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 [COMPLETA] Redenção

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Josiane Veiga
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptyQua Dez 08, 2010 3:02 pm

Naraaaaaaa
tenho mais um bom spoiler...so vou dar aki neste forum.... sabe como a mãe do sho vai descobrir a verdade? Vai pegá-los na cama! Acho que é um bom castigo pra ela...ela merece. Notou como nem se importa com os outros filhos? Como os renega e os deixa pra baixo? A vida dela é so o Sho... acho que nem o marido, ela ama^^ hehehehe


A fã é uma homenagem a toda lover (sakumoto, sakuraiba, ohmiya, juntoshi, matsumiya, etc) que existe^^ ghehehehe
brigada pelo apoio
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptyQua Dez 08, 2010 10:32 pm

aaaaaaaaaaaaaaaa
como vc me solta um spoiler desses???
aaaaaaaaaaaaaaaa
bem feito mesmo pra ela
ninguem manda ela ser tao ridicula
to doida p/ ler esse capitulo
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Josiane Veiga
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptyQua Dez 08, 2010 10:39 pm

ele ainda vai demorar um pouquinho, mas vai ser mega especial. Ela adora o aiba...vai ser uma traição dupla^^
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptyQui Dez 09, 2010 2:22 am

Citação :
como vc me solta um spoiler desses???
COMO ASSIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII?

EU NÃO PODIA TER LIDO ISSO HOJEEEEEEEEEEEEEEEEEE U-U
*morre*

OMG EU QUERO ESSA CENA
EU QUERO
EU QUEROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO


*hiperventila*
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptyDom Dez 12, 2010 3:52 am

kyaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!adoro sakuraibaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
nossa isso esta ficando cada vez melhor!
to muito ansiosa pra ver mais!!!!!
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Josiane Veiga
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptyDom Dez 12, 2010 3:56 am

Brigadaaa naty e renata^^ ainda essa semana atualizo redenção^^

acho que vcs vao começara curtir mais a fic neste momento... ela da uma toque mais...sutil^^
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptySeg Dez 13, 2010 4:44 pm

Redenção

Capítulo 13

Por Josiane Veiga


Junior estava parado a soleira da porta, como se soubesse que o dono estava chegando. Assim que a porta se abriu, e o rosto redondo de Satoshi Ohno surgiu, o cão começou a abanar o rabo, contente.

-Sentiu minha falta? - Indagou Ohno, olhando-o.

A resposta era óbvia. Agachando, Ohno começou a acariciar a cabeça do animal. Imaginava o quanto ele se sentia sozinho no apartamento, sem a família para animá-lo.

Caminhando até o sofá, Ohno deitou-se, permitindo que seu amigo repousasse a seu lado. Estava exausto, cansado, confuso e triste. Não gostava daquele silêncio. A presença de Nino deixava um oco em sua alma.

Mais que a saudade, o remorso não o abandonava. Amava a Kazunari, disso não tinha dúvidas. No entanto, sua atitude para com o amante era de tamanha irresponsabilidade que Ohno não conseguia se perdoar.

-Vou recompensá-lo – murmurou para si. - Vou recompensá-lo de alguma forma – repetiu.

Olhou para o lado. Não sabia com exatidão quantos anos tinha Junior, mas como o cão o pertencia a no mínimo seis anos, e como já o adotara adulto, imaginava que tivesse mais de dez. Pela idade canina, Junior já era um respeitável senhor. No fundo, era uma sorte. Não sabia o que faria se o cachorro resolvesse brincar àquela hora, estando Satoshi completamente cansado. Mesmo assim, apesar de não ser tão impetuoso como um cachorro jovem, ele necessitava de cuidados físicos.

-Tio Aiba o levou para caminhar? - indagou ao animal.

Nino levava Junior para a área privativa de lazer do prédio todos os dias, à primeira hora. Uma tarefa que devia pertencer a Ohno, mas que Nino cumpria sem reclamar. Mordendo o lábio, Satoshi percebeu que o amado era muito mais um tutor para Junior do que ele mesmo. Todas as tarefas que deviam ser cumpridas por Ohno, eram realizadas por Kazu. E aquilo incluía banho, comida, higienização e as visitas periódicas ao veterinário.

-Gomenasai – sussurrou ao cão. - Prometo ser um pai melhor a partir de agora.

De repente, como se pressentisse algo, o cão ergueu as orelhas pontudas, encarando a porta. Satoshi sabia que a falta de audição era recompensada pela incrível percepção do cão. Naquele momento, soube que alguém parava à entrada.

Corretamente, alguns segundos depois, a campainha tocou.

-Oh, não – gemeu.

Não queria visitas. Não agora! Tudo que ansiava era tomar um banho relaxante, e ir pra cama. Imaginou se devesse fingir que não havia ninguém em casa, mas sabia que, para passar pelo porteiro, a pessoa devia ser conhecida. Assim sendo, podia ser um dos amigos, necessitando falar com ele.

Quando a porta se abriu, espantado, encarou Yuuri Chinen.

-O que faz aqui?

Sentiu o sangue ferver de raiva. Era verdade que Chinen não tinha responsabilidade nenhuma por Ohno ter esquecido do aniversário de Kazunari, e também nada tinha haver pelo fato de Satoshi ter deixado Nino sozinho doente para ir ao seu encontro. O compromisso com Ninomiya pertencia a Ohno, e não a Chinen. Todavia, ao mesmo tempo, imaginava que Yuuri se congratulava por suas falhas.

-Não vai me convidar para entrar?

O corpo de Ohno não se moveu, impedindo qualquer passagem.

-Não quero ser desagradável, mas passei a noite toda acordado – explicou, a contragosto. - E pretendo ir dormir – finalizou.

-Imagino o quanto deve ter sido difícil. – Os olhos de Chinen eram completamente inocentes. - Trouxe um vinho e gostaria de conversar um pouco – pediu. - Pouco tempo – completou. - Apenas quero ajudá-lo, sempai. Por favor, não me mande embora.

Ohno, após alguma hesitação, acabou abrindo caminho. O jovem adentrou pela sala espaçosa com sua costumeira pose sensual. Seu sorriso era vitorioso e, ao vê-lo, Ohno arrependeu-se.

-É um Valpolicella – Chinen abriu uma sacola de compras, e mostrou a garrafa de vinho tinto. - Uma marca famosa, de uma excelente safra. Onde têm taças?

Ohno negou com a face.

-Não acho uma boa ideia beber.

-Por que não?

-Só bebo para comemorar. E, nesse momento, não tenho nada a festejar, pois Nino está no hospital.

Assentindo, Chinen se aproximou de um armário de vidro onde, aparentemente, Nino e Ohno guardavam as próprias bebidas.

-Não tem muito vinho aqui – comentou, olhando a estante.

-Durante alguns anos, vinho era a bebida favorita de Nino. Como eu sempre o acompanhava, ambos acabamos enjoando do sabor.

Chinen abriu a estante, e colocou sua garrafa lá dentro. Parecia ter aceitado o fato de que Ohno não queria beber com ele. Aquilo agradou Satoshi. Talvez, enfim, o garoto houvesse compreendido que não havia a menor chance de acontecer algo entre eles.

-E como está o senhor Nino? - parecia preocupado.

-Melhor – Ohno sentou-se no sofá. - O médico acredita que tem boas chances de se recuperar assim que aceitar que não está bem.

-Ele não admite que está depressivo?

Ohno aquiesceu, de forma displicente. Yuuri não era tão próximo para que a anorexia fosse informada.

O sofá ao lado de Ohno afundou. Sabendo que Chinen sentava-se ao seu lado, Ohno firmou o olhar para frente, evitando-o.

-Logo Nino está em casa – foi otimista. - E tudo vai voltar a ser como era antes?

Um riso irônico inundou a sala.

-Ele vai voltar a trabalhar como um maníaco? E você? Vai voltar a fingir que ele não existe?

Satoshi fechou os olhos. Seus erros expostos daquela forma o agoniava. Sabia que havia sido cruel. Era a arma de Chinen contra si.

-Nós vamos voltar a sermos como antes da nossa crise conjugal – afirmou, convicto. - Você não tem ideia do que Nino e eu passamos para ficarmos juntos. Nós sempre nos amamos, e nada mudará isso.

Chinen cruzou as pernas, sedutoramente.

-Fala de uma forma, sempai – sussurrou -, de uma forma como se quisesse acreditar nas próprias palavras.

Ohno o encarou.

-Você está tentando me confundir? - irritou-se.

-De jeito nenhuma – negou. - Só quero abrir seus olhos. Fazê-lo acordar para a verdade.

-E que verdade seria essa?

-Já contou a Ninomiya? - Diante do olhar interrogativo que recebeu, esclareceu: - Já disse a ele sobre nosso encontro na praia? E sobre sua visita ao meu apartamento?

Ohno negou.

-Nino está doente – explicou-se. - Por que o incomodaria com tal assunto? Poderei conversar com ele mais tarde, quando estivermos mais tranquilos!

-Como pode se enganar tanto?

Ohno levantou-se, colocando-se de pé em frente ao rapaz.

-Do meu relacionamento, cuido eu! - avisou.

-Cuidar? Você sequer pode contar o que faz às costas de Kazunari – despejou. - Não existe confiança o suficiente entre vocês para que possam expressar sentimentos como insegurança ou infidelidade.

-Infidelidade? Nunca fui infiel a Nino!

Chinen também colocou-se de pé, enfrentando Satoshi.

-Quando você estava comigo no carro – a voz transbordava paixão -, antes que raciocinasse, por alguns segundos, endureceu em minha boca – sua postura era erótica. - Você me quis, me desejou, e isso não pode negar!

Ohno teve pena do rapaz. Era apenas um garoto, desesperado para ser correspondido.

-Estava bêbado – explanou.

-Não ponha a culpa na bebida!

-Não disse que a culpa era da bebida. - O tom era firme e, ao mesmo tempo, compassivo. - A bebida apenas me confundiu. Por alguns segundos, eu pensei que fosse Nino...

Yuuri reagiu como se tivesse sido esbofeteado. Deu dois passos para trás, apenas para cair novamente sobre o sofá. Seu rosto demonstrava toda a angustia que sentia, e seu rubor tornava-o ainda mais frágil.

-Mentira... - sussurrou. - Você está mentindo! - gritou, de repente. - Por que quer fugir de mim? Por que tenta me fazer desacreditar dos seus sentimentos?

Ohno colocou as mãos no bolso.

-Sempre pensei que seus sentimentos eram de um fã. Nunca imaginei que estivesse tão apaixonado... - admitiu.

-Eu te amo desde que era uma criança! - Chinen saltou subitamente, e começou a bater no peito de Ohno com as mãos espalmadas.

Ohno tentou contê-lo.

-Pare com isso! - pediu. - Tente entender, Chinen! Eu amo Nino.

Naquele momento, perante a agressividade de Yuuri, Junior começou a ranger os dentes, com a intenção de atacá-lo. Diante do animal, o rapaz enfim parou. Seus olhos cravaram no cão... o cão de Ninomiya.

-Não entendo o porque de você insistir em mentir pra mim – Chinen balbuciou, voltando a encarar um Ohno surpreso. - Mas, não vou desistir de você!

Satoshi só respirou aliviado quando a porta bateu com força.


***


Quando Kazunari abriu os olhos naquela manhã ensolarada de verão, o primeiro rosto que viu foi o de Megumi Ohno.

A mãe de Satoshi estava sentada ao lado da cama, o observando. O moreno sorriu para a senhora, antes de cumprimentá-la.

-Como você se sente? - a voz feminina era ansiosa.

-Estou melhor, Okaasan – respondeu. - Fico feliz que tenha vindo me ver – continuou. - Senti muito a sua falta.

A mulher levantou-se, indo em direção a mesa lateral.

-Trouxe um café da manhã reforçado – ela disse. - O médico disse que você pode comer de tudo. Aliás, ele afirma que você deve comer!

Era verdade que Megumi estava animada, como sempre. A senhora Ohno não costumava agir como uma derrotada diante das dificuldades; porém, quando percebeu os olhos assustados de Nino perante os pães e frutas que havia trazido, sua postura pareceu um pouco abatida.

-Me perdoe, Nino-kun – ela sussurrou.

Ao notar o questionamento refletido no semblante de Kazunari, esclareceu:

-Eu sei que falhei em cuidar de você.

Nino negou com a face.

-A senhora sempre foi muito boa para mim – o rapaz afirmou. - Sempre agiu como se fosse minha mãe, e só tenho a agradecê-la por tudo.

A mulher pousou a bandeja no colo de Nino. Apesar do intenso nojo pelos alimentos, o rapaz animou-se perante a falta de enjoo. Talvez, agora, seu organismo começava a voltar ao normal.

-Isso não é verdade, meu amor – ela refutou. - Se fosse Satoshi que tivesse emagrecido tudo que você emagreceu, eu teria percebido. Sinto muito por não ter dado a você a importância que necessita.

Os olhos escuros ficaram repletos pelas lágrimas. No entanto, o rapaz as reprimiu.

-Não deve se preocupar, Okaasan – afirmou. - A senhora é mãe de Ohno, não minha. Já me sinto honrado apenas por tê-la em minha vida.

A mulher percebeu sua tristeza, e resolveu não insistir. Voltou para a cadeira ao lado da cama e ficou olhando o jovem mordiscando um pedaço de pão.

-Faça um esforço e beba o suco de couve – ela pediu. - Tem ferro, e vai ajudá-lo.

Nino assentiu. Odiava sucos verdes, mas não tinha escolha.

-E sua mãe?

A pergunta repentina quase o fez se afogar. Fazia muito tempo que não falava com a progenitora, então não tinha ideia de como estava.

-Provavelmente, está bem – ele sorriu.

A mulher aquiesceu.

-Ela não ligou? Apareceu no hospital?

Kazunari baixou o olhar. A resposta era evidente.

-Não fiquei sozinho nem um dia – justificou. - Jun, Aiba, Sho e Satoshi estão revezando para cuidar de mim.

Megumi tocou em seus dedos magros. Mesmo a mão fofa, marca registrada de Nino, havia perdido a carne. Pelos céus, ele parecia um esqueleto, e ninguém havia percebido nada. O médico havia comentado que, se Matsumoto não o houvesse encontrado naquela noite, o rapaz poderia ter morrido.

-Quantos dias fazia que você não comia? - questionou.

-Não sentia fome, Okaasan.

-Não foi isso que perguntei – foi categórica.

Nino mordeu o lábio inferior. No aniversário havia saído para almoçar com Aiba. No entanto, inventando uma dor de estômago, apenas mordeu uma ou duas folhas de alface. No dia anterior, havia passado bebendo água. A culpa, afinal, não era dele. Estava sempre trabalhando, não sobrava muito tempo para almoçar ou jantar.

Naquele instante, Nino percebeu que foi perdendo o habito de se alimentar com os anos. As vezes pulava o almoço, outras ia dormir sem jantar. O organismo parecia ter se acostumado com a falta de nutrientes. Como Ohno mal olhava para ele nos últimos meses, não tinha percebido nada. Jun, Aiba e Sho sempre estavam ocupados, também não notaram nada.

-Emagreci muito? - ele interessou-se pela primeira vez.

-Bastante – foi sincera.

Na infância, numa noite de natal, os pais haviam saído juntamente com a irmã para jantarem fora. Nino havia ficado em casa porque pegara um resfriado. Nervoso por ter que passar aquela noite sozinho, ele negou-se a comer o sanduíche deixado pela mãe sobre a mesa. Foi a primeira vez das muitas vezes que fingiu não necessitar de alimento.

-Vou tentar me alimentar com regularidade a partir de agora – prometeu. - Estou odiando essa experiencia no hospital – completou, rindo.

Era um riso triste, um tanto falso. Não existia a menor graça, nem em suas lembranças amargas da infância, nem no seu atual estado em cima da cama.

-Onde está Jun-chan? - Recordou, de repente. - Ele passou a noite aqui – explicou.

-Quando cheguei, estava dormindo sentado. Mandei-o para casa, descansar. Ficarei aqui com você hoje.

Então, inesperadamente, Megumi ergueu-se novamente. Sentando-se na cama, ao lado de Nino, ela o trouxe para seus braços. O cheiro dela era bom, não algo marcante, mas continha a fragrância que ele mais ansiou em toda a vida: o aroma materno.

Teria, alguma vez em sua existencia, sido abraçado assim pela mãe? Não lembrava-se. Talvez tivesse, antes de sua fragilidade se tornar óbvia. Fechou os olhos, com a cabeça pousada sobre o ombro feminino. Era tão bom... não havia nada melhor.

-Gomen – a voz de Ohno fê-lo abrir novamente os olhos. - Me atrasei...

Satoshi estava ruborizado, como se tivesse acabado de chegar de uma corrida. O que, no fundo, o encantou. Satoshi mantinha o mesmo ar logo após o sexo. A textura macia da pele também ficava rosada daquela forma.

Sabia que Jun e ele haviam combinado de trocar o turno às oito da manhã. Olhando no relógio, percebeu que o Riida havia se atrasado pelo menos meia hora. Divertiu-se com o claro constrangimento dele.

-Você é um irresponsável! - A mãe de Ohno não parecia tão compassiva como ele.

-Não ouvi o despertador – Satoshi se explicou.

Nino acreditava. O líder do Arashi tinha sérias dificuldades de acordar cedo.

Megumi saiu da cama, dando o espaço para que Ohno se aproximasse. Kazunari aceitou de bom grado o beijo delicioso que o mais velho lhe depositou nos lábios.

-Não falo do seu atraso – Megumi insistiu. - Você tem obrigação de cuidar de Nino – rígida, não teve piedade. - O estado dele, em parte, é culpa sua.

Satoshi baixou a face constrangido.

-Eu sei, mãe...

-Não, Okaasan – Kazunari intrometeu-se. - Oh-chan não tem nenhuma responsabilidade...

-Não tente desculpá-lo! - A mulher estava firme. - Espero que esse susto tenha servido de lição para você! - apontou o dedo para Ohno.

