mais do que deveria! Por tanto, vamos afastá-lo...

- O que você quer que eu faça?

- Você, nada. Deixe que eu cuido do Yamashita-san... Apenas assuma o que eu fizer! Olha como eu sou bondoso? Farei o trabalho sujo por você e, em troca, você deve fazer uma última chantagem ao Jin-kun... Aguarde, em breve eu entrarei em contato com mais intrusões... Minhas condolências a senhora Hitomi... Ah, bem, acho que é um pouco cedo para se dizer isso e...

Harada não agüentou ouvir aquele macabro humor até o fim. Desligou o celular e voltou para perto de sua esposa.
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MensagemAssunto: Re: [END] Eu Não Te Amo   [END] Eu Não Te Amo - Página 2 EmptyQui Mar 04, 2010 1:44 am

OMG !!!!!
mto chocada agoraa
caracaaa
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Entao é por isso q o Harada faz isso
agora saquei
caraaa q dó me deu dele agora
putz
meu entao qm é esse ser se é q posso chamar assim q ta qrendo acabar com o Jin? O_O
OMG e agora ele vai atras do Pi
[END] Eu Não Te Amo - Página 2 595867
aaaaaaaaaaaaa
e agora?????
preciso de mais cap logoooo
aaa posta mais
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