Nino não tentou retrucá-la, tampouco Ohno. No fundo, os dois sabiam que Megumi tinha razão. Assim sendo, para consolar o amante, Kazunari tocou-o, de forma carinhosa.

-Ei, Oh-chan – chamou-o, tentando mudar de assunto -, como está Junior?

O olhar de Satoshi era extremamente carinhoso. Sentando-se ao lado de Nino, ele começou a beliscar as uvas.

-Sentindo muito a sua falta... - respondeu.

Deitando a cabeça no ombro de Ohno, Nino indagou:

-Não existe a possibilidade de Junior poder vir me ver?

-Acredito que não deixem um animal entrar no hospital – a resposta de Ohno causou pânico em Nino.

Só então percebeu que não tinha previsão de alta. Podia ter que ficar internado semanas, talvez até meses. Não podia aguentar tanto tempo longe de seu cachorro. Morreria de saudades!

-Eu preciso sair daqui – sussurrou.

-Se alimente bem – Megumi o aconselhou. - Coma tudo que te derem. Não faça birra com a medicação e aceite os conselhos médicos. Se fizer tudo certo, logo estará em casa...

Subitamente, a porta do quarto se abriu. Megumi virou-se para cumprimentar aquele que chegava, quando, com os olhos arregalados, deu de cara com Mayumi Ninomiya.

***

Matsumoto caminhava pelo estudio, ansioso para chegar rapidamente ao bloco onde era gravada a novela que Nino havia sido protagonista. Era verdade que estava de folga, e a mãe de Ohno o havia mandado para casa dormir, mas o rapaz necessitava conversar com Yuu Hagima. Com os passos pesados, observou os rostos presentes naquela ala.

Seus relacionamentos tinham começo, meio e fim. O começo era basicamente uma noite de sexo, em algum motel discreto. O meio durava o suficiente para que ele se divertisse com algo que não tinha nenhum valor. E, encerrando, o fim acontecia em exatas duas semanas.

Acreditava piamente que se mantivesse um relacionamento por mais de quinze dias, corria o risco de tornar o sexo casual em algum namoro. E isso não queria de forma alguma.

-Viu Yuu-chan? - questionou um câmera.

O homem negou com a cabeça. Bom, talvez ela ainda estivesse no camarim, sendo maquiada. Rumou àquela direção.

-Yuu-chan está aqui? - indagou alto, à porta do ambiente, para ninguém em especial.

Entretanto, só havia uma pessoa lá.

Yuuri Chinen estava sentado num sofá, decorando seu texto. Jun recordava brevemente daquele garoto atrevido que sempre lhe dava nos nervos. O fascínio que Yuuri sentia por Ohno provocava mais ciume em Jun do que em Nino.

-Ela teve uma crise, e foi tomar um chá de camomila no refeitório – o rapaz sorriu.

-Crise?

-Descobriu que tem celulite – Yuuri começou a rir.

Matsumoto também não resistiu. Aquela atitude era a cara de Hagima. A moça acreditava que era a mulher mais desejável do Japão, e dentro do seu mundinho perfeito, não podia ter nenhum defeito.

-Tudo bem – Jun aquiesceu. - Volto mais tarde – avisou.

-Espere!

Jun voltou os olhos para Chinen. O mesmo já havia se levantado e ia ao seu encontro.

-Como está o senhor Nino?

-Melhor – Jun respondeu. - Logo terá alta!

-Fico feliz. - Entretanto, não parecia. - Oh-san estava realmente muito nervoso por conta disso.

Arqueando as sobrancelhas, Jun não conseguiu definir o que havia por trás daquelas palavras.

-É normal, afinal, os dois estão juntos...

-Na verdade – Chinen intrometeu-se -, a melhora de Nino enfim vai tirá-lo da obrigação de permanecer a seu lado.

O que Yuuri queria dizer com aquilo?

-Quando viu Ohno-san? - Jun indagou, de repente interessado.

-Ontem a noite nós bebemos juntos – a resposta o surpreendeu. - Ele está ansioso para que Nino saia logo do hospital. Você sabe que o relacionamento deles acabou, né?

Aiba havia comentado alguma coisa referente a isso, mas a postura preocupada e amorosa de Satoshi no hospital não lembrava um casal prestes a se separar.

-Ohno-san está tentando ser carinhoso pois gosta muito do senhor Nino – Chinen esclareceu, como se lesse seus pensamentos. - Ele só está esperando que Ninomiya se recupere para dar fim a relação deles.

-E como você sabe disso?

-Não percebeu?

O que diabos ele devia saber? Relutante, admitiu que estava um tanto afastado dos problemas pessoais dos amigos.

-Na noite em que tu encontraste o senhor Nino doente, Ohno-san estava comigo. Pode perguntar a ele.

Se aquilo fosse verdade, Jun teria muito prazer em socar o rosto redondo de Satoshi!

Continua...

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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptyTer Dez 14, 2010 9:14 pm

aaaaaa esse Chinen é um vadiooooo
um oferecido
assim fica mto dificil de eu ir com a cara dele
shahshahsha xD
mas falando serio
q papel hein Chinen
nhaa a Megumi é a melhor mae do mundo!!!! *---*
agora q a mae do Nino chegou quero só ver o q vai acontecer
e agora o Chinen fala isso p/ o Jun
vc foi acabar o capitulo bem ai
po, sacanagem Josy hehe
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptyTer Dez 14, 2010 9:19 pm

Pior que Chinen nem ta muito apaixonado pelo Ohno... ele quer msm é ter o que é do Nino^^hehehehe

A Megumi é uma mulher firme, de carater. Eu sempre vi a mae do Ohno assim. Já a mae do Nino ainda ama o marido, e, indiretamente, culpa o filho pelo fim do casamento. As cenas com ela em toda a fic serão bastante dificeis..tanto de escrever, qto de ler...


Brigadaaaaa amoreee pelo apoio^^
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptyQui Dez 16, 2010 4:17 pm

Redenção

Capítulo 14

Por Josiane Veiga

Nota da Autora: Capítulo mais difícil até agora. Engraçado que, apesar de toda a dificuldade, foi simples escrever, pois um "filme" cruzou pela minha mente no momento em que as palavras iam surgindo. Quero dedicá-lo a três pessoas em especial: Carla Sweet, Emma e Suellen, pois com elas discuti durante a semana a gravidade da situação de Nino e a personalidade de Audrey. É muito bom interagir, meninas. Obrigada pelos comentários, e-mails, apoio.

Claro, também dedico a cada leitora que, mesmo não comentando (né, dona Naty?), surta no twitter e me dá o prazer de ler o surto^^ hehehe.

Sobre a morte de um dos personagens. Já saíram várias suposições, mas somente uma leitora acertou. No entanto, não sofram por antecipação, pois muita água vai rolar antes deste personagem morrer^^

Outra coisa: TENHAM EM MENTE QUE ISSO É UMA FANFIC SEM NENHUMA BASE REAL. PLEASE! Já houve questionamentos sobre determinadas atitudes de personagens. Povo, isso é apenas uma historia. Mãe de Nino é apaixonada pelo filho na vida real e mantem com ele um excelente relacionamento.

Beijos e boa leitura

O sol brilhava com força naquela manhã de verão. Apesar do calor, a cidade de Tóquio vivia um dia agradável. O ar estava úmido pela chuva que ocorrera na semana anterior, e os enormes prédios centrais davam a sombra necessária.

Kazunari olhou pela janela. Robustas árvores preenchiam o cenário idílico que via. Ironicamente, o hospital parecia muito mais um hotel familiar, com ar puro e confortáveis acomodações, do que um estabelecimento de saúde, repleto de pessoas a beira da morte.

Sorriu.

Era realmente cômico que estivesse naquele lugar, vivendo aquela situação embaraçosa. Voltou os olhos para o quarto, e os pousou sobre a mulher baixa, de aparência recatada e feminina. Sua mãe era muito bela, não aparentava de forma alguma a idade que tinha.

-Como está sua vida? – indagou, tentando puxar assunto.

Fazia cinco minutos que Ohno e Megumi haviam saído do quarto. Ambos queriam proporcionar ao filho e a sua mãe, privacidade para uma conversa que, sabiam, seria difícil. Fazia muito tempo que Mayumi não procurava Kazunari ou permitia ao filho que fosse vê-la. Apesar de morar ao redor de Tóquio, ela gostava de ficar sozinha, sem muito contato. Também não fazia questão de ligar ou atender as ligações que Nino insistia em realizar para seu aconchegado apartamento.

-Está bem – respondeu, seca.

Os olhos continuavam baixos. Kazunari, todavia, manteve-se observando-a. Amava-a, e não iria perder a oportunidade de olhar suas feições, gravar cada detalhe da face feminina em sua mente.

-Encontrei seu pai – Megumi anunciou, subitamente.

Nino surpreendeu-se. No entanto, não deixou-a perceber. Nunca mais havia visto seu progenitor desde o infeliz encontro de seis anos atrás, quando o pai havia lhe espancado, quase o matando.

-Como ele está? – questionou.

-Ele vai se casar.

Então o pai havia encontrado um novo amor? Pelos olhos infelizes da mãe, aquela não era uma boa notícia.

-Encontrei-o no shopping. A noiva é uma jovem um pouco mais velha que você – a voz era recriminadora. – Estava radiante com o fato de estar grávida – completou.

Mayumi havia conhecido Shun Ninomiya no ginásio. Apaixonou-se imediatamente por aquele rapaz frio, de intensos olhos castanhos. Ele era diferente dos outros homens. Um lobo voraz, que assustava aos outros garotos.

Poucos meses depois do início do namoro, engravidou. Ao contrário do que pensava, Shun havia ficado fascinado pela perspectiva de ser pai. Como a família dele era proprietária de uma fábrica os dois não precisaram abandonar os estudos para cuidar do bebê. Casaram-se e foram mantidos pelos familiares até formarem-se.

No âmbito familiar, Shun era ainda mais fascinante. Um macho protetor, claramente arrebatado por sua fêmea. Tratou-a com muito afeto durante os meses em que sua barriga dilatava-se cada vez mais. Queria um filho, dizia. Um varão era o seu maior sonho. Ansiava por ensinar o menino a jogar bola, lutar artes marciais, e praticar todo e qualquer exercício destinado aos homens.

Logo nos primeiros meses, Mayumi percebeu que ter um filho homem era mais que importante para as mulheres da família Ninomiya. Todos a pressionavam para que a criança tivesse o sexo masculino. Entretanto, ao dar a luz, uma menina saiu de dentro de si.

Entrou em desespero logo após perceber a decepção nos olhos de Shun. O homem se recusou a pegar a criança, e a culpou tremendamente pelo bebê feminino. Depois disso, tudo que importava para Mayumi era engravidar.

Mas, passou-se um ano... dois... três. Todas as suas tentativas eram recompensadas pelo fracasso mensal de suas regras. Seu corpo chorava a falta de uma criança com lágrimas de sangue.

Quando já estava praticamente desistindo, descobriu-se novamente prenhe. Pranteou de alegria e de medo diante dessa nova oportunidade. Precisava de um filho homem para recuperar a paixão do marido e o respeito de sua família.

Rezou a todos os deuses que conhecia durante os nove meses, e numa noite enluarada de junho, recebeu seu milagre.

Podia ainda ver claramente os olhos marejados de Shun ao pegar seu menino. Seu filho. O filho homem que sempre desejou. Enfim, ela agora poderia ser novamente a estrela da vida de Shun.

Sua felicidade durou exatos três anos. No terceiro aniversário do filho, o menino recusou um carrinho de brinquedo, presente do pai. As mãos rechonchudas e delicadas estenderam-se em direção de uma boneca a qual a irmã, muitas vezes esquecida e renegada pelos familiares, segurava.

Foi com apreensão que ela viu seu mundo perfeito desmoronando, dia após dia. Kazunari era diferente dos outros garotos. Não sentia vocação ou vontade de praticar esportes brutos, e não gostava de brincar com os outros meninos.

A idolatria do pai pelo filho foi tornando-se aversão. Certa vez, ao chegar da escola com machucados provocados pelos colegas que não aceitavam aquele menino diferente, o pai o surrou, gritando-lhe que um Ninomiya nunca devia perder uma luta! No entanto, Kazunari era espancado até por meninas...

Um dia um funcionário da agência JE chegou até ela, pedindo que assinasse um contrato. Ansiosa para ver-se livre do filho, mal observou o que dizia aquela carta. Dois dias depois, o pequeno foi levado numa van para seus cursos de dança, teatro e canto.

Aquela rotina dava-lhe alguma vantagem. Kazunari estudava de manhã, e a tarde realizava as tarefas impostas pela agência. Quando dormia em casa, chegava tão tarde que não dava aos pais a oportunidade de vê-lo.

E, diga-se de passagem, não ver o filho era um presente. Olhar para ele era ver seu fracasso esfregado em sua face, sem misericórdia.

Os anos passaram e, já adolescente, o rapaz tornou-se ainda mais feminino e delicado. Até mesmo sua estrutura óssea era meiga. Fingir que ele havia morrido, ou que não tinha filho tornou-se hábito. No entanto, não conseguiu fugir da maternidade quando, numa tarde de inverno, Shun encontrara o diário de Nino. Os rabiscos não tinham nada demais, apenas poesias e uma ou outra redação. Mas, na capa, um nome e um coração desenhado deixava muitas coisas claras: Ohno Satoshi.

O filho estava apaixonado, vivendo o primeiro amor. Um momento tão importante para ele, mas que Mayumi recebeu com pânico quando viu Shun o esbofeteando em plena sala de jantar.

A filha mais velha, temerosa como sempre, não havia levantado a cabeça nem quando a agressão deixou de ser apenas tabefes e tornara-se chutes e pontapés. Mayumi, porém, ganhou algo que nunca havia sentido até então: coragem.

Saltando na frente do garoto, ela se interpôs. Shun nunca havia levantado a mão para ela, e assim continuou. Bufando, o homem saiu porta afora, indo em direção a um bar, para beber. Sem saída, tudo que ela poderia fazer, fez: mandou o filho embora.

Não fazia grande diferença, era verdade. Ela nunca havia se importado com a presença dele, e continuaria não se importando. O rapaz disse que não tinha para onde ir, mas não houve solução. A mãe precisava respirar, precisava deixar de viver no mesmo ambiente que sua maior vergonha.

Dois dias depois, foi avisada por Megumi Ohno que Kazunari estava na casa de Aiba Masaki. Ela não entendeu o porque do aviso, mas as pressões para que não abandonasse o filho por parte da sogra acabaram-na levando a procurar o adolescente quando este foi morar sozinho num apartamento fornecido pela agência.

Até que um dia, retornando para casa de uma dessas visitas, encontrou o marido a sua espera. A briga daquela vez ocasionou em seu divórcio. Perdeu o grande amor da sua vida por culpa de Kazunari Ninomiya e, apesar de nunca ter deixado isso claro, culpou-o e ainda culpava-o.

-Eu lamento muito – a voz de Nino a trouxe novamente ao momento presente.

Sim, ele lamentava. Mas, não fizera nada para ajudá-la quando podia.

-Espero que seja uma menina – ela sussurrou, recordando da gravidez da rival com um sorriso demoníaco nos lábios. Após, olhou o filho pela primeira vez naquela manhã. – Como você está?

-Melhor.

-Aiba contou-me que está com depressão.

Nino sabia que a mãe achava que depressão era uma doença fingida, típica de gente que quer chamar a atenção.

-Sim, estou – respondeu, envergonhado. – Mas, logo estarei em casa. Estou sendo cuidadoso em cumprir tudo que o médico está receitando.

Ela pareceu não lhe ouvir.

-Ouvi comentários na imprensa que tentou se matar – comentou.

-Isso é mentira! A imprensa diz muitas baboseiras!

-Sei disso – ela reconheceu. – Cheguei a gargalhar quando li que você tentou o suicídio porque se separou de uma atriz conhecida. – bateu as mãos, em desdém. – Impressionante como todo o país é cego.

Nino baixou a face.

-Desculpe todo esse transtorno.

A sobrancelha dela arqueou. Os olhos negros encararam o rapaz com mais atenção.

-Falam também sobre anorexia – contou. – É verdade?

-Não! – Nino negou. – Também é mentira!

-O que o médico disse?

-O médico ficou louco! – reclamou. – Mas, estou cumprindo tudo que dizem para poder ir logo embora.

Atenta, passeou os olhos por todo corpo magro e abatido. Não duvidava que ele realmente estivesse anoréxico, mas não desejava se intrometer naquela história, então apenas deu os ombros.

-Preciso ir – disse, levantando-se. – Tenho outros compromissos.

Percebeu a tristeza nos olhos castanhos escuros. Sabia que ele desejava que permanecesse ali, pelo menos mais um pouco. No entanto, já havia dado tudo de si para ir até seu encontro.

-Obrigado por ter vindo – Kazu disse.

Compreendia que ele queria um abraço. Talvez até alguma palavra amorosa, que nunca antes havia lhe dirigido. Mas, tudo que ela fez foi sair porta afora, com tal rapidez que parecia que estava sendo perseguida por demônios.

Cruzou por Megumi e Satoshi próximo da cantina. Os dois bebericavam café, e não a viram. Melhor assim, precisava ir embora, voltar para seu mundo de paz.

Quando Ohno e sua mãe voltaram para o quarto, encontraram Nino sozinho. O moreno estava sentado, as costas apoiadas nos travesseiros e o olhar perdido.

-Tudo bem? – Satoshi indagou, aproximando-se da cama.

Kazunari aquiesceu.

Megumi sentou-se na cadeira em que estivera Mayumi. Em silêncio, apenas ficou a observar os dois a sua frente.

-Né, Oh-chan? – Nino o chamou. – Ela veio me ver – sorriu. – Isso quer dizer alguma coisa, né?

Para alguém tão acostumado com o amor materno como Satoshi, era muito difícil entender o quanto aquele curto instante significava para Kazunari. Mesmo assim, o mais velho devolveu o sorriso, segurando suas mãos.

-Sim, Kazu – confirmou. – Significa muito! – exclamou.

Sho Sakurai estacionou o carro para atender ao celular. Normalmente ignorava o aparelho quando estava ao volante, retornando a ligação somente após chegar ao seu destino. No entanto, o número mostrado no visor era importante demais para ser desmerecido.

-Audrey? - a cumprimentou.

A americana não costumava ligar durante o dia, portanto aquilo causou muito estranhamento ao jovem.

-Onde você está? - A voz parecia ansiosa.

-Estou no trânsito, próximo ao hospital. Estou indo ver Nino, assim se você ligar depois de dez minutos poderá falar com ele.

-Falarei com ele de qualquer maneira – ela suspirou. - Me encontre na entrada ao leste. Está sem jornalistas e teremos privacidade para conversarmos.

Espantado, Sho indagou:

-Você está em Tóquio?

-Acabei de chegar. Ainda estou com minha mala. Por favor, não demore.

Sakurai conseguiu encontrar a entrada que Morgan dissera com extrema facilidade. Reconheceu-a de longe, apesar de estar com os cabelos mais curtos. Sorriu ao ver que os seis anos que separavam a atual Audrey da maluca que os infernizara, foram bastante generosos. Ela continuava praticamente igual.

-O que você fez com o seu cabelo? - indagou, ao abrir a porta para ela.

Morgan saltou para o carro. Parecia preocupada se alguém havia lhe visto. Todos aqueles anos de amizade deixaram algo muito explícito a Sho: Morgan gostava do anonimato. Apesar dos sonhos de ser atriz, ela simplesmente tinha pavor em alcançar o sucesso as custas deles.

"A Audrey que sonhava em ser namorada de um astro já morreu" , dissera certa vez.

E ele não duvidava.

-Cortei – ela sorriu, beijando sua bochecha. - Não ficou bom?

-Ficou esquisito – foi sincero.

-Olha quem fala! Você já fez cada porcaria no seu cabelo!

Sho riu.

-O que você está fazendo aqui? Por que não nos avisou que vinha?

-Foi tudo muito repentino. Li vários boatos sobre Nino e, quando dei-me por conta, já estava no avião.

-E seu emprego?

O rosto dela ficou sombrio.

-Vamos falar de mim mais tarde? - pediu. - Como está Nino? Eu já havia notado que ele emagrecera muito, mas ele me garantiu que estava se alimentando corretamente.

Nino havia mentido a Audrey? Por quê?

-O médico falou em anorexia...

-Anorexia? Nino? Ele nem é modelo!

-Talvez a doença tenha raízes bem diferentes da vaidade. Kazunari sempre se sentiu rejeitado. Pode ser que tenha realmente tentando se autodestruir... - Sho suspirou. - Você não tem ideia do que já se passou pela minha mente. Como Nino está com depressão e estresse, tudo leva a crer que a anorexia é apenas uma manifestação de seu subconsciente.

Morgan sorriu. Estranho que mesmo diante das palavras desencontradas de um Sho pensativo, ela conseguia entender exatamente o que ele queria dizer.

-Estou ansiosa para vê-lo.

Sakurai riu. Ela seria realmente uma grande surpresa para o abatido Kazu.

-Ué? Sho ainda não chegou? - Masaki indagou, tão logo entrou pela porta aberta.

Os amigos o encararam, surpresos.

-Devia ter chegado? - Nino não resistiu.

Masaki aproximou-se de Kazunari e beijou-lhe a têmpora, num carinho doce.

-Ele terminou uma gravação antes, e saiu para vir ao seu encontro.

-Bom, talvez ele tenha tido outro compromisso – Ohno justificou.

Megumi já havia ido embora. Deixara uma série de alimentos para que Kazunari mordiscasse. Todavia, a mulher sabia de antemão que seria difícil Nino fazer aquilo.

-A enfermeira já veio trocar o soro? - Aiba questionou Ohno.

Diante da negativa, suspirou.

-E os remédios?

Ohno não conseguiu respondê-lo.

-Sim, já me picaram completamente – Nino choramingou, intrometendo-se. - Eles estão me matando, Aiba-chan! São varias injeções por dia. Nem tem mais espaço na minha pele para furarem!

Masaki ficou com pena. Era natural para ele ser protetor de Kazu. Mas, permaneceu firme. Sabia que os medicamentos eram o que de melhor Kazunari podia receber naquele momento.

-Você comeu?

-Sim... - respondeu, a contragosto.

-Mas, vomitou também – Ohno contou.

O olhar que Kazunari lhe dirigiu foi, no mínimo, furioso.

-Você está com nojo de mim? - Nino reagiu, diante da exposição. - Se não quiser me cuidar, vá embora.

As mudanças de humor, juntamente com as acusações para tentar desconversar sua situação já eram esperadas, tanto por Ohno quanto por Aiba. O médico já havia prevenido-os que teriam que ter paciência, calma e muito amor. Bom, amor eles tinham, calma estavam tendo e a paciência estava sendo testada com sucesso.

Ignorando as palavras vorazes, Satoshi aproximou-se da cama. Sabia que Nino estava agressivo, mas não se importou. Para acalmá-lo, puxou-o rapidamente e cobriu seus lábios com um beijo intenso. Só após o primeiro gemido, soltou-o.

-Gomen, Oh-chan – sussurrou, deixando-se ser abraçado. - Eu não queria ter dito o que disse...

-Tudo bem. Já contou a Aiba-chan que sua mãe veio lhe ver?

Masaki demonstrou surpresa, o que não passou despercebido a nenhum dos amigos.

-Mayumi Ninomiya esteve aqui?

-Sim, veio de manhã – Ohno afirmou. - Nino e ela ficaram alguns minutos conversando... - tentou parecer animado.

-E? - Aiba enrugou a testa. - Como foi?

Kazunari deu os ombros.

-Não sei dizer – foi verdadeiro. - Mas, quero me agarrar a possibilidade de que ela me ama...

-Claro que te ama! – Ohno reagiu. - Né, Aiba-chan?

Masaki não concordava. Mas, dizer o que se passava em seus pensamentos só iria pior o atual estado de Nino. Conviveu com o amigo por muito tempo, e sabia o quanto ele era sensível em relação a mãe.

-Ela não tocou em mim – Nino sussurrou, a voz tao apagada que os amigos mal ouviram. - Pensei que fosse me abraçar, ou dizer que eu ficaria bem, mas estava ansiosa para ir embora. Na hora, estava contente pela simples presença dela; contudo, após alguns minutos, percebi que não passou de uma visita por obrigação.

-Não diga isso! - Ohno sentou-se ao seu lado na cama. - Sua mãe não é uma pessoa muito emotiva. No entanto, isso não quer dizer que ela não tenha muito carinho por você.

Nino parecia hipnotizado pelas próprias mãos. Não conseguia levantar o olhar, pois temia chorar na frente dos amigos. No fundo, tudo que ansiava era um gesto materno, mesmo que fosse uma simples palavra de conforto ou um aperto de mão.

De repente, a mente recordou-se de Audrey Morgan. O vazio que os unia realmente era cruel. Lembrou-se das histórias sobre a amiga, da forma como a mãe dela a obrigou a assisti-la enquanto se drogava. Pensou no quanto a menina de oito anos sentiu-se assustada perante a overdose, e no quanto se desesperou quando a mãe morreu, vítima da vida miserável que levava.

Ao contrário de Nino, Morgan havia tido uma pessoa ao seu lado durante o pouco tempo da infância. O irmão que havia se suicidado após o abuso do padrasto era um cúmplice silencioso do terror que vivera.

Naquela cama de hospital, Kazunari sentiu uma absurda vontade de abracá-la. Pensar na garotinha assustada, obrigada a ter que ajudar o próprio irmão a se enforcar, cortou seu coração.

-Será que a Audrey poderia vir me visitar? - indagou, de repente.

Ohno Satoshi não esperava por aquilo, mas não esboçou nenhuma reação. O Riida e Morgan haviam adquirido a capacidade de ignorarem-se mutualmente com os anos.

-Ela está trabalhando, Nino-chan... - Aiba explicou. - Você lembra-se de quando contou que conseguiu uma vaga naquela superprodução?

Sim, Nino se lembrava. Mesmo assim, sabia que somente ela poderia entender sua tristeza em relação a mãe. Sem saída, aquiesceu.

Voltou a concentrar-se em seus dedos, pensando no quanto demoraria para que a enfermeira viesse lhe trazer os remédios para dormir. Queria tanto adormecer para esquecer-se de tudo que vivera durante aquele dia.

A porta do quarto abriu-se, e o rosto de Sho Sakurai surgiu nela. O moreno tinha um sorriso enorme na face, e não entrou, permanecendo parado na abertura.

-Tenho uma surpresa para você – disse a Nino.

O que poderia ser? Se fosse mais comida, atiraria o prato inteiro na cabeça de Sho.

-Não quero surpresas – avisou, triste.

Estava cansado. Só queria dormir. Talvez devesse pedir para que os amigos fossem embora, ou que desligassem a luz. Queria chorar, mas não desejava que tivesse espectadores. Estava exausto de tanta piedade. Ninguém ali poderia entender o que sentia, pois todos tinham mães carinhosas, transbordantes de afeto, que nunca perdiam a oportunidade de colocá-los no colo e mimá-los ao extremo.

-Puxa vida! - Sho fez uma careta. - Assim você me desestimula. Vou acabar deixando a surpresa para amanhã, quando estiver melhor disposto.

Que assim fosse!

Kazunari deitou-se na cama, virando-se de frente para a parede. Fechou os olhos com força, deixando claro a todos que não queria companhia.

Ouviu um som abafado, como se Aiba estivesse rindo. Não sentiu a menor curiosidade. Se eles queriam se divertir, que fizessem isso muito longe de seu quarto.

Foi quando uma mão o tocou. Uma mão quente, macia e magra. Ela o puxou delicadamente, forçando-o a se virar. Então abriu os olhos. Demorou alguns segundos para perceber que aquela figura feminina, de cabelos channel e sorriso agradável era Audrey Morgan.

Continua...
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptyQui Dez 16, 2010 11:54 pm

q mae do Nino hein
tadinho do Nino, como ele sofreu e sofre ainda i_i
Josy como vc é cruel faze-lo sofrer tanto T_T
kyaaa Audrey finalmente chegou
pronto Nino, agora vc vai receber o abraço q tanto merece ^^
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptySex Dez 17, 2010 2:46 pm

Huihauahauahuhaa

Engraçado que TODAS as leitoras veem a chegada da audrey com alivio. Parece q a visão sobre ela mudou muito. Eu tenho uma teoria...gosto dela pq ela nao é concorrente..ahuaahauaa

Meninaaa..tava ansiosa para a chegada dela... pois agora os vilões vao ter resposta. Os meninos do arashi sao mto bonzinhos para fazer maldades... mas a audrey nao...ela nao tem o menor problema em destruir alguem...hehehehe
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptySex Dez 17, 2010 5:46 pm

shahsahshahshas
sim, a visao sobre ela, o conceito sobre ela mudou mtoo
haha xDD
bem, essa teoria ta certa tbm rs
ela nao tem problema em destruir alguem, principalmente se for para salvar
o Nino né hehe
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptySeg Dez 20, 2010 2:42 pm

O Nino é e sempre será a vida dela. O ar que ela respira...com certeza ela vai fazer mtassss coisas por ele...hehehehe
Brigada pelo apoio amor^^
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptySeg Dez 20, 2010 10:56 pm

kyaaaaaaaaaaaa sinto que Audrey vai fazer muita coisa aqui,tomara que uma das vitimas seja o Chinnen(aquela bicha invejosa), serio, queria que ela maltratasse bem muito essa bichinha do Chinnen
O CHINNEN NAO VAI FAZER NADA COM O JUNIOR NAO, NE?nao gostei do jeito que ele falou que o junior era do Nino, meio com raiva e nojo...ai se acontecer alguma coisa com o junior eu vou ter um ataque do coraçao...
tadinho do nino com uma mae dessa coitado, era melhor que ela nao tivesse ido..
MAE DO OHNO AISHITERUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptyTer Dez 21, 2010 1:56 pm

renata chan escreveu:
kyaaaaaaaaaaaa sinto que Audrey vai fazer muita coisa aqui,tomara que uma das vitimas seja o Chinnen(aquela bicha invejosa), serio, queria que ela maltratasse bem muito essa bichinha do Chinnen
O CHINNEN NAO VAI FAZER NADA COM O JUNIOR NAO, NE?nao gostei do jeito que ele falou que o junior era do Nino, meio com raiva e nojo...ai se acontecer alguma coisa com o junior eu vou ter um ataque do coraçao...
tadinho do nino com uma mae dessa coitado, era melhor que ela nao tivesse ido..
MAE DO OHNO AISHITERUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Amadaaaaaaaaaaaaaaaaa
ameiii seu comentario^^ brigada^^
Mãe do Nino é uma pessoa complexa, e muito mais comum que você imagina. Já tive amigos e amigas que a mãe nao via que eles estavam lá. Eram incapaz de um abraço, ou até de aparecer ou ligar no aniversario.
Foi nelas que criei a mãe do Nino... uma pessoa que culpa o filho pelo final do relacionamento. Mas, mãe do Ohchan é o outro lado da balança...ela é demaissssssss

hehehe
brigadaaa
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptySeg Dez 27, 2010 8:43 pm

Redenção

Capítulo 15

Por Josiane Veiga


O vento leve e fresco da noite balançou de leve as janelas do quarto hospitalar. O verão intenso que elevava as temperaturas a níveis angustiantes durante o dia dava uma trégua a noite, trazendo alivio aos moradores da metrópole.

Num dos quartos do maior hospital de Tóquio, apenas o silêncio fazia companhia a duas pessoas. Audrey Morgan e Ninomiya Kazunari se encaravam com cumplicidade. Os demais que haviam estado naquele local tinham saído para dar aos dois amigos a privacidade necessária para conversarem e matarem a saudade. No entanto, Masaki, Sho e Ohno não sabiam que Nino usaria aqueles instantes para abrir seu coração a americana, contando-lhe tudo que havia lhe angustiado durante o dia, dando destaque a visita da mãe.

-Nunca terei filhos... - a voz feminina anunciou, quebrando o silêncio, após ouvir detalhadamente o relato.

Kazunari arqueou as sobrancelhas.

-Por que diz isso?

-Como poderia dar a uma criança algo que nunca recebi? Não saberia amar...

Nino aquiesceu. Compreendia exatamente o que ela falava.

-Não somos como nossos pais – ele afirmou, porém.

O riso debochado invadiu o ambiente, demonstrando que a mulher não tinha tanta fé em si mesma. Audrey estava sentada na lateral da cama, numa posição em que sua mão podia pegar na de Nino, confortando-o.

-Sua mãe foi indelicada com você? - questionou.

-Não – Nino negou. - Mas, ela poderia pelo menos ter me tocado – reclamou. - Não esperava um abraço, ou coisa assim. Todavia, gostaria que pelo menos pegasse na minha mão.

A morena balançou a cabeça, numa postura compreensiva.

-Minha mãe também nunca me tocou – contou a ele. - Recordou-me bem disso, pois ficava espantada quando via a vizinha abraçando seus filhos. Eu não sabia que existia carinho, pois tudo que recebia da minha mãe eram palavras grosseiras e surras.

A forma como a garota discorria o passado deixava claro a Nino que Morgan não queria piedade. Ela pronunciava as palavras como se nada do passado pudesse machucá-la, como se houvesse um murro separando-a daquela menina muda. Mesmo assim, Nino não pode deixar de ficar tocado.

-Foi muito difícil? - ele indagou.

-O quê?

-A morte dela – explicou.

Audrey suspirou. Já haviam se passado muitos anos, mas a lembrança era intensamente viva em sua mente.

-Naquela noite, ela havia chegado mais cedo do trabalho. Como era garçonete, não costumava estar em casa nos horários de movimento, então estranhei quando entrou em casa bastante alterada. Mais tarde fiquei sabendo que havia sido demitida por causa das drogas. – Mordeu o lábio inferior, mostrando-se perturbada pela primeira vez. - Ela já havia comprado drogas e, pelo jeito, já tinha se drogado um pouco quando chegou. Começou a procurar por Steven, mas eu já o havia escondido no roupeiro do meu quarto.

Nino compreendeu o quanto Morgan havia se sacrificado pelo irmão durante aquela época. Tirá-lo do campo visível a deixava ainda mais alvo dos adultos.

-Alguns minutos depois, meu padrasto chegou. Os dois começaram a discutir por causa de dinheiro. – Morgan gargalhou, surpreendendo Nino. - Ele queria se drogar, mas a vadia escondeu a própria droga para não dividir – contou. - Minha mãe era extremamente egoísta.

Os olhos dela baixaram como se tivesse vergonha do que veio a seguir.

-Ele estava lúcido, e o calor da discussão o excitou. Eles transaram na cozinha – os olhos eram vazios, frios. - Quis fugir, mas fiquei com medo de que, quando fossem me procurar, encontrassem Steven – explicou. - Então me virei de costas para não ver, e fingi estar em outro lugar, em outra família.

Fingir ter outro lar também havia sido rotina para Ninomiya. Quantas vezes, enquanto o pai berrava a porta de seu quarto, ele fechava os olhos e fingia que era filho de Megumi Ohno? Ironicamente, Morgan e ele haviam feito a mesma coisa durante seus respectivos passados.

-Quando tudo terminou, ele saiu batendo a porta. Demorei algum tempo para voltar-me para a minha mãe; no entanto, quando me virei em sua direção, ela já estava sentada novamente à mesa, preparando algo em uma seringa. Achei que estava concentrada e então, vagarosamente, fui saindo da sala. Mas, ela viu que tentei escapar, e alcançou-me. Pegando-me pelos cabelos, me fez sentar ao seu lado, e me obrigou a vê-la se matar.

Nino apertou sua mão, confortando-a.

-Quando sua respiração acelerou, e eu notei que não estava agindo como normalmente agia depois de se drogar, tentei correr, mas ela se agarrou em mim. Caí junto com ela no chão – as pupilas de Morgan se dilataram. - Minha mãe morreu agarrada a mim – contou. - Quando parou de respirar, fiquei tão feliz – admitiu.

Novamente o silêncio tomou a sala. O olhar de Audrey estava fixo em algum ponto imaginário, impedindo-a de encarar Kazu. Mesmo assim, Nino não soltou sua mão, deixando claro que compreendia sua postura.

-Sou um monstro – quebrou o silêncio.

-Isso não é verdade.

-O momento mais feliz de toda a minha vida foi quando minha mãe morreu – ela contou.

Os olhos secos deixavam claro que a constatação não a chocava.

-Audrey...

De repente, Morgan pareceu dar-se conta de que estava contando um passado tão desagradável para alguém doente.

-Desculpe – foi sincera. - Não devia ficar aqui relatando essas coisas...

-Não se preocupe – Nino sorriu. - Me dá um abraço? - pediu.

Ela riu. O olhar dele sempre havia sido carente. Relembrou a primeira vez que o viu na TV do orfanato. Reconheceu um pouco de si naquele menino que gritava para esconder alguma dor. Por causa dele, a voz que havia desaparecido no dia que a mãe morreu, havia voltado. Foi por causa dele que ela recomeçou, estudou, formou-se. Morgan não se deixou abater pela vida porque amava alguém do outro lado do mundo.

Estendeu os braços a ele, e recebeu-o dentro do circulo de seu afeto.

-O médico deu alguma previsão de alta? - questionou.

-Nada – reclamou. - Você vai ficar comigo essa noite?

Só após fazer a pergunta foi que notou que a mulher aparentava muito cansaço.

-Há quanto tempo você não dorme? - brigou.

-Não consigo dormir no avião, e o fuso horário sempre me derruba. Mas, ficarei com você...

-De jeito nenhum! - Masaki exclamou, à porta.

Nino e Audrey voltaram-se para a entrada. Aiba, Sho e Ohno retornavam da cantina. Masaki e Sakurai sorriam, mas Satoshi mantinha a cabeça baixa.

-Eu vou ficar com Nino essa noite – Ohno avisou, parecendo envergonhado.

Audrey aquiesceu. A moça foi em direção a maleta com seus pertences, e aproximou-se de Masaki.

-Posso ficar na sua casa?

-Você sempre pode! - Aiba riu. - Cada pergunta! - desdenhou.

Ela voltou-se para Nino, a fim de se despedir, mas foi impedida pela entrada abtusa de uma outra pessoa.

-Com licença – era uma enfermeira. - Pediram-me para entregar essas flores – a mulher sorriu.

A mulher de branco deu dois passos em direção a Nino; todavia, foi barrada por Morgan. Era simplesmente espantoso que ela conseguisse agir tão impetuosamente sempre que se tratava de Kazunari.

-O que foi? - indagou a de branco.

Os olhos castanhos esverdeados eram felinos.

-Kazunari é muito famoso, e na ala inferior do hospital está cheio de flores de diferentes personalidades e fãs. No entanto, por que somente este buquê foi trazido até aqui?

Ohno arregalou os olhos, enquanto Sho puxou a amiga pelo braço. Por que ela tinha mania de agir como se Nino estivesse correndo risco de vida? Sua proteção era, como sempre, exagerada.

-Audrey... - recriminou-a, constrangido.

-O que foi? - ela quase gritou. - Não é estranho?

-A moça é enfermeira – Aiba sorriu. - Nós já a vimos diversas vezes no hospital.

-O que não explica porque aceitou suborno para trazer essas flores para cima – Morgan continuou, indiferente ao olhar envergonhado de todos no quarto.

-Pedimos desculpa – Sakurai dirigiu-se a enfermeira. - Ela não está muito bem de saúde...

-Estou ótima! - Morgan gritou.

-...mental – Sho completou.

Bufando, a americana cruzou os braços.

-Audrey – Aiba pousou uma das mãos em seu ombro -, é natural que algumas pessoas consigam com que suas flores sejam entregues pessoalmente a Nino.

Morgan não parecia convencida, mas acatou as palavras. Ainda de braços cruzados, observou Nino pegando o ramalhete nas mãos, procurando o cartão. Quando, por fim, o rapaz leu o nome do remetente, pareceu espantado.

-Yuuri Chinen? Por que ele me mandaria flores?

Sho e Aiba também estavam surpresos, mas tentaram justificar:

-Provavelmente, o garoto sentiu-se constrangido por ter assumido seu papel na novela.

A frase pareceu satisfazer Nino.

Quando Kazunari largou o buque ao lado da cama, o assunto do quarto mudou para uma turnê que pretendiam fazer no outono. Os homens não perceberam como Ohno suava frio, nem como Morgan parecia ler cada gesto do Riida.

O boné escondia o rosto de Sho, enquanto uma boina verde fazia o mesmo com Aiba. Os dois caminhavam ao lado de Audrey pela ala norte do hospital, tentando não chamar muita a atenção. Por algum motivo, as pessoas pensavam neles sempre com aparências impecáveis; assim sendo, aqueles dois homens cansados, vestidos de forma displicente e andando ao lado de uma estrangeira, não causavam o menor interesse.

-Semana que vem pretendo ir morar definitivamente em meu sítio – contou Aiba à Audrey.

-Você me comentou num email sobre ter comprado uma propriedade rural – ela lembrou.

O loiro balançou a face, feliz.

-Shipou-san ficou tão animado quando o levei lá – disse, referindo-se ao macaco.

Sho sorriu. Masaki era uma pessoa de hábitos simples. Com certeza, um lugar próximo da natureza era o seu ideal de paraíso. No fundo, o rapaz nunca havia gostado de morar na cidade, e o sítio sempre foi um sonho.

-E os cachorros que estão com sua mãe? – Audrey indagou. – Vai levá-los para seu novo lar?

A mãe de Aiba morava no interior, próximo do litoral. A família tinha um restaurante e trabalhava nele, recusando-se a usar o dinheiro do filho. Morgan havia visitado a mulher nas férias, em companhia de Aiba. Havia se apaixonado pela mãe, da mesma forma que amava o filho. Era simpática, divertida, uma cópia fiel do loiro.

-Pretendo – Aiba confirmou. – Isso se minha mãe deixar – riu. – Ela ama animais e, acredito, não vai querer se desfazer dos cachorros que estão consigo. Entretanto, se não me devolver meus cães, adotarei muitos outros – seu sorriso era animador. – Quero muitos moradores na minha casa!

Morgan gargalhou. O anjo Masaki, como era chamado por algumas fãs, estava expandindo suas asas.

-Sho-chan?

A voz madura e feminina fez a mulher voltar-se para trás. Os homens imitaram-na, e o trio olhou espantado para a dupla de damas atrás deles.

-Mãe? – Sho arregalou os olhos.

O que a progenitora fazia no hospital? Se fosse Jun ou Aiba que estivessem hospitalizados, com certeza a senhora Sakurai teria feito uma visita. Mas, Nino? Por que ela iria ver Kazunari se tinha, claramente, certo nojo do amigo do filho? Com os olhos arregalados, Sho percebeu que não estava sozinha. Sayuri Koshitsu se portava ao lado da senhora Sakurai com uma postura arrogante e delicada ao mesmo tempo.

-O que faz aqui? – não resistiu.

-Vim ver Kazunari. – A resposta não parecia sincera.

Foi então que os olhos cravaram-se em Morgan. Com certeza Yuuky a reconheceu de um porta-retrato que Sho tinha no quarto, com uma foto dos amigos.

-O que faz com uma gaijin?

A palavra era usada para indicar estrangeiros; mas, Morgan não era ignorante no idioma e sabia que também a usavam de forma pejorativa para tratar aqueles de outros países com racismo. A entonação na voz deixava ainda mais clara que a segunda opção era correta.

-Essa é Audrey Morgan, mãe – Sho apresentou, pousando a mão no ombro de Audrey. – A senhora, com certeza, recorda-se do nome, já que sempre comento sobre ela...

O nariz de Yuuky empinou, com clara arrogância. Após isso, ela virou-se para Aiba.

-Meu querido, poderia me indicar o quarto em que se encontra Kazunari?

Aquiescendo, Masaki ofereceu seu braço para a mulher.

-Darei uma festa em minha casa dentro de cinco dias – surpreendentemente, ela dirigiu-se a Morgan. – Está convidada.

Duas almas gélidas. Audrey não baixou o olhar nenhuma vez, mesmo perante as palavras carregadas de malícia. Sabia que era uma armadilha, o motivo, desconhecia. No entanto, não se fez de rogada.

-Farei o possível para comparecer, obrigada.

Quando Aiba, Yuuky e Sayuri saíram do campo de visão da dupla, Sho voltou-se para ela.

-Não deve ir – avisou. – Minha mãe é cruel quando quer.

-Por que motivo eu devia temer? – ela arqueou a sobrancelha. – Ela me odeia tanto assim só porque sou estrangeira?

-Ela acha que somos amantes!

A boca de Audrey abriu-se, espantada. De onde aquela mulher havia tirado uma idéia tão ridícula?

-Por que não negou a ela?

-É muito cômodo ter uma namorada que mora longe, mas que amo e que me impede de ter relacionamentos por aqui.

A explicação poderia tê-la feito rir, mas não fez.

-Não acredito que você disse isso a ela!

-Não falei nada!

-Então por que sua mãe pensa assim?

-Não disse nada, mas dei a entender – admitiu. – Por favor, você não percebe o quanto isso facilita minha vida? Minha mãe sabe que tenho sangue quente, e jamais acreditaria que eu sou celibato. Dois de meus melhores amigos são homossexuais assumidos, e logo ela suspeitaria de que eu também sou.

Morgan deu um tabefe no ombro dele.

-Mas você é! – gritou.

-Masaki não quer assumir! – explicou. – Não ainda! – completou. - Ele tem medo da reação de nossas famílias. Você viu como minha mãe o trata! Teme perder o amor dela!

Morgan enfim se acalmou. Aquilo era verdade. A mãe de Sakurai a olhava como um verme apenas por não ser japonesa, imagine o que faria quando soubesse que Masaki e o seu tão amado filho faziam na cama.

-Percebeu a garota ao lado dela?

A voz fê-la encará-lo.

-O que tem a sonsa?

-É minha noiva – Sho gargalhou. – Ou, pelo menos, é o que minha mãe espera.

O semblante feminino ficou tomado de preocupação.

-Como Masaki está reagindo a toda essa história?

-Ele tenta ignorar. Nós dois, aliás. Não vou me casar, não importa o que aconteça.

Audrey não parecia convencida.

-Sua mãe não parece o tipo de pessoa que aceita um "não" facilmente – observou.

Sho concordou.

-Bom, está tudo bem – a voz dela foi animadora, ao constatar o quanto Sho se preocupou com sua última frase. – Não importa o que aconteça, nunca vou deixá-lo casar – riu. – Só com Aiba – completou.

Pela primeira vez desde que a menção do casamento surgiu, Sho ficou tranqüilo. Afinal, a promessa vinha de Audrey Morgan, e ela era perita em fazer tudo acontecer conforme sua vontade.

A visita de Yuuky Sakurai a Ninomiya não durou mais que dez minutos. No fundo, Nino se perguntou o porquê daquela súbita aparição, já que a mãe de Sho costumava ignorá-lo. Também não entendia o porquê da presença da jovem que acompanhou Yuuky. A garota sequer o cumprimentou, agindo tão timidamente que o irritou.

-Foi um dia bastante surpreendente, né Oh-chan? – dirigiu-se ao amante, sentado ao seu lado na cama, assim que ficaram sozinhos.

-Bastante...

O tom era preocupado. Por que Ohno estava assim?

-Primeiro acordei com sua mãe, depois minha própria mãe veio me visitar – o espanto era claro. - De repente, Audrey surgiu sob meus olhos, agora veio à mãe de Sho-chan e, para completar, flores de Yuuri Chinen – Kazunari narrou.

Ohno pigarreou.

-Falando em flores – tentou parecer natural -, o que dizia o cartão?

-Só "desejo-lhe melhoras".

A respiração de Ohno parecia ser de alivio, e isso não passou despercebido a Nino.

-O que foi, Oh-chan?

-Nada.

Talvez fosse algo de sua cabeça. A enfermeira havia lhe medicado fazia menos de cinco minutos, e todas as vezes que tomava os antidepressivos, sentia-se estranho, zonzo. Não iria começar a pensar besteiras referentes à Ohno, especialmente porque o Riida estava provando, todos os dias, o quanto o amava.

Nino, que estava sentado, decidiu deitar-se. Resvalando na cama, aconchegou-se aos travesseiros. Satoshi percebeu a intenção e levantou-se do leito, dando espaço a Nino para dormir.

-Dorme na cama comigo, Oh-chan... – pediu, doce.

Antes mesmo de se deitar novamente no leito, Ohno já estava arrependido. O corpo delicado de Nino aconchegando-se ao seu o deixava em total estado de alerta, como se todas as suas células pudessem reagir ao simples contato de Kazu.

-Estou com dó do meu Oh-chan – a voz brincalhona chegou aos seus ouvidos.

Satoshi sabia o porquê de Nino dizer aquilo. Era claro que Ninomiya havia sentido a saliência de seu corpo contra a coxa. Haviam se deitado um de frente para o outro, abraçando-se. Era a posição que costumavam ter após o sexo, e a lembrança só o deixava ainda mais rígido, nervoso.

-Gomenasai... – sussurrou para Ninomiya.

Não era idiota, sabia que a saúde de Nino vinha em primeiro lugar, e não seus desejos carnais. Precisava ter paciência, e teria; afinal, se estava passando por aquele momento doloroso, era sua própria culpa. No entanto, não conseguiria manter o controle se Kazunari não colaborasse.

-O que você está fazendo? – Ohno sussurrou no ouvido dele.

Não era sexo. Sequer um contato mais íntimo. Tudo que estava desesperando Ohno naquele momento se baseava numa leve e harmoniosa dança. Nino movia o corpo num vai-e-vem perigoso e estimulante, unindo os quadris para depois afastá-los um espaço suficiente para que a calça de Ohno se estufasse ainda mais.

-Tranca a porta, Oh-chan – Nino pediu, baixo.

Ohno ainda lutava para manter o controle.

-Nino, não podemos – negou. – Por favor, entenda como me sentirei se você ficar mais fraco – explicou. – O médico deixou bem claro que precisa poupar as energias.

Kazunari riu.

-Não vamos fazer sexo, seu bobo... – lambeu o lábio inferior de Ohno, sensualmente. – Só vamos brincar...

Bom, que mal havia em brincar um pouco, não é? Perdoando-se mentalmente, Satoshi correu até a porta, trancando-a com a chave. Quando se voltou para Nino, viu-o observando da cama com um sorriso tão bonito nos lábios que, por um instante, Ohno quase esqueceu-se da intenção da privacidade.

-Vem cá, Oh-chan...

Obediente, Satoshi aproximou-se da cama. Tudo que queria naquele momento era arrancar as roupas de ambos e poder desfrutar do toque das peles, do suor se misturando, da paixão nascendo e eclodindo sem limites. Todavia, sabia que precisava respirar fundo.

Deitou-se ao lado de Nino e beijou a boca macia. Nino abriu-se para ele, deixando as línguas brincarem, moverem-se, enroscarem-se.

Gemeu baixo quando sentiu Kazunari colando seu corpo ao dele. Nino também estava desejoso, animado. Seu órgão duro batendo contra Ohno deixou o Riida em estado de graça. Não sofria de abstinência sozinho, pelo jeito.

-Gosta disso? – Nino questionou, quando voltou a dançar febrilmente contra Ohno.

-Gosto... – sussurrou.

Era muito mais que gostar, mas o mais velho havia perdido o vocabulário. Todo o sangue do seu corpo parecia ter se transformado em fogo, concentrando-se na sua parte baixa.

De repente, o seu quadril também começou a dançar contra Nino e, sem perceber, ele se postou em cima do amante. Estava vestido, portanto, nenhum contato mais íntimo ocorreria; mas, mesmo assim, era tão delicioso mover-se daquela forma, que Ohno não resistiu.

-Oh-chan...

O suspiro delicado, fascinado e satisfeito era tão delicioso aos ouvidos de Ohno que o mais velho permitiu-se algo a mais. Desceu uma das mãos e acariciou a coxa macia de Nino antes de envolvê-lo num toque arrebatador. A roupa hospitalar (que nada mais era do que um vestido branco e curto) não era nenhum obstaculo a suas mãos audaciosas, e ele apertou firmemente o órgão sexual de Kazunari, acariciando-o de forma magistral com seus dedos artísticos.

-Oh-chan... – a urgência na voz o descontrolou.

Dando um espaço entre os corpos, levou a mão direita de Nino contra si. Sem nenhum receio, Kazunari enfiou os dedos para dentro da calça de Ohno, tirando de lá o que desejava.

-Nino... – a voz de Satoshi era engasgada -, só brincar... – balbuciou, numa tentativa de lembrar a Ninomiya o acordo.

O riso cristalino de Kazunari encheu o ambiente. Aquela risada era tão linda que Ohno pensou que não fosse mais conseguir suportar respirar sem invadir Nino, mas ele foi forte.

Com a mão firme, começou a massagear Nino enquanto recebia o mesmo do amante. As bocas se grudaram novamente, as respirações cada vez mais aceleradas, e o suor os empapou em piedade. Quando sentiu que não conseguiria mais agüentar, chupou com força a boca de Kazunari para se impedir de gemer alto, chamando a atenção de quem estivesse no corredor.

Derramou-se completamente sobre as coxas de Nino, sujando-o bastante. Logo, Kazu fazia o mesmo, deixando Ohno completamente molhado.

Saiu de cima de Nino e caiu de lado, exausto. No entanto, precisava limpar-se e a Nino, já que seria difícil explicar a alguma enfermeira o que tinha acontecido, caso uma das mulheres aparecesse a noite para trocar o soro.

-Estou com saudades de senti-lo dentro de mim – Nino sussurrou.

Tinha acabado de ter um orgasmo e já sentia o corpo em ebulição novamente. Que poder era esse que Nino mantinha sobre si?

-Não me provoque! – Ohno ralhou. – Olha o que você me fez fazer!

Os dentes alvos apareceram quando Kazunari sorriu.

-Foi bom, né? Não tão bom quanto sexo completo, mas foi gostoso, não foi?

O inseguro Ninomiya fez Ohno sorrir também.

-Sempre é bom, Nino... – confirmou. – Mas, não vamos fazer nada novamente até você ganhar alta.

O aviso fez Nino fazer um bico com os lábios. Ignorando aquela pequena birra, Ohno foi até o banheiro, procurar uma toalha. Após se higienizar, molhou o pano e levou-o até Kazunari. Ao entrar no quarto, no entanto, encontrou-o com o cartão de Yuuri nas mãos, e o olhar perdido.

Quando aproximou-se mais, Kazunari enfim o encarou.

-Ei, Oh-chan – chamou-o -, você se encontrou com Yuuri nas últimas semanas?

A pergunta súbita quase fez o coração de Ohno Satoshi parar de bater.

Continua...
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptyQua Dez 29, 2010 8:48 pm

to luca pra saber como sera essa festa
e o q Audrey irá aprontar
ja q ela nao deixa nada barato haha
realmente é estranho a mae de Sho ter ido lá
iiiih e agora Ohno? vai contar a verdade pro Nino?
pelo visto, o proximo capitulo promete hehe
nao q os outros nao tenham sido assim
mas ver o q 2 mulheres de personalidades tao fortes e q nao desistem do q querem vao aprontar
essa nao da pra perder
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptyQua Dez 29, 2010 9:06 pm

Na verdade, a Audrey ta indo de boa... ela ta tentando mudar... hauahuahauaa.. o problema é que o que vai rolar com ela lá, vai apagar suas boas intençoes rapidamente!!!!!!!!!!!!

O cap da festa que, acho eu, ainda vai demorar uns 2 cap adiante, vai ser um dos mais tristes até então.

Ahhhhhhhhhhhhhhhhh OhnoSatoshiiii.. o que esperar do nosso Riida? Se ele contar, o Nino enlouquece...e Nino ainda ta doente, numa cama hospitalar... mas..e se nao contar? Pode colocar td a perder...
Brigadaaa pelo apoio amor
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptySeg Jan 10, 2011 5:53 pm

Redenção

Capítulo 16

Por Josiane Veiga

Nota da autora: Sim, eu sei que estou atrasada. Muito atrasada, aliás. No entanto, garanto que, ao lerem esse capítulo, entenderam. Foi um capítulo basicamente difícil, porque era complexo e envolvia passado e presente de uma forma bastante forte. Mesmo assim, tenho orgulho dele, pois ele representa bem o gênero "drama" que escolhi para Redenção.

Eu queria agradecer os comentários, mensagens no Twitter, etc. Todos os incentivos que eu recebo, não me permitem abandonar Redenção, mesmo a história sendo muito mais difícil e intensa que Rendição.

Esperam que curtam esse capítulo.

Josie


Satoshi Ohno sentiu o coração bater numa velocidade recorde. Mesmo assim, tentou aparentar calma e sorriu, encarando o namorado.

-Como? – questionou.

Kazunari suspirou.

-Chinen Yuuri – explicou. - Você o encontrou nas últimas semanas? – repetiu a pergunta.

Ohno fingiu pensar. Sabia que era péssimo com mentiras, mas se esforçou. Não queria expor a Ninomiya as pressões que Yuuri o estava submetendo. Pensava na saúde de Nino, especialmente na sua depressão. Kazunari se demonstrava a cada dia com mais baixa estima, e ter um lindo, jovem e saudável rapaz atrás do marido não iria ajudar em nada.

-Eventualmente, pelos corredores da agência ou da emissora – Ohno fingiu indiferença. – Por que pergunta?

Nino parecia avaliar sua resposta. Ohno sentiu-se em pânico diante da possibilidade de que Kazu percebesse sua mentira.

-Achei muito estranho as flores – Nino explicou, por fim. – No entanto, provavelmente Aiba-chan está certo, e Chinen apenas teme minha reação por causa do papel na novela.

Ohno balançou a cabeça, concordando. Contendo um suspiro de alivio por Nino ter chegado àquela conclusão, ele se aproximou da cama com o pano nas mãos.

-Vou limpar você – disse, sorrindo.

-Deixa que eu faça isso...

-Eu sujei, eu limpo! – o tom era doce.

Nino riu, desavergonhado.

-Também sujei você – constatou. – E você foi se limpar bem longe de mim...

-Você terá muitas oportunidades de me limpar quando voltar pra casa – Ohno prometeu, delicado. – Agora, é minha vez...

Quando Ohno começou a deslizar o pano por suas pernas e ventre, Nino percebeu o quanto o Riida o idolatrava. Certamente, as dúvidas que o estavam perturbando ultimamente não passavam de asneiras provocadas pela forte medicação que tomava.


Shipou encarou a mulher, antes de correr em sua direção. O chimpanzé não era acostumado com a presença feminina dentro do apartamento de Masaki. Assim sendo, a surpresa o deixava motivado e ansioso, e seus dedos longos e escuros tocavam o rosto dela como se o animal sentisse o desejo de desvendar seus segredos.

-Shipou-san gostou de você – constatou Aiba.

Audrey Morgan estava agachada, permitindo que o macaco a examinasse como quisesse. Sabia que era importante o contato, já que ficaria algum tempo morando com Masaki.

-Ele é lindo – ela sorriu. – Deve ser a coisinha mais linda do mundo...

-Eu também acho – o loiro riu. – Vem cá, Shipou-san – chamou o animal. – Vamos mostrar para Audrey o quarto que ela vai ficar.

A suíte em questão era a mesma que ela ocupava todas as vezes que voltava ao Japão para eventuais visitas. A mulher colocou a mala em cima da cama. Sua aparência demonstrava cansaço, mas ela não disse nada enquanto abria a maleta e tirava de lá suas roupas.

Masaki a observava silenciosamente. Viu, por seguidas vezes, Audrey fazendo o trajeto da cama ao closet, a fim de guardar as roupas. Ele não comentou nada quando percebeu que ela havia trazido mais peças do que uma curta visita exigia, mas não resistiu quando percebeu luvas de lã na parte inferior da mala.

-Estamos no verão – observou. – Por que trouxe luvas?

Audrey não levantou os olhos para respondê-lo.

-Vou ficar aqui até Nino estar completamente curado – explicou. – Pretendo estar ao seu lado para auxiliá-lo durante o tratamento.

Aiba aquiesceu, mas algo no seu semblante fez Morgan retificar:

-Eu posso ficar num hotel se você...

-Não! – Masaki a interrompeu. – Não é isso! – negou. – A verdade é que me surpreendi, pois você tinha conseguido uma vaga em uma mega produção de Hollywood – recordou. – Como conseguiu uma folga? Sei que eles são bem rígidos com tempo e horários.

Audrey baixou a face.

-Não consegui...

-A vaga?

-A folga – esclareceu.

Encararam-se. Aiba estava espantado pela abnegação dela, mas não conseguia admirá-la pelo feito. A verdade é que Morgan havia atirado a chance de sua vida pela janela.

-Por que fez isso? – questionou. – Você sofreu tanto para conseguir essa vaga, e desiste fácil assim?

-Não foi fácil! – Audrey negou. – Foi a coisa mais difícil que fiz na vida! Mas, como poderia me dedicar ao meu trabalho pensando em Kazunari?

Masaki se irritou.

-É a sua vida! Sua carreira! Nino tem quem cuide dele aqui! Percebe que você não tem obrigação de jogar seus projetos para o alto por conta de um amigo? É do seu futuro que estou falando!

Morgan aproximou-se, e tocou o braço de Aiba, carinhosamente.

-Tenho bons contatos, e um bom currículo. Não estou desempregada, assim que voltar aos EUA posso conseguir uma boa vaga em qualquer produção. Além disso, tenho uma boa economia...

-Não vê? Dinheiro não é a questão! Estou tentando te explicar que você está colocando Kazu-chan acima do bem e do mal. Você transfere todas as suas expectativas e sonhos para ele, esquecendo-se de viver por si mesma.

Aquela conversa poderia causar um efeito explosivo em qualquer pessoa, mas Masaki sabia que Morgan não agiria como um ser humano normal.

-Se eu fosse viver por mim mesma – disse, a voz neutra e mortificada -, já teria me destruído, ou ficado louca – afirmou.

Aiba sentiu compaixão. Sabia que Morgan separava até mesmo os pensamentos que corriam em sua mente. Havia sido duro, reconheceu. Ninguém, em sã consciência, desejaria viver a vida daquela garota. Estendeu os braços e a abraçou da forma carinhosa que sempre fez.

-Me perdoa, Audrey – pediu. – Às vezes você se mostra tão forte que me esqueço do seu passado.

-Eu sou forte! – ela salientou. – Só não suporto minha própria vida...

Masaki deu um leve beijo no topo da cabeça feminina. Ficaram assim alguns segundos, quando um som na porta os avisou da presença de mais alguém.

-Meu namorado e minha melhor amiga... – a voz de Sho era cômica. – Que clichê!

Masaki e Audrey se afastaram, rindo.

-Olha quem fala! Você não vai se casar? – A mulher o rebateu, cruel. - Agora ele é livre para ficar comigo!

Sho fingiu choque com o olhar. Porém, não resistiu muito e começou a rir.

-O que faz aqui? - Masaki indagou, carinhosamente. - Achei que fosse jantar na sua casa.

-Sayuri estava lá – o moreno respondeu. - Céus, ela agora praticamente vive dentro da minha casa, sempre ao lado da minha mãe. Sei que as duas estão planejando algo, mas não tenho ideia do que é.

Masaki sentou-se na cama de Audrey. Logo Shipou, que brincava com uma bola no chão, pulou para seu colo.

-Sayuri parece ser tão gentil – o loiro ponderou. - Não posso imaginá-la armando algo.

Sakurai e Morgan se encararam.

-Oh céus... - Sho começou.

-Aiba não percebe que essas são as piores – Morgan completou. - Sayuri é como Jean Touga – Audrey explicou, referindo-se a um antigo fã de Aiba que tentara violentá-lo. - Ela só aparenta docilidade e meiguice, mas é uma vadia.

-É isso aí! - Sho riu. - Odeio ela!

-Eu também! - Audrey aproximou-se de Sakurai e bateu a palma de sua mão na mão dele, oficializando uma espécie de trato.

Masaki balançou a face, incrédulo.

-Vocês dois nem a conhecem! - observou. - Que horror julgar alguém assim!

Os aquarianos deram os ombros. Eram igualitários nisso também, não costumavam perder muitos minutos da sua vida condenando-se pela vontade de machucar alguém.

-Dane-se – Morgan desdenhou. - Se ela se meter com o Sho vai pedir pra ser destruída.

Aiba se levantou, ficando de frente para Audrey. Duas coisas o enfureceram com aquela colocação: a primeira era que a amiga não demonstrava nenhum controle sobre sua tendência em praticar o mal. Masaki esperava que, depois de tudo que passaram, ela fosse ao menos demonstrar vontade de mudar. A segunda era o olhar feliz de Sakurai com a colocação da mulher. Era vontade de Sho que Sayuri fosse arruinada?

-Nunca mais diga isso! - a voz dele era firme. - Você não fará nada contra a moça, entendeu? - apontou o dedo para Morgan.

-Ela quer casar com o seu namorado! - Morgan se defendeu.

-Um casamento é feito por duas pessoas. Se Sho não quiser, Sayuri não poderá obrigá-lo.

Dizendo isso, virou-se em direção ao macaco e o pegou no colo. Sem olhar para o par a sua frente, saiu pisando firme em direção ao próprio quarto. Assim que se encontraram a sós, Audrey e Sakurai se encararam, o olhar transbordando cumplicidade.

-Aiba é muito ingenuo – Morgan sussurrou. - Sayuri pode manipular a situação de muitas formas. Se fosse eu, já estaria de noivado marcado.

Sakurai concordou.

-Conto com você, se por acaso eu precisar – o murmuro dele a fez rir.

-Deixe comigo.

-Agora, vou atrás de Masaki. Quando ele se zanga assim, a noite promete.


Demorou cerca de quatro dias após a internação de Kazunari para que os amigos do doente percebessem que estavam sendo enganados por Nino. Por mais que o moreno aparentasse vontade de se curar, e aceitasse a medicação sem os escândalos do primeiro dia de tratamento, o rapaz ainda não havia admitido completamente a gravidade de seu problema.

O primeiro a perceber foi Jun. O membro mais novo do Arashi chegou naquela manhã de sábado para ver o amigo trazendo consigo um pedaço de torta fria de frango, que Kazu costumava gostar.

Nino sorriu quando viu o alimento. Jun sequer suspeitou que aquele frágil rapaz estava completamente enojado só pelo cheiro que exalava da torta. Enfim, Nino era um grande ator, não? Como alguém poderia supor algo?

-Estou com a garganta seca. – A voz delicada insinuou-se a Matsumoto com completa inocência. - Compra um suco pra mim?

Jun aquiesceu. Logo estava no corredor, indo em direção a cantina. Entretanto, na metade do caminho lembrou que a carteira estava dentro da bolsa. Dando meia volta, retornou ao quarto.

O que encontrou? Kazunari dava a torta a uma menina que vinha visitar o pai, internado no quarto ao lado. Como ele havia descoberto a criança era um mistério, mas a garotinha contou que o rapaz famoso lhe dava guloseimas, bolos, tortas, frutas e toda série de alimentos todos os dias, naquele horário.

Sem deixar-se abater pelos berros de Kazu que começaram tão logo a menina saiu do quarto, Jun foi até o banheiro. No lixo encontrou mais comida. Como Nino conseguia enganar a todos assim? Pelos céus, ele se submetia a enrolar as frutas no papel higiênico!

Imediatamente ligou para os amigos. Pouco mais de uma hora depois todos os membros do Arashi estavam reunidos no quarto.

-Que decepção, Kazunari! – Aiba começou. - Por que está fazendo isso com a gente?

Dos gritos iniciais, voltaram as lágrimas. No entanto, Nino não chorou sozinho. Ohno sentou-se ao lado da cama e o abraçou. Os dois permitiram que seu pranto se unisse. Um silêncio perturbador instalou-se naquele quarto.

...Foi naquele momento que Nino enfim percebeu que necessitava de ajuda...


A imponente mansão havia sido erguida no inicio do século, por um antepassado de Sho. Sobreviveu ao tempo, e continuou majestosa mesmo diante dos horrores da Segunda Grande Guerra.

Seu tamanho era desproporcional a maioria dos lares japoneses, compactos. A edificação possuía mais de dez quartos, fora a ala destinada aos empregados. Seu quintal incluía um belo lago, e um chafariz em formato de sereia. As árvores envolta dos bancos postos para se admirar o jardim criavam um ar ainda mais surreal. Um pedaço do paraíso, sem dúvida.

O grande salão já havia sido palco de muitas reuniões importantes. Inclusive, o antigo imperador havia dado uma festa lá, numa época remota. Mas, naquele momento, as paredes eram testemunhas de uma festa mais moderna. Ao invés de uma banda tradicional, era um DJ que animava os convidados. Garções circulavam de um lado para o outro com bebidas ocidentais como champanhe, e a nata da sociedade que se encontrava ali incluía negociantes e burgueses, seres desprezados pela antiga monarquia.

Audrey Morgan suspirou. Talvez por ser ocidental, todos a encaravam misteriosamente, causando-lhe um mal estar.

Por que não dera ouvidos a Sakurai e não ficara em casa? Aiba estava ocupado com a mudança, e não pudera comparecer a festa, e Sho ainda não havia dado as caras. Encostada num pilar, na ala norte, ela observava as ricas matronas carregadas de joias e peles de animais, e homens babando diante de bebidas caras e enjoativas.

Suspirou. Se Sho não aparecesse em cinco minutos, iria embora. Não havia nada lá para ela, um fato. Era verdade que a curiosidade a incitou a comparecer, já que esperava que a mãe de Sakurai fosse aprontar algo (não com ela, mas com o filho. Se Sho fosse comunicado do noivado naquela noite, ele teria uma escapatória com sua presença). Entretanto, já estava lá a mais de uma hora e nada havia ocorrido.

-Quer uma taça de champanhe? - uma voz conhecida fê-la virar-se.

Ohno Satoshi? O que ele fazia lá?

-Masaki-chan pediu-me para vir – pareceu ler seus pensamentos. - Ele me disse que não poderia vir aqui, e que talvez Sho estivesse ocupado sendo paparicado pela mãe. Como Nino está no hospital, e ele não acha que Jun fosse boa companhia para você, só restou a mim.

A explicação do Riida causou uma séria preocupação em Morgan. Masaki estava ficando louco? Por que diabos ele considerou que a presença de Ohno causaria qualquer tipo de reação positiva na mulher?

Virando o rosto em direção a pista de dança, ela fingiu observar os casais que dançavam. Não queria ser descortês, pois Nino amava aquele homem. Por ele, precisava conter sua antipatia.

De repente, sentiu algo gelado tocando seu braço.

-O champanhe... - Ohno ofereceu, sorrindo.

Ela sabia que o rapaz estava dando tudo de si para tentar ser educado e gentil.

-Não bebo. - A afirmação mais parecia uma desculpa. - Somente se não tenho saída, como uma reunião de trabalho, ou quando estou colocando algum plano em ação...

-É mesmo? Não existem muitas pessoas que não ingerem álcool hoje em dia.

-Bebidas alcoólicas tornam as pessoas displicentes – a explicação o surpreendeu. - Não sou o tipo de gente que permito-me deixar de estar sempre alerta.

Ohno assentiu. Provavelmente, aquela característica havia se desenvolvido na infância, quando necessitava estar sempre a postos, espreitando-se pelos corredores de sua casa, tentando descobrir as intenções do padrasto e da mãe.

-Quer um suco? - ofereceu, por fim.

-Não quero beber nada – ela sorriu. - Acho que vou embora – avisou. - Sequer vi Sho.

Se ela fosse embora, Ohno também iria. A verdade é que só se encontrava naquela casa porque Masaki havia implorado a ele. O mais velho não era tão idiota para não perceber o quanto a mãe de Sakurai o desprezava.

-Quer que eu a leve embora?

-Não precisa se preocupar – ela negou. - Posso pegar um táxi.

-Vamos pegar um táxi juntos – ele insistiu. - Não sei dirigir – confessou. - Só um momento que vou pegar meu paleto...

O rapaz praticamente saiu correndo em direção a ala dos empregados, onde os casacos, chaves e todo o resto, eram guardados pelo mordomo. Ela quase sorriu. Naquele instante, notou que Ohno era simpático. Não podia dizer que seria amiga dele, mas havia perdido – já há muito tempo – o interesse de fazer-lhe mal.

-Gaijin...

A palavra pejorativa a fez voltar-se para trás. Sayuri Koshitsu, a dona da voz, a encarava com total desprezo. A garota, aliás, longe do olhar de Sho e de Yuuky Sakurai, sequer lembrava a tímida jovem que havia encontrado Morgan no hospital.

-Meu nome é Audrey Morgan – a morena avisou. - Peço que me chame assim.

-Acho que você não está em condições de me pedir nada, Gaijin... - Sakuri salientou a palavra torpe, propositalmente. - Foi muita audácia sua comparecer.

-Audácia? - Audrey sentia o sangue ferver. - Por que não viria a casa de Sho?

A mulher aproximou-se. Devia ter dez centímetros a mais que Morgan, o que dava um ar ainda mais imponente a ela. As duas se encararam, firmes.

-Fique longe do meu noivo! - a oriental avisou.

-Seu noivo? - Morgan caçoou. - Sho nunca se casaria com você!

-Ele vai casar! - ela afirmou, segura. - Não terá escolha! Eu desejo ser uma Sakurai e assim o serei!

-Você é louca. Nunca que ele desejará se unir a uma cadela arrogante como você. - Sorrindo, deu o golpe final. - Sho ama outra pessoa!

-Você? - Sayuri não parecia abatida. - Acredita mesmo que um dos homens mais ricos deste país, herdeiro de um sobrenome importante, amado e respeitado por todas as esferas da sociedade nipônica, vai ficar com uma vadia estrangeira que dormia com o próprio padastro?

As palavras foram tão surpreendentes que Audrey perdeu a voz. Os olhos se arregalaram e a boca abriu, demonstrando seu espanto.

-O que foi? A cadela gaijin perdeu a voz? Achou mesmo que iria se intrometer no meu relacionamento e eu não tentaria descobrir nada sobre você? A senhora Sakurai havia comentado sobre seus problemas no passado. Não foi difícil chegar ao nome da freira Misao Sautou. Conversei com ela, e ela me contou tudo.

Levando a taça aos lábios, Sayuri a olhava vitoriosa.

-Todos sabem... - avisou. - Todos aqui são meus amigos – apontou para todos os lados, sem uma direção certa. - Ninguém deseja ver Sho-san unido a uma vagabunda, portanto, se tiver o minimo de vergonha, sugiro que vá embora.

Morgan estava abalada. No passado recente, não se lembrava de sentir tanto constrangimento quanto naquele momento. A verdade é que o padrasto nunca havia tocado nela, mas ninguém jamais acreditou naquilo. Os médicos fizeram exames, e a deixaram em paz após os resultados, mas as outras crianças do orfanato não confiavam na ciência, e a acusavam de coisas bárbaras, o que havia aumentado ainda mais seu trauma.

Quando tinha dez anos, um dos meninos do abrigo a espreitou contra a parede do banheiro feminino. Dizendo-lhe que ela não faria nada de diferente do que já estava acostumada, tentou obrigá-la a tocar nos seus órgãos genitais. Por sorte, Misao chegou naquele momento, e a partir dali, a garota muda grudou na freira.

Mas, mesmo a proteção inesperada não a livrou dos risos e ridicularizações que recebeu. Toda série de apelidos a perseguiam, incluindo "vadia" e "estuprada". Tão logo escapou das mãos da família, foi jogada a um mundo que também sabia machucar, dessa vez não fisicamente, mas que também feria demasiadamente.

Empurrando Sayuri, ela começou a caminhar rapidamente em direção a saída. No entanto, o corredor que outrora estivera livre para sair, agora estava repleto de jovens, tão cruéis quanto as crianças do orfanato que crescera.

-Tem cara de puta... - ouviu um sussurro.

-Com sete anos já devia dar muito prazer ao padrasto. - Dessa vez a voz não era tão baixa.

-Imagina o que ela sabe fazer...

-Quanto será que custa?

Houveram mais frases depreciativas, mas Morgan conseguira se fechar ao som... como, aliás, sempre fazia.

Assim que chegou do lado de fora, levou as duas mãos ao rosto. Precisava verificar se havia chorado. Contendo um suspiro de alivio, percebeu que não.

Descobriu muito cedo que chorar só a tornava ainda mais fraca. Lembrou-se rapidamente da vez que, ainda criança, decidiu que chorar era um crime que ela não mais cometeria. Quando foi? Oh sim, foi durante um almoço no orfanato. Como era vitima de bulling, havia servido-se e sentado silenciosamente em uma mesa isolada. Nenhuma outra criança queria se sentar com ela, já que a consideravam suja.

Já comia quando sentiu um movimento ao seu lado. Era uma menina de pele morena e olhos encantadores. Uma órfã recém transferida de outro abrigo.

-Posso me sentar aqui com você? - indagou.

Morgan apenas moveu a cabeça, concordando. No entanto, a outra criança sequer conseguiu se sentar. Um outro menino, de onze anos, chegou ao seu lado e a puxou.

-Não senta com ela – avisou. - Ela tem AIDS porque "dava" pro padrasto...

Morgan nunca teve nenhuma doença sexual, e jamais culpou o garoto pela mentira. Sabia que ele era ignorante, e apenas mais um manipulado pelas lendas que a circulavam.

A garotinha morena nunca mais conversou com ela.

Aproximando-se de uma árvore do jardim, Morgan encostou-se na mesma. Só então notou que o corpo tremia inteiro, e que a respiração estava acelerada. Sabia que confrontar um passado a tantos anos enterrado havia desestabilizado-a. Precisava se acalmar...

-Verdade que você foi pega pela polícia fazendo boquete no padrasto?

A pergunta a fez saltar. Um homem velho, aparentando mais de sessenta anos, bêbado e babão, estava ao seu lado.

-Você é gostosa... - ele disse. - Posso pagar bem...

Ela ergueu a mão para esbofeteá-lo. No entanto, não conseguiu o fazer. Tão logo fez a proposta nojenta, o homem foi atirado contra as flores do jardim por um soco forte no nariz.

Virando-se em direção ao agressor, ela viu Ohno Satoshi.

-Audrey... - ele chamou-a, a voz doce e gentil, como um consolo. - Vi o que fizeram...

Ela sentiu-se enrubescer.

-Não fiz isso que falaram...

-Audrey, eu sei. Mas, mesmo que tivesse feito, você era uma vítima...

Ergueu a mão para tocá-la no braço, mas ela se retraiu.

-Audrey...

O corpo dela tremia compulsivamente. Ohno assustou-se perante a possibilidade de Morgan desmaiar tamanho seu estado nervoso.

-Vou ficar bem – ela avisou, como se entendesse o que o preocupava. - Sou uma sobrevivente – tranquilizou-o. - Vou ficar bem... - repetiu.

E então deu as costas, e saiu correndo.


Ohno sequer pensou no que as pessoas poderiam pensar. Tão logo viu a mulher correndo em direção ao enorme portão, começou a correr atrás.

Temia por ela.

Sabia que Morgan havia sido muito ferida naquela noite. O passado tenebroso era seu ponto fraco. Talvez, seu único ponto fraco. E como poderia culpá-la? Nino não estava deitado em uma cama de hospital, vítima psicológica não só da crise no casamento, mas também de uma infância infeliz?

Como Audrey não havia surtado ainda era um mistério para ele. Na verdade, as maldades que ela havia feito no passado eram mais uma tentativa de proteger Nino do que uma loucura real. Entretanto, quanto tempo mais ela suportaria? Fingir que o passado não existia havia funcionado até agora; mas, funcionaria a partir daquela experiencia na casa de Sho?

Já a havia perdido de vista por dois quarteirões, quando a encontrou. Estava numa praça infantil, sentada sobre o balanço, a visão perdida em algum ponto imaginário. Surpreendentemente, os olhos secos, mortos.

Ele aproximou-se devagar, temendo amendrontá-la. Agachando-se a sua frente, pegou suas mãos.

-Audrey... - chamou-a.

Demorou um pouco para que ela aparentasse perceber sua presença.

-Não fui estuprada por aquele monstro – ela sussurrou. - Mas, no fundo, eu queria ter sido – a confissão chocou Ohno. - Talvez, se ele tivesse se interessado por mim, Steven estaria vivo...

-Audrey...

Ohno estava emudecido. Não sabia o que dizer. Como consolar o inconsolável?

-Eu matei o meu irmão... - pela primeira vez Ohno notou um resquício de lágrimas nos belos olhos castanhos esverdeados.

-Você não teve culpa...

-Eu sei – a sanidade parecia estar voltando, aos poucos. - As pessoas são tão cruéis, não?

Audrey Morgan não chorava, mas o mesmo não poderia se dizer de Satoshi. O Riida deixou-se desabar, enquanto a observava.

-Desculpe pelo que te fiz – Morgan pediu, causando um grande espanto no rapaz.

Secando o nariz, Ohno sorriu.

-Isso é passado. Está enterrado.

De repente, ela saiu do balanço e agachou-se ao lado dele. Ficaram os dois de joelhos, encarando-se.

-Você é um bom homem – ela disse.

Pegando-a nos braços, Ohno a trouxe contra si, num abraço desengonçado. Morgan não retribuiu, mas tambem não o afastou. Deixando o queixo sobre o ombro de Satoshi, ela apenas ficou a ouvir o choro baixo dele.

-Eu sinto muito – Ohno disse. - Eu sinto muito mesmo...

Ele chorava por ela e por Nino. Por duas crianças rejeitadas, abandonadas. Por dois seres que não reconheciam o amor, porque não haviam sido ensinados na infância sobre o sentimento real. Após alguns minutos, Ohno enfim sentiu uma certa umidade no seu ombro, percebendo que Audrey havia se permitido chorar.

Foi estranho... mas ele ficou aliviado.


A musica era insuportável, e a companhia igualmente. Sho detestava aquela sociedade falsa e fútil. Sempre se sentiu muito mais a vontade com os amigos menos abastados do que com aquelas pessoas presunçosas e preguiçosas.

Olhou para o céu. Uma tímida noite de verão, perfeita para se estar na cama de quem se ama, aproveitando momentos inesquecíveis. No entanto, ele estava ali, sentado ao lado daquelas pessoas, ouvindo os homens falando de suas conquistas e as mulheres da última moda.

Mordendo o lábio, ele conseguiu-se desvencilhar de mais um abraço. Por que diabos as pessoas gostavam tanto de tocá-lo? Não percebiam que ele não era fã de contato corporal? Olhou para o lado novamente, a procura dos amigos. Nem Audrey e nem Ohno estavam visiveis.

Subitamente, o celular no seu bolso começou a vibrar. Havia deixado o aparelho dentro da calça, na esperança que Masaki mandasse alguma mensagem erótica para ele durante a infernal noite. Porém, a chamada era do seu líder.

-Oh-chan? Onde você está? Te procurei por todo o lado! Também não vi a Audrey...

-Eu também o procurei... - a voz parecia irritada.

-Minha mãe me deixou ocupado até agora a pouco, numa reunião no escritório de meu pai – explicou-se. - Onde você está agora?

-Em casa – respondeu. - Audrey está aqui comigo – completou. - Preciso que venha até aqui...

Não foi preciso insistir. Sem comunicar ninguém, Sho saiu da festa e rapidamente foi em direção a residência de Ohno. Foi recebido por uma Megumi nervosa, subiu correndo as escadas da casa e logo estava no quarto do amigo.

Ohno contou a ele tudo que viu e ouviu. Relatou também o que Morgan havia lhe dito antes de desabar num sono pesado, nervoso. Exatamente duas horas depois da dolorosa experiência ocorrida dentro de sua casa, Sho já sabia o nome da responsável: Sayuri Koshitsu.

-Rameira desgraçada – murmurou.

Aproximou-se da cama e tocou a testa de Morgan. Marcas de lágrimas ainda existiam em seus olhos, e ele culpou-se tremendamente por não tê-la protegido como um amigo verdadeiro o faria. Era uma sorte que Ohno estivera presente e pudera ajudá-la.

-Sabe o nome do homem que a molestou no jardim? - questionou.

-Não. - negou. - Mas, era velho.

-Não ajuda muito. Metade das pessoas da festa eram velhos. A outra metade, jovens retardados – a voz dele transbordava sua ira. - Sabe se minha mãe tem algo haver com tudo que aconteceu?

-Não tenho ideia, Sho-chan...

Aquiescendo, Sho voltou-se para a porta. Prevendo que o amigo iria embora, Ohno tentou contê-lo.

-O que vai fazer?

-Tirar essa história a limpo com minha mãe.

-E o que fará se ela tiver algo a ver com isso?

-Pensarei depois. Mas, tão logo veja minha mãe, vou atrás de Sayuri.

Satoshi tentou segurar seu braço, seu sucesso.

-Passe essa noite aqui! - pediu. - Por favor, não faça nada com a cabeça quente!

-Nem pensar – Sakurai recusou. - Vou aproveitar que estou fervendo e fazer aquela vagabunda se arrepender do dia que cruzou meu caminho!

Quando Sho deixou o quarto, Ohno soube que aquela noite estava só começando.

Continua...

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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptySeg Jan 10, 2011 6:34 pm

Ninooo nao faça essas coisas
vc precisa se alimentar
aaaaaaaaa Audrey tadinhaaaaa
ai q odio dessas pessoas todas da festa grr
Sayuri sua vadiaa
bando de filhos da p*
to mto afim de xingar um monte aqui, mas nao posso ficar
escrevendo essas coisas aqui no forum ne
mas deu pra entender minha ira, certo dona Josy
ainda bem q Ohno estava la
e Sho irado assim nem quero ver o q ele fará
ta, na verdade quero sim
e muito
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptySeg Jan 10, 2011 6:38 pm

Nara escreveu:
Ninooo nao faça essas coisas
vc precisa se alimentar
aaaaaaaaa Audrey tadinhaaaaa
ai q odio dessas pessoas todas da festa grr
Sayuri sua vadiaa
bando de filhos da p*
to mto afim de xingar um monte aqui, mas nao posso ficar
escrevendo essas coisas aqui no forum ne
mas deu pra entender minha ira, certo dona Josy
ainda bem q Ohno estava la
e Sho irado assim nem quero ver o q ele fará
ta, na verdade quero sim
e muito

Sho nunca suportou Sayuri...agora só tem mais um motivo pra dar um pega nela..ahauahauahaua
essa cena foi bem dificil de escrever, pq eu começava e desistia, mas ontem saiu. Fiquei até feliz por ter conseguido fazer td certinho... e consegui fazer a Audrey perder um pouco o rumo pra depois ela voltar maligna..kkkk
Brigadaaa pelo apoio amore
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptySeg Jan 24, 2011 3:48 pm

Redenção

Capítulo 17

Por Josiane Veiga


Yuuky Sakurai observou os últimos convidados a deixar a festa indo a direções de seus luxuosos carros. A senhora, em sua postura altiva e aristocrata, deu um breve aceno em direção a ninguém em particular, e então se achegou ao marido que, em pé e firme, postava-se ao seu lado.

-Ele fez de novo... – ela sussurrou, a voz carregada de raiva. – Quando meu Sho deixou de ser o filho responsável que criei, e tornou-se esse homem que é incapaz de perceber a indelicadeza de seus gestos?

O marido riu, fraco. A cabeça pendeu para o lado, e ele a encostou na esposa, num carinho frágil e casto.

-Ele é exatamente a sua imagem – afirmou. – Somando-se isso a juventude de seus hormônios, não podia esperar menos de Sho-san.

A mulher balançou a cabeça, negando.

-Se eu deixasse uma festa importante da família sem comunicar a ninguém, meu pai deixar-me-ia sem comer por três dias – afirmou, crente. – Se, corajosamente, repetisse a grosseria, poderia me considerar deserdada.

Yamada deu um leve tapa no ombro da mulher. Mais que um carinho, o gesto significava cumplicidade e compreensão.

-Sho nasceu em outra época, é de uma nova geração. Além disso, você sabe tão bem quanto eu que festas não fazem parte do gosto pessoal dele.

-Mas, e Sayuri? – a mãe Sakurai encarou o marido, nervosa. – Estávamos prestes a comunicar o noivado...

-Sho teria renegado a moça perante todos os convidados – Yamada admitiu. – Ele não se importa com polêmicas, ou com sua falta de tato – o homem mais velho suspirou. – É como se vivesse em um universo paralelo, onde tudo que importa é seu próprio ego.

A leve recriminação não passou despercebida a Yuuky. Tanto pai quanto mãe idolatravam Sho, e talvez houvessem cometido um erro em sua criação. O rapaz não gostava de seguir regras, muito menos de ficar preso a leis sociais. Apesar do filho nunca ter feito nada de errado, nesta fase da vida, onde ele já havia passado da idade de se casar e assumir a autoridade do sobrenome Sakurai, o homem simplesmente agia com birra, recusando-se a cumprir a ordem paterna.

-A culpa – a mãe de Sho quebrou o silêncio, insegura – é daquela americana – disse, referindo-se a Audrey. – Uma mulher estrangeira, sem sobrenome, sem família, uma pária da sociedade... Essa mulher colocou nosso filho numa teia muito bem armada, e como uma aranha brincando com seu inseto, não o deixará ir com facilidade.

-Não sei – Yamada balançou a fronte, discordando. – Não vejo desejo nos olhos de Sho quando a encara. Mais parece um carinho fraternal, como se ele estivesse olhando para um dos irmãos.

-Sho-san não sente desejo por nada. Ele é frio, calculista... – Yuuky sorriu. – Isso é o que mais gosto dele – admitiu.

Yamada não concordava, mas não ousou discordar da esposa. Yuuky não era o tipo de pessoa que debatia opiniões contrárias facilmente. Além disso, ele já havia visto desejo nos olhos do filho, mas foi algo tão rápido e imperceptível. Fechando os olhos, recusou a seguir a linha dos pensamentos. A única vez que desconfiou do filho foi quando o viu num show, ao lado do companheiro de banda Masaki Aiba.

"Deixe de besteira!" xingou-se.

Masaki era o melhor amigo do filho. Uma amizade de infância. Sho era muito masculino, não tinha eufemismos como Ninomiya Kazunari, por exemplo. Um homem como Sho jamais iria sentir atração física por outro.

Yamada sentiu a esposa segurando seu braço. Como o cavalheiro que era, guiou-a para o interior da mansão. Na espaçosa sala, os dois sentaram-se sob sofás de tecido persa.

-Mesmo assim – a voz feminina o fez sorrir -, foi uma excelente festa, não?

-Todos divertiram-se muito – o homem concordou.

Foi mantendo o sorriso no rosto que os dois viraram-se para a porta que se abria. O filho vinha afobado, a respiração irregular, como se estivesse chegando de uma corrida. Partículas de suor brotavam de sua testa, e escorriam pela lateral do seu rosto.

-Onde esteve, amor? – Yuuky indagou ao jovem, ainda sorrindo.

Sho Sakurai encarou os pais, desconfiado. Não deu explicações, apenas perguntou:

-Mãe, por que me manteve no escritório boa parte da noite?

A mulher balançou os ombros.

-Ora, você sabe! – A sobrancelha negra ergueu-se. – Precisávamos conversar sobre os negócios da família e sobre a possibilidade do seu noivado ser anunciado durante a festa.

-Não vou me casar! – ele gritou. – Já disse isso mil vezes, mas nenhum de vocês me escuta!

Sho estava transbordando ódio. Os pais levantaram-se, nervosos.

-Por que está alterado? Bebeu? – Yamada questionou.

-Como foi capaz de me manter naquele escritório apenas com o intuito de humilhar Audrey? – o moreno continuava a manter a voz alta.

-Não levante a voz para a sua mãe! – o pai intrometeu-se.

No entanto, Yuuky aproximou-se do filho, sabendo que Sho jamais a machucaria.

-Audrey? Sequer a vi – esclareceu. – Estive o tempo todo contigo no escritório.

-Não se faça de desentendida! – Sho desdenhou. – Manteve-me lá, e usou Sayuri Koshitsu para o seu pérfido objetivo.

-Que objetivo? – Yuuky descontrolou-se. – O quê aquela vadia mentiu para você?

O xingamento trouxe lágrimas a Sho. Sabia que com aquilo praticamente a mãe assumia sua culpa. Quando ela tentou tocá-lo, renegou suas mãos.

-Onde mora Sayuri? – indagou, tentando aparentar naturalidade.

Os pais o encararam, desconfiados.

-Preciso falar com ela. – Sho tentou usar seu melhor lado ator.

Yamada caiu na sua encenação. A mãe, no entanto, permanecia estática.

-O que aconteceu, Sho-san? – ela insistiu. – O que a gaijin disse a você?

Sho suspirou. Se a mãe persistisse na conversa, ele não conseguiria mais se controlar.

-Nada – admitiu. – Ela estava dormindo quando fui vê-la.

-Então por que está assim?

As lágrimas ainda brincavam em seus olhos. Virou o rosto para o lado, e viu a si mesmo refletido no enorme espelho que adornava uma das paredes. Aparentava um louco, sem controle.

-Nem sei por quê... – suspirou. – Quero falar com Sayuri – a voz apática – sobre o noivado – mentiu.

Enfim os pais tranquilizaram-se. Sho sorriu quando viu o progenitor abrindo a boca.

-Sayuri não foi para casa. Ela se encontra no andar de cima, dormindo num dos quartos de hóspede.


A jovem Sayuri Koshitsu era filha única de uma das famílias mais importantes do Japão. Seu sangue descendia da antiga monarquia e, mesmo numa época diplomática, a influência de sua genealogia se fazia presente nos meios de comunicação.

Uma boa parcela das ações de um dos canais mais importantes da televisão aberta japonesa, pertencia a seu pai. Não somente ações da TV, mas também ele mantinha o nome envolvido em tudo que gerasse lucro, como rádio e jornais.

Cresceu mimada, e sempre se considerou superior as outras meninas. Para tal arrogância, contou com o apoio dos pais. Com a mãe aprendeu a seriedade de aparentar humildade e inocência, mesmo que as duas coisas não fossem parte de seu caráter, e com o pai aprendeu a acuidade de fazer boas escolhas, que rendessem ainda mais na sua conta bancária.

Foi assim que ela escolheu se casar com Sho Sakurai.

Rico, bonito, influente, tinha uma excelente dicção e um futuro promissor. Não era tolo, nem influenciável. O sobrenome Sakurai era de tal importância para a política nipônica quanto o seu próprio. Um par perfeito para ela e para seu futuro tão desejado.

Maquiavélica, conseguiu decifrar todos os passos de Yuuky Sakurai, e diante de vários encontros, deixou claro à mulher como poderia ser a esposa ideal dos sonhos da mais velha. Não demorou muito e Yuuky comentou-lhe sobre o casamento.

O problema é que o filho não era tão dominável, e ainda havia aquela americana desprezível que podia colocar todos os seus planos a perder.

Fosse como fosse, Sayuri não estava disposta a desistir. Mesmo que Audrey Morgan fosse mais forte do que aparentava (o que Sayuri duvidada, já que vira seu estado após sua "brincadeira"), ela ainda ficaria firme na determinação de destruir a outra.

Não importava os meios que fossem necessários, Sho Sakurai seria seu.

A moça parou diante do espelho do enorme quarto de hóspedes. Sorriu perante sua imagem. Era linda, olhos perfeitos e um pouco maiores que os das demais japonesas. E sua docilidade com certeza despertaria o sentimento protetor de qualquer homem. Postando as duas mãos à frente, ela fez uma pose de esposa submissa diante da própria imagem.

Sim, perfeita para encantar e manipular.

Quem poderia desconfiar de seu coração perante seu rosto casto?

De repente uma batida na porta a fez saltar. A moça virou-se em direção a porta, e ouviu o tom alterado de Sho a conversar com a mãe. O rapaz havia vindo vê-la? Provavelmente a amante tinha contado o que ela lhe fizera durante a festa. Preparando sua melhor encenação de candura, postou-se diante da porta.

Quando a abriu, porém, não teve tempo de continuar seu teatro. Mal o rapaz entrou em seu quarto de forma obtusa, e ela se viu sendo atirada contra a cama.

A face vermelha e a dor na bochecha a fez perceber que ele a esbofeteou. Tudo ocorreu tão rápido e Sayuri estava tão despreparada para o ato que mal percebeu a ação. Voltando os olhos arregalados para ele, notou que Sho só não estava em cima de si porque o pai, a muito custo, o segurava.

-Sho Sakurai! – Yuuky gritou. – Por Kami-sama, o que você fez?

No entanto, o rapaz não foi contido muito tempo pelo pai. Conseguindo se desvencilhar do aperto, ele pulou em cima dela na cama, agarrou-a pelos ombros, e começou a sacudi-la como se o fizesse a uma boneca de pano.

-Está achando que eu seria incapaz de bater numa mulher? – ele gritou. – Meto a mão na tua cara à hora que eu quiser! – para comprovar suas palavras, deu-lhe mais um safanão. – Sua vaca! Pensou que fosse fazer tudo que fez com a Audrey, e não teria retribuição?

Dessa vez mãos mais fortes o puxaram. O mordomo agarrou Sho e o tirou de cima da mulher. Ele ainda tentou lutar, mas o homem mais velho tinha excessiva força e conseguiu mantê-lo firme.

-Você está bem, querida? – A mãe Sakurai correu até Sayuri, abraçando-a.

Vaca!, pensava Sho. Conseguia manipular a todos, mas não a ele.

-Eu te perdôo, Sho...

A frase baixa, delicada e ferida causou tanto espanto no rapaz que ele simplesmente parou de se debater.

-O quê? – questionou.

-Eu já imagino o que aquela mulher de má índole deve ter lhe dito. Uma mulher como ela pode fazer um homem bom e gentil como você tornar-se um monstro – ela afirmou, entre lágrimas. – Sei que me bateu porque ela mentiu para você. Até imagino sob o que... – secou as lágrimas. Sho reconheceu a frieza, mesmo diante da situação enervante.

De repente, os olhos de Sayuri saíram de si e dirigiram-se a Yuuky.

-Fui conversar com ela e, durante o assunto, tentei prestar-lhe minha solidariedade pelo seu triste passado – contou. – Fiquei chocada quando me disse sobre as coisas que aquela pobre criança passou...

-Entendo, querida – a mãe de Sho foi carinhosa.

-Mas, ela entendeu tudo errado. Pode perguntar aos convidados, todos viram a forma como me tratou, dizendo que eu estava tentando atirar na sua face seu passado tenebroso e que também estava tentando roubar seu namorado.

Mentira! Sho sabia que Audrey nunca falaria aquilo. A mulher tinha pavor só de pensar em amar outro homem que não fosse Kazunari.

Diante de tanto fingimento, ele sacudiu-se uma última vez. No entanto, ao ver-se livre das mãos que o seguravam, não partiu para cima de Sayuri, e sim encarou a mãe.

-Mande ela embora agora! – mandou.

-Não farei isso! – a mais velha reagiu, constrangida. – Meu filho, volte a razão – implorou. – Não vê o que aquela estrangeira está fazendo?

-Mande-a embora agora – Sho não fez caso das palavras – ou quem vai embora sou eu!

-Vai abandonar sua família por conta de uma vadia?

Recusando-se a ouvir mais, o rapaz deu as costas, indo em direção ao próprio quarto. Entretanto, sabia que era seguido pela mãe.

-Não vá, Sho! – a mãe pediu, tentando contê-lo. – Você é tudo pra mim – ela disse, chorosa. – Não troque sua mãe, sua família, quem te ama verdadeiramente, por uma meretriz.

O moreno recusava-se a encarar a mãe. Sempre foram tão cúmplices, tão amigos. No entanto, quando a via falando assim, não conseguia reconhecê-la. Aquela mulher que falava palavras tão vulgares não parecia à mesma que o educou de forma tão rígida e moral.

-É tão dona de si, mãe – ele acusou. – Mas, não vê a verdade mesmo que ela esteja escancarada na sua face.

Sho Sakurai não disse mais nada durante os quinze minutos que se seguiram. Diante das lamúrias da mãe, ele simplesmente manteve-se em silêncio. Arrumou sua mala da mesma forma que fazia quando ia viajar, e saiu da casa dos pais, talvez, para sempre.


Shipou mexeu-se na cama de solteiro, completamente adormecido. Masaki sorriu diante da figura pequena e doce do animal.

Era realmente engraçado o sentimento que nutria para com os animais. Sinceramente, não diferenciava os bichos dos seres humanos, amava-os igualmente. Um tanto clichê, admitiu, mas a verdade é que adorava qualquer criatura que necessitasse de atenção. Talvez Kazunari estivesse certo e ele realmente havia sido escolhido por Deus para trazer conforto aos pequenos que cruzassem seu caminho.

Deixando o chipanzé no pequeno quarto destinado a ele, fechou a porta e começou a caminhar em direção a sala.

O ar puro inundou suas narinas, e ele sorriu. Seu sítio! Seu cantinho perfeito na terra! Havia feito a mudança durante a tarde e, apesar de não estar tudo arrumado, já estava morando lá.

Subitamente, ouviu o ronco de um motor. Como sua nova casa ficava bastante afastada de qualquer rodovia, estranhou. Olhando no relógio, percebeu que já passava da meia noite. Correu até a janela e reconheceu o carro esportivo do namorado.

-Sho-chan? – chamou, abrindo a porta frontal. – O que faz aqui?

Suas demais perguntas não foram pronunciadas diante da figura que carregava malas.

-Tem um lugar na sua casa para mim? – o namorado perguntou, a voz claramente cansada.

Aiba estendeu os braços.


-Onde está Ohno-san? – questionou Matsumoto, entrando no quarto.

Nino o encarou, sorrindo.

-Ele ainda não chegou. Mas, ligou avisando que logo estará aqui. Sabe como é Oh-chan! Tem problemas de levantar cedo!

Jun concordou.

-E como passou a noite?

-Dormi bastante.

Era a primeira noite desde a internação que Ninomiya havia ficado sozinho. O rapaz mesmo insistiu, dizendo que não se sentia a vontade para dormir despreocupadamente sabendo que os amigos se encontravam tão desconfortáveis nas poltronas. Mesmo assim, foi um parto convencer Ohno que não teria problemas Kazunari ficar só. O Riida havia permanecido no quarto até Nino cair em sono profundo, e só foi embora porque havia combinado com Aiba de cuidar de Audrey, que havia ido à festa da família Sakurai.

Matsumoto aquiesceu. Aproximou-se da cama e começou a revirar nas sacolas.

-Adivinha o que eu trouxe – brincou.

O efeito porém, foi inverso.

-A enfermeira já me trouxe o café da manhã...

-Não minta para mim, Kazu – Jun ralhou. – Eu combinei com a enfermeira que eu mesmo traria seu café todos os dias. Vamos, sente-se que eu quero colocar a mesinha de cama.

Sem escapatória, o menor sentou-se. Recebeu a mesinha no colo e, com olhos atentos, viu uma variedade enorme de pães e frutas sendo postos em sua frente.

-Divirta-se – Jun disse, sentando-se na poltrona.

Havia trazido um jornal para ler, pois sabia que Nino iria demorar quase uma hora lutando contra o próprio organismo para receber os alimentos.

Ouviu resmungos, e ignorou-os.

Começou a folhear as páginas, indo rapidamente até a sessão destinada a televisão, louco para ver as criticas de seu mais novo trabalho. Porém, uma foto enorme, colorida e muito nítida, era a manchete daquele dia. As letras garrafais, em tamanho muito superior as fofocas normais, deixavam tudo ainda mais claro:

"O líder da banda Arashi, Ohno Satoshi, está namorando produtora estrangeira."

A identidade de Audrey não fora revelada, mas a foto dos dois se abraçando em um parque à luz da lua, era clara demais para que deixasse qualquer duvida.

Desgraçada! Aquela mulher nunca o havia enganado! Como ela tivera coragem de ficar em clima romântico com Ohno sabendo o estado em que se encontrava Kazunari? Sho e Aiba ainda a consideravam uma amiga! Amiga da onça, isso sim!

-Alguma noticia interessante? – a voz de Nino o fez saltar, assustado.

-Nada, nada... – respondeu rapidamente.

Porém, o olhar desconfiado de Kazunari o deixou completamente nervoso. Mas, Kazu não teve tempo de questioná-lo, pois no mesmo instante que o rapaz abriu a boca, Morgan e Satoshi entraram no quarto.

"Vieram juntos!", pensou Jun. "Era muita audácia!"

-Como passou a noite, amor? – Ohno foi direto à cama, e beijou os lábios finos de Nino com carinho.

Jun colocou-se de pé, tremendo para não saltar no pescoço de Ohno e também atento a cada gesto de Morgan.

Surpreso, notou o abatimento da mulher. Seria por conta do carinho que Ohno demonstrava a Nino? Ergueu as sobrancelhas grossas, pensativo. Ela não era o tipo de pessoa que demonstrava sua postura tão facilmente assim... então, por que diabos estava tão nervosa?

-Dormi bem, Oh-chan – Nino respondeu. – E você?

Pobre Kazunari, ser inocente traído por aquelas duas pessoas cruéis. Jun tentou se conter, mas sabia que não aguentaria o teatro de Ohno. Primeiro Chinen, e agora Audrey! Onde o Riida iria parar?

-Saudades de você – Satoshi respondeu.

"Não fale, não fale, não fale", Jun ordenava a si mesmo. "Nino está doente, não pode se estressar!"

Qual era mesmo a técnica usada pelos antigos para relaxar? Respirar fundo! Isso! Respire Matsumoto Jun... uma vez... duas...

-Sonhou comigo? – Nino perguntou, com chamego.

-Sonho o tempo todo.

Três... quatro...

-Jura?

-Preciso jurar?

Cinco... seis... pro diabo!

-Deixe de ser cínico, Satoshi Ohno – Jun o xingou. – Fica aí, todo meloso, mentindo pro Nino! Mas, eu sei bem o que você fazia ontem a noite!

Ohno o encarava espantado, e Nino boquiaberto. Morgan, num canto, sequer ergueu o olhar, parecendo alheia a tudo que ocorria ali.

-Jun-chan... – Ohno o chamou. – O que foi?

-O que foi? Não fique se fazendo de anjo imaculado para mim, Riida!

Satoshi olhou para Nino, como se pedisse explicações. Diante do olhar pasmo do namorado, voltou a olhar para Matsumoto.

-Do que está falando?

-Eu sei que você e essa aí – apontou Audrey – estão tendo um caso!

Somente naquele instante Audrey pareceu lembrar-se da sua presença. Seu olhar mortificado encarou Jun com extrema raiva. Ohno, espantado demais para se defender, apenas abriu a boca para fechá-la em seguida. Foi Nino que reagiu, não da maneira que esperava Matsumoto.

-Jun-chan, não sei se você notou – o menor gargalhou -; mas, a Audrey é mulher!

-E daí? - Jun manteve a postura.

-Digamos que falta uma coisa nela que Ohno-san gosta muito – Nino agora já chorava de tanto rir.

Diante daquela reação, Jun atirou no menor o jornal. Silenciosamente, Audrey e Ohno colocaram-se ao lado de Kazunari, olhando atentamente as páginas, tentando entender o que Jun dizia.

Nino leu toda a matéria. Por alguns instantes ainda riu, diante de tamanha idiotice. Ele sabia muito bem que Ohno não sentia atração por mulheres, e que Audrey não se atraia por nada que não tivesse o rosto de Kazunari. Assim sendo, estava bastante seguro de sua posição na vida de ambos.

-O que aconteceu ontem? - indagou a Ohno, referindo-se ao fato de que, aparentemente, os rivais fizeram as pazes.

-O que aconteceu? - Jun gritou. - Não está vendo? Essa cascavel está agindo pelas suas costas, e tentando roubar-lhe o namorado.

-Eu não sou você – Audrey rebateu, sem dó. - Não tento roubar ninguém as escondidas. Sempre agi as claras, deixando óbvio o meu objetivo!

A insinuação era muito clara. Como Morgan sabia que Jun amava Ohno, e como ela descobrira que o mais novo tentara no passado conquistar Satoshi, era um segredo. Sho e Aiba, por exemplo, jamais desconfiaram.

-Jun nunca fez isso, Audrey! - Nino o defendeu.

No entanto, Matsumoto era incapaz de abrir a boca.

-Eu sei que não. - A garota respondeu. No entanto, o tom deixava claro que ela pensava o contrário. - Foram apenas palavras vazias...

-Como tudo que sai dessa boca suja! - Jun não resistiu.

Normalmente, ela voltaria a retrucá-lo, e os dois travariam uma guerra que poderia durar o dia todo. Porém, Audrey parecia um guerreiro machucado e não conseguia forças para continuar. Assim sendo, ela apenas deu as costas a Jun, ignorando-o, e sentou-se em uma cadeira.

Possesso pelo inimigo ter deixado o campo de batalha tão cedo, Matsumoto tentou provocá-la mais.

-Você não respondeu porque estava se esfregando em Oh-chan ontem!

-Audrey não estava se esfregando em mim, Jun-chan – o Riida afirmou. - Deixe-a em paz, por favor.

Perplexo pelas palavras, Matsumoto se calou momentaneamente. Antes que pudesse recuperar a voz, Masaki invadiu o quarto.

O loiro costumava correr sempre até Nino. Mas, sua entrada obtusa dessa vez teve outro alvo.

-Como você está? - ele curvou-se perante a mulher, segurando suas mãos.

Assim como Sho, Morgan não gostava de contato corporal. Conhecendo tão bem o namorado, e visualizando a característica tão exposta em Morgan, ele se esforçava para conter sua natureza carinhosa.

-Estou bem – ela respondeu. - Por quê?

Tudo na mulher era frio. A postura dura, os olhos apagados, as mãos geladas.

-Audrey, você está entre amigos. Não precisa...

-Não aconteceu nada – insistiu.

Sho apareceu na porta. Ele não parecia melhor do que a mulher. Mas, Morgan dirigiu-se a ele imediatamente, aparentando zanga:

-O que disse a Aiba?

-Contei o que aconteceu – a voz máscula sequer esboçou embaraço.

-E por quê? - ela se ergueu. Pela primeira vez, seu semblante transparecia nervosismo.

-O que está acontecendo? - Nino intrometeu-se. - Tem algo a ver com Oh-chan?

Kazu sentiu sua mão sendo pressionada. Encarando Ohno, notou que o amante queria que ele ficasse em silêncio, deixando Sho e Audrey a resolver as suas pendências.

-Masaki gosta de você, Audrey – Sho explicou. - Ele precisava saber...

-Não percebe que eu tenho vergonha? - A frase espantou a todos no quarto. - Acha que me orgulho do que aconteceu?

-Fingir que o ladrão não está na nossa casa na hora do assalto não o faz desaparecer por mágica, Audrey Morgan – Sho filosofou. - Esconder essas situações não vai te ajudar!

-Não preciso de ajuda!

-Ninguém aqui precisa mais de ajuda do que você!

A afirmação a fez dar um passo para trás, ofendida.

-Crê que estou louca?

-Nunca disse isso!

No entanto, ela não pareceu convencida.

-Não vou ser amiga de quem duvida da minha sanidade – voltou-se para trás, a fim de pegar a bolsa.

-Para com isso, Audrey! - Aiba ralhou, impedindo-a de pegar a sacola. - Não vê que Sho se preocupa com você?

Ohno e Nino permaneciam calados, como se temessem intervir naquele momento critico. Jun, entretanto, não resistiu:

-Se ela quer ir embora, que vá! Aliás, está indo tarde!

Dessa vez, a frase pareceu feri-la realmente. Morgan desistiu da bolsa e, desvencilhando de Sakurai, correu para fora do quarto.

-O que você fez? - Masaki indagou ao caçula do Arashi.

-O que eu fiz? Estou tentando salvar vocês desse demônio em forma de gente!

Sho balançou a cabeça, negando.

-Vou atrás dela – avisou aos outros.

-Não! - Jun segurou seu braço. - Não vê que é a chance de nos livrarmos dela de uma vez?

Então Matsumoto começou a rir, uma atitude um tanto forçada. Ninguém mais o seguiu.

-Jun, como pode dizer isso? Ela não tem mais ninguém no mundo... - Ohno comentou.

-Até você se deixou envolver pela lábia daquela lá?

-Não tem ideia do que ela passou ontem – Ohno o recriminou. - Pare de viver a sombra dos erros que Audrey cometeu a quase meia década atrás, e comece a ter um pouco de piedade.

-Está brigando comigo por causa dela? - Jun pareceu espantado.

-Jamais brigaria com você – Ohno negou. - Eu te amo muito, Jun-chan – afirmou. - Mas, eu não odeio a Audrey e vejo nela muito esforço para mudar.

-Que esforço?

-Ontem ela foi humilhada por causa dos abusos que viveu na infância – Satoshi contou. - Se fosse a antiga Morgan já estaria imaginando como retalhar a quem lhe fez mal. Mas, tudo que ela fez até agora foi chorar e tentar esquecer.

Jun virou os olhos.

-Isso está ficando ridículo! - Matsumoto xingou. - Só porque ela tem um passado triste eu tenho que tratá-la como uma mártir?

-Você pode simplesmente respeitá-la – Masaki sussurrou. - Jun, você cresceu numa família feliz. Tem amigos que te amam, tem fãs, estabilidade, etc. Morgan não tem nada. Nada. Sequer boas lembranças.

-Vocês estão do lado dela, contra mim!

-Nunca faríamos isso – Sho negou. - Só queremos que você a perdoe.

-Ela nunca pediu perdão!

-Pediu – Ohno confessou. - Pediu, para mim – repetiu. - E eu a perdoei.

Os olhos de Jun escureceram. O rapaz ficou possesso pelas palavras.

-Se querem tanto ficar do lado dela, que fiquem! Eu vou embora!

Após isso, foi em direção a sua bolsa, tentando pegá-la. No entanto, não conseguiu tocá-la pois foi trazido novamente a frente pelos braços fortes de Sho.

-Agora eu entendi a birra – Sakurai riu. - Você está com ciúmes!

-O quê...? - O restante da frase de Jun se perdeu.

Sho o beijou na boca. Novamente.

Matsumoto lutou como um louco, mas não conseguiu se soltar. O riso dos outros três só o enfureceu ainda mais.

-Nós te amamos, nosso bebê – Sho afirmou, assim que tirou sua boca dos lábios volumosos e concentrou-se na bochecha vermelha pela vergonha.

-Me solta! - Jun berrou. - Seu tarado!

-Nunca ninguém vai roubar seu lugar no nosso coração – Ohno riu também, fazendo carinho nas mechas encaracolados do cabelo do amigo.

-Ficaram todos malucos?

-Você é a coisinha mais perfeita e linda do mundo todo – Aiba começou a beijar a outra bochecha.

De repente, Jun foi jogado na cama em que estava Nino. Tentou se erguer imediatamente, mas Kazunari já o dominava. Sua boca foi novamente preenchida, dessa vez pelos lábios finos de Nino.

-Que eca! - Jun gritou. - Me solta!

Enfim, ele pode se erguer. Esfregou os lábios, num misto de zanga e vergonha.

-Vocês quatro não tem vergonha? - indagou, irritado. - Não percebem que eu prefiro beijar o tapete do que vocês?

Entretanto, a postura após o ataque não era tão mais agressiva. O mais novo sentou-se na cama, irrequieto:

-Não confio nela – admitiu. - Mas, estou disposto a tolerá-la se quiserem...

Masaki bateu palmas.

-Ele está tão maduro – comentou.

-Estou com vontade de beijá-lo novamente – Sho brincou.

-Nem vem! - Jun deu um salto. - Mas, o que aconteceu ontem para que Audrey tenha ficado tão abalada? - Não resistiu a curiosidade.

Qualquer que fosse o motivo, devia ser bastante interessante, para que o líder e a americana tivessem abraçado-se na praça infantil, num consolo.

-Sho vai contar – Masaki disse. - E eu vou atrás dela...

Dessa vez, ninguém tentou contê-lo.


O hospital central de Tóquio tinha diversas alas, divididas por jardins ricamente decorados. Aquele lugar devia ser um consolo para qualquer doente que buscasse sol, pois era deveras agradável postar-se embaixo das árvores enquanto respirava ar puro.

Audrey Morgan ergueu os joelhos até o queixo, e repostou o rosto. Sentada encolhida abaixo de uma enorme cerejeira, ela observava uma mãe brincando com seu filho. A mulher em questão, na faixa dos trinta anos, não aparentava estar doente, então, subentendia que era o pequeno garoto que se encontrava enfermo. Como a mais velha estava despreocupada, provavelmente a doença não era nada grave.

Mãe e filho...

Era uma relação tão longe das suas vivencias. Como devia ser o sentimento de receber tanto amor?

-Então foi aqui que se escondeu?

A voz angelical de Masaki a fez virar-se em direção ao rapaz.

-O que quer? - ela questionou. - Não precisa dizer nada...

-Eu preciso sim – Aiba afirmou, sentando-se ao seu lado.

A garota bufou.

-Não gosto quando falam de mim, me analisando como se tivessem esse direito - confessou.

Aiba suspirou, tocando o ombro feminino.

-Garotas nunca fizeram parte do núcleo afetivo de Sho – contou. - Ele sempre as considerou tolas demais para que pudessem ser notadas. Sho é o tipo de pessoa que admira o intelecto, se atrai por pessoas de bom papo, e dificilmente olha para a aparência ou estilo de vida de alguém.

Audrey o encarou.

-E daí?

-E daí que você é a primeira mulher fora do núcleo familiar que ele considera. Sho enamorou-se da sua mente assim que descobriu seus planos, seis anos atrás. Estava com ele, recordo-me até hoje dos olhos chocados quando a freira Misao Satou contou sob seu passado. E, também, posso lembrar com muita nitidez a admiração ao perceber seus planos. Ele te idolatrou e, conforme ia te conhecendo, passou a te amar. Não o amor que ele dedica a mim, ou aos outros meninos, mas um amor muito fraterno, um amor cúmplice, que quer bem.

-Onde quer chegar?

-Sho é meio desengonçado quando ama – riu. - Ele não pensou que você ficaria irritada por me relatar o que passou ontem... Mas, se serve de desculpa, estava tão triste e chocado que precisava desabafar, e sou seu namorado, então era sua única saída.

Audrey balançou a cabeça, compreensiva.

-Não queria que Ohno tivesse contado nada a ele. Mas, quando Sho chegou na casa de Satoshi, estava dormindo, então não pude impedi-lo. Mesmo assim, sinto muita vergonha pelo que aconteceu.

-Quem deve sentir vergonha é a tal Sayuri, não você.

Morgan negou.

-Só quero esquecer...

-Tudo bem, mas desculpe Sho-chan – pediu. - Vai ser bem difícil vocês dois ficarem na mesma casa estando brigados.

Morgan ficou alguns segundos em silêncio, digerindo as palavras.

-Ficar na mesma casa?

-Ontem a noite Sakurai-kun se mudou para meu sítio – Masaki contou. - Ele saiu da casa dos pais...

-Mas, por quê?

-Por que você acha?

Por sua culpa? Morgan arregalou os olhos.

-Mas, ele não tem nada a ver com essa história!

-Você acha mesmo? Tudo que te machuca, machuca Sho-chan! Ele é assim com os amigos. Tem muitos defeitos, é intrometido e fala demais. No entanto, também é muito leal. E está provando isso agora. Sho-chan ama a mãe, mas não aceita que alguém pise numa pessoa tão importante para ele como você.

Importante para ele? Audrey nunca havia sido importante para ninguém. Sequer sabia como reagir perante a novidade.

-Eu... - gaguejou -, eu gosto dele – admitiu. - Gosto muito – retificou.

-Não precisa sentir vergonha de dizer que o ama. - Masaki apertou suas mãos. - Ele vai ficar tão feliz quando você lhe dizer isso...


Quando Masaki e Morgan voltaram ao quarto, encontraram os três membros lá dentro em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos.

Nino, entretanto, puxou as mãos femininas assim que ela se aproximou o suficiente da cama.

-Você não me deixaria, né? - questionou.

-Claro que não.

-Então nunca mais repete essa atitude – a recriminou. - Não me assusta mais assim – os olhos dele encheram-se de lágrimas.

Ela balançou a cabeça, concordando.

-Ei, Audrey – a voz de Jun fê-la encará-lo. - Me desculpe – sussurrou, meio a contragosto.

Era óbvio que todos lá já sabiam o que ela havia passado na noite anterior. Entretanto, ao invés de vergonha, sentiu-se estranhamente confiante.

-Tudo bem – respondeu.

O silêncio voltou. Os olhos dela, ainda cabisbaixos, começaram a procurar por Sho Sakurai. O encontrou sentado próximo da janela, também de face abaixada.

Receosa, aproximou-se dele e sentou-se ao seu lado. O olhar do homem voltou para ela, e os dois se admiraram.

-Amo você – o murmuro foi tão baixo que somente ele pôde escutar.

Um sorriso delicado surgiu nos lábios masculinos. As mãos de ambos se entrelaçaram.

-Um dia você vai ter que gritar bem alto isso – ele sussurrou, contra a orelha dela.

-Você já está querendo demais...

-É necessário para alimentar meu ego.

Ela riu, baixo.

-Obrigada pelo que fez. Mas, não era necessário...

-Sayuri mereceu a surra.

-Que surra?

Morgan arregalou os olhos.

-Você não sabia? - Sho arqueou as sobrancelhas.

-Masaki me disse apenas que havia saído de casa.

-Sim, fiz isso – confirmou. - No entanto, antes de ir embora, meti a mão naquela cadela.

-Não devia ter feito isso.

-Fiz por você, e faria novamente, se pudesse.

Audrey queria ficar zangada. Todavia, não conseguia. Nunca pensou que alguém pudesse agir assim para defender sua honra.

-Obrigada – sorriu.

-Não agradeça. Eu sei que você faria o mesmo por mim.

Naquele momento, abraçaram-se. Estranhamente, os dois aquarianos gostaram daquele contato corporal. A vida era feita de milagres, realmente.

Continua...

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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptyQua Jan 26, 2011 12:36 am

É, bom, faz tempo que nao comento ne... ^-^
eu adorava falar um monte e soltar tudo o que eu tinha a dizer, mas ultimamente eu não tenho sabido direito nem o que sentir pra dizer a verdade
*e isso é sua culpa pq escreve tão bem e faz a gente ficar entre o Nino e o Ohno*

Bom a verdade é que eu to brava com o Ohno de novo...
Acho que se ele queria estabilizar as coisas com o Nino de uma vez, ele deveria ter contado a verdade a ele!! Não precisava contar tudo, mas ele devia ter dito o que houve quando estavam "separados"... Ele esperou demais, e o Chinen já está provocando... Por causa disso ele mentiu e quando o Nino descobrir essa mentira boba, ele acreditará em tudo que Chinen disser, porque "Se o Ohno já mentiu tanto assim, por que agora estaria falando a verdade?"

E eu gostei muito da atitude do Sakurai! Claro que violência não é solução, e, apesar de, com isso, ser cada vez mais desejado, ele está bem perto de seu limite e já estou vendo a hora dele despejar toda a verdade sobre a relação dele com Masaki (mas como vc já disse que a mãe do SHo vai descobrir de uma maneira muito desagradável - pra ela...)...

Mas o que eu achei estranho, devo dizer, foi a reação do Jun com a notícia de Jornal...
Ele já deve estar acostumado com rumores e afins, a foto poderia significar mil outras coisas... Ele deve estar realmente estressado a esse ponto!!!

BEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEM
Também devo dizer a fic está ficando cada vez melhor!!!
Quero muito ver o Nino levantar daquela cama e bater no Ohno.... Digo, bater de verdade, com raiva.

E eu tbm queria ver o Jun tentar ir atrás do Ohno de novo *-*
Não sei, o Jun está solitário demais pro meu gosto e acho que deveria rolar alguma coisa entre eles!
*nossa to tentando matar o Nino de vez, não?!*

ah, desculpa minha ausência m(_ _)m
vc sabe que amo sua fic, mas não custa nada dizer de novo...
Sou cada vez mais sua fã!!

arigatou ne
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MensagemAssunto: Re: [COMPLETA] Redenção   [COMPLETA] Redenção - Página 4 EmptyQua Jan 26, 2011 2:44 pm

Natyyyy
Brigadaaaaa amoreeeeee
Você pegou o fio da meada. Sho está chegando ao seu limite, não so da vida fingida que vive, mas também da pressão que está sofrendo pra desposar uma mulher que ele despreza. Além disso, ele vai começar um novo programa jornalistico, etc.. e tem o Nino doente, etc etc etc...

e nesse inteirim, a Sayuri faz o que faz... entao ele explodiu. A verdade sobre o Sho ta chegando^^


Sobre Jun: na verdade não foi so um rumor.. foi: UMA FOTO E AUDREY. Uma foto é algo forte demais para ser desprezado..e Audrey é a pessoa que ele mais odeia na vida dele..então, ele se sentiu mega traido...


Ohno: concordooo com você. Ele ja devia ter contado. Mas, ele se desculpa dizendo que Nino está doente, etc... mas, no fundo, é um pouco de covardia...hehe

Brigadaaaaaaaaaaaa amoreeeeee pelo apoio^^
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